Fanfic: Londres, 1975

CALL MAL`AKH ASAP. REMEMBER NOT TO MENTION ANY NORAD MISSION OR HARRYSDP. 

Carol mostrou a nota de rodapé em uma foto de celular para Camille. Mal`Akh. Aquele nome absurdamente estranho passeava pelo cérebro de Camille como um vagalume. Era uma luz que se debatia e não sabia aonde ir, mas que parecia estranhamente necessária e memorável. E ainda havia o nome. Aquele nome. Harry. Mesmo que acompanhado de SDP, havia um pingo de esperança de que o amigo delas estivesse sobre o controle do governo inglês ou algo parecido. Não se sabia o que pensar naquela mesa no Le Cordoun Cafe. 

Então, Camille se lembrou. 

Se lembrou de uma tarde, ensolarada, nas férias de verão da Inglaterra, há vários anos atrás. O cerébro de Camille tinha essa capacidade inusitada de voltar ao passado e, em questão de segundos, transportar todo o ser de Camille para dentro daquela memória. Sendo assim, ela entrou. 

Era uma manhã calma. Ensolarada. Fazia, naquele dia, 35 graus na capital inglesa; era um recorde. Nunca antes havia feito tanto calor e tanto sol na cidade inglesa de Londres. Era, para as crianças, o momento perfeito para se explorar as calmas ruas da cidade e brincar enquanto ainda lhes era oportuno. Enquanto estava de férias, Camille era destemida e fazia de tudo para sair de casa. 

Sua casa ficava em uma das ruas mais exclusivas da cidade de Londres. Sendo grande como um castelo e útil como uma geladeira, a casa de Camille em nada se destacava das outras da rua, mas era igualmente imponente e possuía, dentro dela, uma protuberante família. Essa era a casa e a vida de Camille: riqueza, luxo e uma intensa necessidade de alegria.

Naquela manhã, ela bem se lembrava, Harry chegou até sua casa cedo. Ele chegara na sua casa de forma inteiramente repentina (como já era de costume), apenas com uma cara travessa e uma intensa necessidade de se explorar toda a cidade à sua volta que era aquele quarteirão. Então, Camille foi chamada pela governanta e logo se vestiu. Ao descer, ela encontrou um Harry com cabelos perfeitamente arrumados e uma roupa especialmente despojada, que servia perfeitamente para aquele dia de verão.

Então, Harry e Camille saíram caminhando. Ao andar pela rua, Camille sentia uma intensa alegria de estar naquele dia insolarado em Londres, e a brisa fresca e suave ia contra a caminhada deles, refrescando todo o calor que o sol produzia. Alguns metros depois da casa de Camille, Harry se transformou viu a necessidade de se passar na casa dele. Quando ele parou em frente à escadaria de entrada, Camille sentiu uma tensão especial no amigo. Eles ainda não haviam trocado uma palavra; apenas estavam esperando o dia começar. Enquanto isso, Camille foi na frente e abriu a porta da casa, e os dois entraram. 

Ao entrar na casa de Harry, Camille notou uma especial mudança na organização da casa. A mãe de Harry, antes tão organizada e especialmente "control freak" estava sendo desleixada. Os moveis estavam bagunçados e a casa parecia não passar por uma faxina há algum tempo. Camille pensava consigo mesmo o que poderia ter acontecido.

Enquanto estava no Hall de Entrada esperando, Harry foi requisitado por seu pai. Camille, muito educada, ficou esperando em frente a escadaria que levava ao andar de cima e, como boa ouvinte, não pode deixar de entreouvir a conversa de pai e filho.

"Meu filho, você sabe que não posso permitir que você saia" 

"Meu filho, você sabe! Já lhe falei! Eu preciso de você em casa! Eles já levaram a sua mãe, não podem levar você também!"

"Você NÃO vai!

Camille, muito nova e extremamente ingênua, não notou maldade naquelas palavras e muito menos percebeu que algo de ruim poderia estar acontecendo com aquela família. Ela, então, simplesmente foi embora, assumindo que não era desejada na casa. Ela, então, apenas deixou um bilhete na porta da casa, se despedindo do amigo e dizendo que não havia problema, que eles brincariam outro dia. Assim que fechou a porta, ela pode ouvir os passos leves e tristes do amigo. Era, de fato, triste.

Quando voltou para o bar, apenas alguns segundos de silencio haviam se passado, e Carol estava tão tensa que lía a seção de moda do jornal para poder relaxar. Aquele bilhete que ela havia descoberto, contendo o nome de Harry e aquela estranha insígnia que dizia claramente "MAL`AKH" precisava ser investigado. 

Carol e Camille, então, foram até o Museu Britânico.