Fanfic: A Paixão Secreta de Alfonso Herrera - AyA [adp-FINALIZADA] | Tema: AyA /RBD/Ponny

-Espere um momento... -começou.

-Não, milady, espere você! O menino podia ter morrido porque sua mãe não o tinha segurado pela mão, coisa que qualquer boa mãe teria feito. É evidente que o papel de mãe fica excepcionalmente grande!

E, pensou Anahí, ele era excepcionalmente cruel. Excepcionalmente estúpido. E um tirano... Sem dúvida, tão mau como qualquer deles, se os seus lábios delgados e o seu semblante alterado podiam servir de indicação. Jesus, se a insultasse outra vez, teria que esbofeteá-lo. Deveria já tê-lo feito. E Jack (ah, o pequeno era um traidor da pior índole!) divertia-se maravilhado brincando com os botões dourados da jaqueta do homem. Jack estava acostumado a ser bastante exigente com os estranhos, mas com este parecia estar muito contente, algo que a enfureceu ainda mais.

-Não sou -Anahí esticou os lábios- sua mãe.

O homem fez um gesto de desgosto.

-Sua babá, então. Por Deus, deveriam te despedir.

Anahí conteve a respiração. Como se atrevia falar assim!

-Meu filho! Por favor, deixe-me que o segure! Por favor!
Era May, que chegava sem respiração correndo pela grama. Jogou Izzie nos braços de Anahí.

-Querido, você está bem? -Com um grito, quase arrancou Jack dos braços do homem.

-Está bem, May -disse Anahí rapidamente- Nem um arranhão, graças ao... cavalheiro.

Era tudo o que podia fazer para que a palavra "cavalheiro"  saísse de seus lábios.
May apertou ao filho contra seu peito.

-John Ellis Perroni, deu um susto de morte na mamãe. -Afundou a face no pescoço do pequeno e fechou os olhos cheios de lágrimas.

O homem se fixou em May. E seu aborrecimento começou a abrandar. Anahí não se surpreendeu absolutamente. A fragilidade de May, a beleza de suas covinhas, sempre tiveram esse efeito nos homens. Mas Anahí ainda estava insultada intimamente pela grosseria do homem. Embora se visse que era um cavalheiro - sua roupa e suas maneiras assim o indicavam- Anahí não estava disposta a chamá-lo assim. Quando se inclinou ao chão para recolher sua cartola e encolheu seu bem formado traseiro, Anahí só pôde pensar em uma coisa. Sim, como gostaria de dar-lhe um bom chute no...
Sorvendo o nariz, May levantou a cabeça e dedicou ao bruto o mais sincero dos sorrisos.

-Senhor, estou em dívida com você -estendeu a mão- Sou a milady Maite Perroni. E você é...?

-Alfonso Herrera. -Com um movimento furtivo, beijou os dedos enluvados de May.- Um prazer, milady.
Maite sorriu ligeiramente.

-Vejo que já conheceu a minha prima, lady Anahí Portilla.

Anahí não ofereceu a mão; o salvador de Jack tampouco parecia esperá-lo. Inclinou a cabeça, e a boa educação que a tinha inculcado sua mãe inglesa disse que tinha que devolver a saudação. Assim o fez, embora sem o maior entusiasmo.
Nesse mesmo instante, encontrou-se engolindo outras coisas que não tinha previsto. Sua altura, por exemplo. Era alto, mais alto do que ela tinha pensado, tão alto como seus irmãos. E apesar de seu tamanho, seus reflexos eram surpreendentemente ágeis. Tinha o cabelo como as horas mais escuras da noite, e o mesmo negro espesso coloriam suas sobrancelhas. A aba de seu chapéu mantinha nas sombras as feições simétricas e quadradas de seu rosto. Mas então ele virou a cabeça apenas um pouco e ela pôde ver os seus olhos. Eram de uma cor cinza pálida bastante perturbadora, de uma tonalidade mais escura que o cristal. Inquietou-lhe, de uma forma que não podia definir bem, de uma forma que nada tinha a ver com a reprimenda de antes.
De repente, sentiu uma vontade inaudita de sair correndo. Nesse mesmo instante. Não gostava de Alfonso Herrera. Não desejava ter que fingir ser amável. Quanto antes saíssem dali, May e ela, melhor.
Mas, ao que parece, May pensava de outra maneira.

-Eu gostaria de ter a oportunidade de agradecer como é devido o que fez pelo meu filho, senhor. De fato- May falava com esse brilhante sorriso que seu marido, Derrick, dizia que o deixava sem fôlego- consideraria uma honra que se unisse a nós para jantar. A tia Mari não se importará, não é, Annie? Adoro a tia Marichelo, e não tem nada a ver com o fato de que sempre diz que sou sua sobrinha favorita. Tia Mari trouxe um pouco do decoro e da elegância inglesas à família, meu pai sempre dizia. Meu pai e o pai da Annie eram irmãos, sabe? Dois escoceses corpulentos e musculosos. E Alec sem dúvida se unirá a nós no jantar. Annie e Alec são meus primos, como certamente já deduziu, assim como seu irmão Aidan, que está fora, com seu regimento na Índia. Agora que seu pai morreu, Alec é o chefe da família, mas mantém seu domicílio em outro lugar. E tiaMari foi bastante generosa para deixar que eu e meu marido Derrick fiquemos com ela enquanto restauram nossa casa da cidade.
Que Anahí conseguisse sustentar a mandíbula sem que caísse por completo era um milagre. Poderia ter estrangulado May. Era verdade que sua mãe não se importaria ter um convidado. Mas por que diabos May teve que obsequiar esse estranho com um pedaço tão generoso da história familiar?
Sua expressão deve ter refletido o curso de seus pensamentos porque de repente Maite se deteve.