Fanfic: Se Houver Amanhã
Amanhecera na Filadélfia. Tracy acordara com uma expressão cansada, era sábado e ela se via obrigada a trabalhar contra a própria vontade e a vontade do seu próprio corpo.
— Tracy, amor, não precisa ir... - dissera-lhe Charles.
— Você tem uma vida ganha querido, eu não tenho a mesma sorte.
Tracy levantou-se da enorme cama de casal que comprara com muito esforço, deu um beijo demorado em Charles e ele puxou-a novamente para a cama.
— Quando nos casarmos não terá mais que trabalhar.
Tracy detestava a ideia de ficar de babá ou de simplesmente ser obrigada a cozinhar, lavar e passar.
— Ah, não? Que bom. Mas, enquanto isso não acontece eu preciso ir.
Com outro beijo desembaraçou-se dos braços fortes de Charles e foi embora. Ele iria embora também, mas tinha uma cópia da chave e ela nem se preocupara com o café da manhã, tomaria quando chegasse ao banco.
Às nove horas da manhã via-se na frente do banco onde trabalhava. Tracy era especialista em transações bancárias online e todos os dias bilhões de dólares passavam pela sua mão.
Às nove e quinze as portas abriram e os funcionários puderam adentrar e assumir seus postos. Tracy foi direto até a copa onde haviam algumas rosquinhas absurdamente adocicadas e xícaras de café fervendo. O tempo estava nublado e tudo indicava uma tempestade.
Charles Stanhope III era o herdeiro de uma grande imobiliária na Filadélfia, seus pais tinham filiais da empresa quase que espalhadas por todo o condado. Ele era sem dúvidas um excelente partido.
Charles não era apegado ao dinheiro. Concordava em dormir no pequeno apartamento de Tracy nos finais de semana e parecia não ligar para a influência dos pais naquela cidade. Ele havia dito a ela que já mencionara seu nome num jantar dia desses e que os pais estavam dispostos a conhecê-la e que com toda a certeza iriam amá-la.
Assim que Tracy sentou-se em sua poltrona para mais uma maratona de trabalho, fora surpreendida pela secretária do seu chefe.
— Tracy, o Sr. Desmond quer falar com você.
— Comigo?! Você sabe do se trata, Kate?
— Não faço a mínima ideia.
— A voz dele estava...
— Não parece ser uma bronca nem nada do tipo. Mas o assunto parece um tanto sério.
Tracy imediatamente deixou seu ofício e se encaminhou até a sala de Clarence Desmond. Adentrou-a com um ar curioso e preocupado. Observou-o com os cotovelos sobre a mesa e uma expressão pouco amigável.
— Sente-se Tracy. - a voz era pesarosa. Tracy logo sentou.
— Algum problema? - ela disse, insegura.
— Está trabalhando conosco há um bocado de tempo, não é? - ele não a deixara responder - receio que já criamos um certo vínculo e eu recebi uma ligação esta manhã que... bem... - ele hesitava - achei melhor que eu mesmo pudesse lhe dar essa notícia.
Uma notícia que não parecia nada boa, ela sabia.
— Um comissário de polícia de Seattle me telefonou esta manhã e informou-me que sua mãe, Doris Whitney, foi encontrada sem vida no quarto do hotel onde estava hospedada.
Houve um silêncio fúnebre. Como assim, morta? Tracy havia falado com ela ainda ontem! Era impossível. Só podia ser uma brincadeira de mau gosto e ele logo diria que ela estava sendo promovida e receberia um longo e caloroso abraço da mãe. Mas, pelo jeito não era.
— Eu... eu... - Tracy estava paralisada. - Preciso ir até lá e...
— Não se preocupe, você tem férias atrasadas conosco e eu acho que seria justo com você. Pode resolver seus problemas e não se preocupe. Seu lugar estará aqui quando voltar, tem a minha palavra.
Isso tudo seria muito bonito se não fosse numa ocasião tão trágica. Tracy apenas agradeceu com a cabeça e dirigiu-se para fora do banco. Pegou um táxi em direção ao aeroporto. Ia para Seattle. Lá comunicaria Charles sobre o ocorrido, afinal, não queria preocupá-lo com os seus problemas.
Autor(a): cupertino
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