Fanfics Brasil - 48 A Paixão Secreta de Alfonso Herrera - AyA [adp-FINALIZADA]

Fanfic: A Paixão Secreta de Alfonso Herrera - AyA [adp-FINALIZADA] | Tema: AyA /RBD/Ponny


Capítulo: 48

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-Se quiser me encontrar, senhor - ah, tenho uma nova ideia!- Estarei na biblioteca. Lendo, possivelmente. Ou possivelmente, limpando-a.


  Não esperou para ver sua reação, por isso deu meia volta e começou a andar, determinada a pôr alguma distância entre eles. Seu caráter -esse que tinha assegurado não ter- era imprevisível.


  Uma hora na biblioteca fez pouco para acalmá-la. Outra hora em seu quarto, e seguia ainda inquieta. Depois de tantos dias enclausurada, não tinha se dado conta do quanto que sentia falta de estar ao ar livre. Precisava afastar-se um pouco da casa; ou para ser mais exata, precisava afastar-se dele. Cavalgar a limparia. Esfregando as mãos, aproximou-se da janela.


  As nuvens tinham passado ao longe. Só ficavam umas quantas, e se viam altas e distantes.


  Recuperado o bom humor, sorriu para si e se precipitou escada abaixo.


  Os estábulos estavam a pouca distância da casa. Um jovem de faces rosadas chamado Leif saiu para ouvir seu animado "olá" .


  Pouco depois, Anahí deixava os estábulos no lombo de um lustroso cavalo negro chamado Lady Jane. Deleitou-se com o repentino sentimento de liberdade. O ar era fresco a revitalizaria, justo o que necessitava. Era maravilhoso estar em uma cadeira de montar de novo. Não tinha se dado conta do quanto que tinha sentido falta disso. Relaxou e levantou o rosto para o céu. Não longe da casa havia um terreno de pasto, alagado com capim e demandando urgentemente um pouco de atenção. Tomou nota mental disso. Guiou Lady Jane pelo atalho que levava ao caminho principal, passando por sebes de abundantes samambaias e trepadeiras.


  O ar chegava carregado de um aroma de natureza selvagem. O campo circundante era de uma vez tosco e delicado, uma visão sempre cambiante de colinas e vales. Ela poderia terminar por amar tudo isto. O pensamento sobreveio de repente, e tomou forma com uma tenacidade surpreendente. Ah, pensou com nostalgia, mas faria melhor em não afeiçoar-se muito. Recordou-se que seu tempo aqui era limitado. Era estranho, mas isto a fez se sentir um pouco triste...


  Cavalgou um bom trecho, com força. Ao norte, o  páramo se estendia imenso e selvagem. Um tapete abundante de urze suavizava o contorno rochoso da terra. Apanhada pela terra, por sua beleza, seguiu cavalgando, sem pensar em outra coisa que não fosse no prazer do momento.


  Por fim puxou as rédeas de Lady Jane para que se detivesse no alto de um montículo coberto de erva. Ao sair de casa, o ar era quente. Agora chegava carregado de uma silenciosa umidade. Jogou uma olhada ao sol por debaixo da aba de seu chapéu.


  Mas não havia sol. A fronteira entre a terra e o céu tinha desaparecido. Anahí deu a volta na sela. O mundo se tornou uma quietude horripilante. Então, de repente, como se fosse dirigido por uma mão maligna e invisível, o vento começou a soprar, ganhando força à medida que atravessava os campos. A temperatura desceu bruscamente em questão de segundos. O céu virou uma inquietante cor azul escura. Como se fossem seres vivos, as nuvens começaram a enfurecer-se e revolver-se, aproximando-se perigosamente.


  Anahí puxou as rédeas com suas mãos protegidas pelas luvas. Alfonso havia dito. Estava desfrutando tanto do momento, que não se deu conta do quão rápido o tempo podia mudar.


  Soou um trovão. A escuridão e as nuvens pareciam aproximar-se de forma simultânea. Lady Jane virou de um lado nervosa. Anne pôs a mão no pescoço para tranquilizá-la. Ela respirou fundo. Não havia forma de distinguir o norte do sul, o este do oeste. Mas sabia que tinha cavalgado para o norte. Fez Lady Jane girar, e a pôs a galope.


  Não acreditou haver-se afastado tanto. Ia na direção certa? Começou a rezar com todas suas forças para afastar o pânico. Açulou Lady Jane para que cavalgasse mais rápido, mas a égua estava muito nervosa. Uma rajada de vento retirou seu chapéu que tão graciosamente levava preso à cabeça. As gotas de chuva começaram a fazerem-se constantes. E não eram só algumas gotas. A Mãe Terra estava dando rédea solta a sua raiva com contundência.


  A chuva golpeava a sua pele como se fosse granizo. Custava-lhe respirar e os pulmões começaram a arder. Era como cavalgar através de uma parede de água. O vento soprava em todas as direções. Aonde ia.


  Então, de repente, sentiu um calafrio. Teve uma sensação do mais inquietante, uma sensação que percorreu o seu corpo da cabeça aos pés. Os raios alagavam o céu. Incapaz de ver algo, tampou os olhos com o braço de forma instintiva. Lady Jane deu um relincho assustado e parou em seco.


  Anahí esteve a ponto de sair disparada. Descendo do cavalo, abraçou-o para proteger do vento, sujeitando as rédeas e lutando por seguir avançando.


  O frio não a deixava respirar. Levava as botas de pele cheias de barro. Escorregou uma e outra vez. Se não tivesse presa às rédeas teria caído de bruços sobre a terra. Ao fim viu a cancela da entrada e o caminho que transcorria por ela.


  Havia um barracão desmantelado justo do outro lado da cancela. Tinha-o visto antes e se perguntou por seu deprimente estado. Lutando contra o vento, meteu-se sob o beiral da casa e puxou Lady Jane para que se cobrisse também.


  Havia uma pilha de madeira carbonizada e enegrecida no canto oposto. A água penetrava por um buraco do teto. O refúgio deixava muito que desejar, mas era melhor que estar a céu aberto.


  Uma voz dizia que não devia ficar ali. Alfonso tinha razão. E ela se deu conta disso.


  Esperar que seu marido não se desse conta de sua escapada era querer muito.



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Autor(a): anywhen

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Comentários do Capítulo:

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  • flafeitoza Postado em 27/06/2012 - 11:26:52

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  • flafeitoza Postado em 27/06/2012 - 11:26:51

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  • flafeitoza Postado em 27/06/2012 - 11:26:51

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  • flafeitoza Postado em 27/06/2012 - 11:26:49

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