Fanfic: O Estado de Sangue | Tema: Fim do Mundo.

1x03 - Adeus Shopping (Parte 1).

Bruno de tanto que revezava pensamentos ruins e olhares para a Ana enquanto esperava a volta do irmão notou que a garota estava muito quieta, sozinha sentada em um canto do banheiro, com a cabeça entre os joelhos e os braços apoiados nas pernas, então resolveu ir perguntar.

-Paula, tudo bem com você? Você está muito quieta, o que está acontecendo? - Perguntou o garoto, abaixando-se na frente da garota e colocando sua mão sobre um dos braços da garota que estava apoiado ao joelho.

-Minha família, minha mãe e minha irmã estão viajando, não sei como está o mundo lá fora, e meu pai... - Parou a garota quando uma lágrima escorreu dos seus olhos, logo a menina engoliu o choro enquanto olhava o garoto.

-Seu pai? O que tem ele? - Perguntou Bruno já se sentando ao lado dela, sem parar de olhar para o rosto pelo qual é apaixonado.

-Eu fui tão ignorante com ele ontem, por causa desse maldito shopping. Ele é policial e foi atender á um chamado ontem à noite, e hoje de manhã ele ainda não havia voltado - Disse a garota, com os olhos enchendo-se de lágrimas novamente tentando explicar a situação a Bruno.

-Fica tranqüila, nós o encontraremos! - Disse Bruno enquanto passava o braço por trás da garota e a abraçava.

                Enquanto todos estavão pensando em alguma forma de sair dali, Bruno e Paula no canto do banheiro, Luana e Julia próximas ao box que havia a abertura para as tubulações, um cara e a família mais ao fundo, ouviram vozes vindas diretamente dos dutos de ar, seria Daniel e sua mãe?

-Corta essa, são realmente zumbis? É o que agora? Resident Evil? - Parecia a voz de Daniel, soando pela tubulação de ar, já chegando ao banheiro.

-Apenas atire na cabeça, e eles morrem, é disso que sei - Respondeu uma voz mais velha com um som pouco mais baixo, uma voz também masculina.

Rapidamente Bruno levantou-se e caminhou até o box, subiu em cima do vaso sanitário e observou duas sombras se locomovendo lentamente, era Daniel, e mais a sombra de outra pessoa atrás dele. Então Bruno se afastou saindo do box e Daniel desceu de volta pro banheiro lentamente e com dificuldade de sair daquele lugar apertado, e logo em seguida o policial, que é surpreendido quando olha ao redor e vê uma garota sentada ao canto do banheiro.

-Pai! - Disse Ana Paula que rapidamente se levantou e correu em direção ao policial.

-Paulinha, graças a Deus você está bem! - Respondeu o policial emocionado, quando os olhos encheram-se de lágrimas.

-Pai, eu não consigo falar com a mamãe, meu celular perdeu o sinal a pouco - Disse a garota abraçando seu pai com toda a força que havia nos braços.

-Eu já tentei, mas o dela também estava sem sinal, e não recebia a chamada. – O pai da garota retribuiu o abraço fazendo carinho nos cabelos da filha

-Ok, ok, desculpa interromper o momento família, mas qual seu nome? - Perguntou Daniel ao policial. -Eu acabei esquecendo este pequeno detalhe! – Daniel perguntou em meio á um sorriso sem jeito.

-Paulo, e o de vocês? - Respondeu Paulo com outra pergunta, agora abraçado de lado com a filha.

-Bom, eu sou Daniel, aquele é meu irmão mais novo Bruno, minha namorada e a irmã são Luana e Julia, o cara ali e a família eu não sei.

-Meu nome é Marcos, minha mulher Andréa e os meus filhos são Pedro e Eduarda - Disse o pai da família que pela primeira vez se pronunciou com o grupo.

-E eu sou Cesar, Cesar Andrade... Doutor Cesar - Aproximou-se o rapaz alegando ser um médico.

                Não demorou muito e o pior acontecia, já havia uma grande quantidade de monstros batendo na porta do banheiro que já movimentava cada vez mais o gabinete que não iria suportar muito tempo na frente da porta, e como alguns zumbis seguiram Daniel e Paulo, certamente haveria mais monstros esperando por eles na saída pela qual entraram. Sem pensar muito o policial deu uma ordem, que seria melhor do que esperar os monstros entrarem no lugar.

-Vamos, subam todos para as tubulações, teremos que sair daqui por outro lugar! - Disse o policial já apontando o buraco no alto da parede.

-Eu conheço esse shopping de olhos fechados, posso ajudar lá em cima! - Disse Julia se gabando e tomando a frente do grupo.

-Então vai à frente garota! Anda... Seja útil em alguma coisa! - Daniel disse, se abraçando a Luana.

-Credo! Agora sei com quem o Bruno aprendeu a ser arrogante! – Murmurou a garota entrando no box do banheiro

                Então Julia subiu no vaso sanitário e finalmente adentrou na tubulação não demorou muito e o restante do grupo fez o mesmo, subindo Luana, Ana, Bruno e Daniel, as crianças da família de Marcos e sua mulher, o próprio Marcos, logo Cesar e por último o policial entrou no buraco. Um pouco confusa, a garota conseguiu guiar a todos para a saída, após muitas curvas difíceis por serem tubulações de aço, mas eles haviam que descer pra um corredor ainda dentro do shopping, o qual os levaria até o estacionamento, seria algo muito complicado descer sem fazer barulhos, e ainda mais sem saber se existe ou não mortos neste corredor, mas desceram.

-Rápido desçam todos! - Disse Julia, após saltar pela pequena tampa no meio de um corredor, o barulho da tampa caindo foi inevitável.

-Que lugar mais apertado - Sussurrou Paulo descendo por último e visualizando o perímetro cuidadosamente.

                Após todos descerem, foram andando silenciosamente pelo corredor, que por sorte não era tão grande, encontraram três monstros no caminho após o corredor, já do lado de fora, mas não foi problema, eles se locomoviam muito devagar, Paulo com um pedaço de madeira que recolheu em uma lixeira ao lado da saída do corredor, acertou o monstro na cabeça, a fim de evitar barulho usando a arma de fogo. Segundos depois todos pularam a cerca do estacionamento que não era tão alta e seguiram cuidadosamente até onde estavam os carros, era um estacionamento farto de carros luxuosos e caros, parecia um estacionamento de gente rica que estava naquela cidade apenas buscando sossego e descanso.

-Não entendo o porquê não tem nenhum deles aqui dentro - Criou uma questão Marcos observando os arredores do local.

-É por que, é um estacionamento "VIP" - Respondeu Julia, atropelando as palavras de Marcos enquanto jogava os longos cabelos louros para o lado, claramente se exibindo para o cunhado Bruno.

-Então, agora como saímos? - Perguntou Bruno sabendo que todos os carros estavão trancados, sem chaves alguma.

-É um estacionamento pra quem tem dinheiro, eles pagam pros manobristas estacionarem, e com certeza deixam as chaves até irem embora - Disse o doutor olhando para Daniel e Paulo, procurando por uma solução.

-Legal, então as chaves devem estar dentro daquele gabinete - Apontou Daniel, para uma pequena sala ao fundo do local, á cerca de oito metros de onde estavam.

-O meu carro está aqui, mas a chave também está lá dentro - Disse o doutor novamente, enquanto apontava para um belo Mitsubishi Eclipse modelo do ano 98, azul com detalhes pretos.

-Ok, eu e o Cesar vamos até lá, você Marcos fica aqui e me dê cobertura - Disse Paulo entregando uma de suas duas armas .22 a Marcos.

-E novamente, eu fico aqui com o grupo também... - Sussurrou Bruno que estava ao lado de Ana e Julia, ambos encostados em uma parede.

-O quê? - Perguntou Ana, quando um manobrista infectado se aproximava lentamente sem ninguém perceber...