Fanfic: A família Uckermann (Adaptada) | Tema: Rebelde

A linha ficou silenciosa, e Dulce amaldiçoou a prudência dele. Alguém até poderia pensar que estava com a doença que deixa a boca espumante. E falando nisso...
— Tem uma criatura gigantesca na porta, que não quer ir embora. Ele está latindo, uivando e arfando... 
— Ah, é o Chester.
— O quê?
— Chester. Meu cachorro.
—Aquele canino pestilento e mordido de pulgas era seu bicho de estimação?
— Ei, não precisa ofender...Como está a aparência dele? — quis saber Arthur.
Aquilo era alguma piada?
— Parece o cão do inferno.
Uma risada ecoou do outro lado da linha.
— É ele. Só pode ser Chester. Ele esteve fora, farreando. Sempre faz isso. Alguns dias depois, ele arrasta seu traseiro arrependido até em casa, atrás de uma cama quente e um bom prato de comida.
— Você deixou essa fera correr solta por aí? Andar com outros cachorros?
— Não. — Ele se corrigiu. — Só que ainda pensa que seu equipamento continua intacto.
Dulce torceu o fio do telefone, enrolando-o em volta do pulso.
— É melhor que ele não tenha a mania de subir na perna das pessoas.
Christopher deu uma gargalhada.
— Nunca vi Chester fazer isso. Mas, claro, uma vez ele enfiou o nariz no vestido daquela gata maravilhosa.
Dulce olhou enfezada para o telefone.
— Que gata maravilhosa?
— Chester só fez isso uma vez, de qualquer maneira.
— Uma vez é o suficiente.
— Eu sei, mas você não pode culpar um sujeito por tentar.
— O que você espera que eu faça? Estou trancada em casa com uma criança adormecida e o seu fiel animalzinho está tentando cavar um buraco debaixo da porta da frente.
— Então deixe o cachorro entrar. Ele não vai machucá-la.
— Você não pode estar falando sério. Esse cachorro é grande e feio. E também é um bocado nojento — acrescentou ela.
— Ah, ele deve ter brincado na lama. Corrido na chuva e tudo mais. Mantenha a calma, vou passar aí para dar um banho nele.
— É melhor você vir logo.
— Pode deixar.
Desligaram, e Dulce ficou esperando. E esperou mais um pouco.
Miguel despertou com um choro lamuriento. Dulce pegou o bebê no colo, levando-o até a sala de estar para esperar com ela. Seus olhos sonolentos se tornaram grandes e brilhantes. Quando o menino começou a balançar as mãos, golpeando o rosto com elas, Dulce tentou apaziguá-lo.
— É só o cachorro do papai, meu anjo.
— Ta...ta...ta.
Finalmente, Dulce ouviu o motor da caminhonete de Christopher, e assim que se certificou que ele havia prendido o cão, abriu a porta e espiou pela tela da porta.
Miguel fez um ruído de alegria, e Dulce o balançou com os quadris.

No pátio da frente, a duras penas Christopher tentava dar um banho na criatura. Enquanto o rapaz lutava para ensaboar e molhar o cachorro com a mangueira, xingando a cada tentativa frustrada, Miguel ria estrondosamente.
Dulce também riu. Enfim, Chester sacudiu seu corpanzil preto, encharcando seu mestre com água.
Miguel bateu palmas, e o cachorro de Christopher apareceu na porta de tela.
— Quem deu um banho em quem? — provocou Dulce.
— Muito engraçado. Será que você pode me trazer algumas toalhas?
Abrindo apenas um bocadinho da tela, Dul deslizou as toalhas pela fresta estreita. Christopher se enxugou primeiro, depois foi atrás do cachorro.
— Venha aqui fora conhecê-lo — convidou Christopher.
Dulce abraçou o bebê.
— E se ele tentar morder Miguel?
— Chester gosta de crianças.
— É melhor mesmo.
— Ele gosta, eu juro.
— Está bem. — Desconfiada, Dulce rastejou para fora, segurando o filho bem firme.
Miguel fingiu bater asas, e Dulce torceu para que aquele cachorro esquisito não o confundisse com um pássaro. A fera gania, agitada.
Christopher escoltou Dulce e Miguel até o balanço da varanda, e o cão seguiu atrás.
— Chester, diga olá para Dulce.
— Ta...ta... ta... ta.
— Você quer conhecer o cachorrinho? — encorajou Christopher — Então venha aqui. — Forrou o colo com uma toalha seca e tomou o menino de Dulce.
Deixou que Miguel acariciasse Chester, e o cachorro aconchegou o focinho na mão do menino.
— Essa não — disse Dulce admirada. Chester era manso como uma ovelha. Uma ovelha muito feia, com um focinho pontudo, olhos caídos e orelhas enormes. — Onde você arrumou esse cachorro, Chris?
— No abrigo de animais. Eu estava... ele estava... — Hesitante, pigarreou. — Eu o peguei alguns meses depois que você partiu. Precisava de alguém para me fazer companhia. A casa estava quieta como o diabo, e Chester trouxe um pouco mais de vida a este lugar.

Continua... Posto Mais A Noitezinha Ta Pessoal? Aproveitem E Comentem Um Pouquinho Né?