Fanfic: Se Houver Amanhã
Desembarcou em Seattle algumas horas depois, já era noite quando chegara a cidade em que perdera o seu bem mais precioso.
Fora recepcionada pelo comissário de polícia Gordon Grant, um homem de meia idade qualquer. Tracy estava tão atordoada que sequer reparava em alguma coisa.
— Senhorita Whitney, sinto muitíssimo tê-la que recepcioná-la numa ocasião tão triste.
— Muito obrigada comissário... Eu... Eu... Eu estou realmente confusa, como foi que isso aconteceu?
— Aqui não é o lugar adequado para falarmos a respeito, Srta. Whitney. Queira me acompanhar por favor.
E lá se foram eles no próprio carro de Grant até a delegacia que ficava um tanto distante do aeroporto, próximo ao centro da cidade.
Entraram numa sala cinzenta e que ressendia burocracia. Ambiente de trabalho nunca é bom para se tomar um cafezinho e convidar alguns amigos. Tracy sentou-se numa cadeira nada confortável diante do comissário.
— Pois bem... Vou lhe explicar como tudo aconteceu...
E ele fez uma pausa. Os olhos verdes de Tracy estavam fitando-o inexpressivelmente. Ela devia ter chorado muito no avião, presumiu ele. Pegou alguns lenços de papel e colocou diante da moça que não se moveu.
— Sua mãe se envolveu com algumas pessoas em alguns negócios que não foram muito satisfatórios para ela. Quando somos empreendedores, cara Tracy, enfrentamos certas dificuldades para tentarmos obter mais lucro nas nossas cotações. É natural, não acha?
Tracy não respondeu.
— Ela vendeu a companhia da qual era detentora e o novo proprietário demitiu todo o pessoal que trabalhou para ela durante os últimos trinta anos. Eles foram atrás da sua mãe para tentar reaver o emprego, e a senhorita bem sabe que a sua mãe era uma pessoa de boa índole e coração aberto. Ela tentou falar com o novo proprietário para reaver o emprego deles, mas não obteve qualquer retorno.
— Uma mágoa por alguns empregos perdidos levou a minha mãe a se matar?
— Deixe-me completar. - interrompeu o comissário. — Sua mãe estava a espera de um pagamento alto pela venda da companhia. Ela foi assessorada por um advogado que infelizmente efetuou um golpe muito comum. Sua mãe depositou toda a confiança no advogado a fim de conseguir uma boa quantia, mas o que lhe restou foram apenas dívidas, pelo que pudemos apurar.
— Como isso aconteceu? - indagou a jovem. Aquela história não fazia nenhum sentido.
— Que diferença isso faz agora, Srta. Whitney? Sua mãe estava endividada e desesperada. Ela tinha uma reputação a zelar e foi por essa reputação que tomou a decisão que já é de seu devido conhecimento.
Um momento de silêncio se prolongou na sala do comissário. Tracy respirou fundo, fechando os olhos.
— Onde ela está? - murmurou Tracy.
— Ela está no necrotério de Seattle. É muito próximo daqui.
— Gostaria de ver minha mãe e dar um último adeus a ela...
— Perfeitamente compreensivel, venha comigo.
Autor(a): cupertino
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