Fanfic: O Estado de Sangue | Tema: Fim do Mundo.

1x04 – Adeus Shopping (Parte 2)

-O que? - Perguntou Ana, quando um manobrista infectado se aproximava lentamente sem ninguém perceber...

-Nada não - Respondeu Bruno que se virava lentamente para o lado que estava Ana Paula, em frente a outro corredor.

                O manobrista infectado que saiu desse tal corredor então partiu pra cima da garota espalhando no ar um horrível cheiro podre que reviraria o estomago de qualquer um que sentisse então o monstro deu uma leve mordida no braço esquerdo de Ana, encravando aqueles dentes podres em sua pele clara, e arrancando um pequeno pedaço de carne e veias, apesar de morto a mordida é muito forte. No mesmo momento em que o zumbi puxou a mordida no braço de Ana, Bruno se movimentou rápido e acertou um forte pontapé no joelho do monstro, que acabou caindo para trás. Logo o restante do grupo se virou e se deparou com o que estava ocorrendo.

-Eu não consigo atirar! Socorro! - Gritou Marcos apontando a arma para o monstro que começou a rastejar em direção à garota que apenas chorava de dor, enquanto Paulo e Cesar voltavam com as chaves.

-Não, não, meu Deus, me ajuda - Dizia Paula desesperada por ser mordida. Colocou a mão em cima da mordida pressionando com força enquanto buscava seu pai com os olhos que ficavam embaçados com tantas lágrimas.

-Monstro maldito! - Berrou Bruno quando se aproximou do monstro e lhe deu um forte chute na face deformada, logo continuo chutando o pé da orelha do morto, logo aproveitando a situação e liberando seu ódio pelo momento, Bruno distribuiu diversos pisoes no crânio do monstro, espalhando no seu tênis e no chão, vários pedaços humanos já podres e lesionados por si mesmo.

-Filha! Filha, o que aconteceu? – Paulo saíra correndo da guarita, com passos longos e muito rápidos, e então chegou próximo à filha também desesperado.

-Ele me pegou pai, vou morrer, é meu fim! Pai eu não quero morrer assim. - Respondeu Paula que ainda estava chorando, e então afogou o rosto no peito do pai, sem soltar o braço mordido.

-Deixe me ver seu braço filha... – Paulo então segurou a mão ensanguentada da filha e a tirou de cima do local mordido. Ficou um ferimento horrível, uma mistura de pele distorcida e sangue escorrendo, era tão feio que quase dava pra ver o osso, ficava um bem no meio do braço, pouco acima do pulso.

                Seu pai então rasgou um pedaço de sua farda na parte da manga e então a amarrou no braço da garota, um pouco acima da mordida e deu um forte nó que na mesma hora deixou a pele branca avermelhada, abocanhou o braço da filha e passou a sugar o possível vírus antes que ele se espalhasse para todo o organismo e corpo dela. Bruno  que havia destruído a cabeça do zumbi com tantos chutes estava desesperado  e então encostou-se a um carro próximo e escorregou as costas pela porta vermelha e encolhido levou as mãos a cabeça enquanto pensava no pior, a morte de Ana Paula.

-Doutor, vai ficar parado, me ajuda porra! - Disse Paulo nervoso enquanto observava Cesar que já havia voltado da guarita com as chaves de dois carros não mão.

-Eu nada posso fazer me desculpe, mas você já fez todo o procedimento, eu iria fazer o mesmo - Respondeu Cesar se aproximando um pouco mais do pai e da filha que estavam abaixados chorando em uma parede ao lado do corredor de onde surgiu o zumbi.

-Pessoal, acho melhor sairmos daqui e pensar um pouco mais em outro lugar - Disse Daniel avistando um dos portões cheios de zumbis querendo entrar, eram três portões, dois a frente e um na parte do fundo do estacionamento VIP.

                Rapidamente se dividiram em três grupos e cada um seguiu para um carro. No carro do Doutor Cesar estava: O dono dirigindo, Paulo e Ana Paula que segundo antes de adentrar o veículo acabou por desmaiar, nos bancos de trás; Logo atrás em um belo Hyundai Tucson estava, Daniel que por ser um adolescente aventureiro sabia dirigir, Luana no banco do passageiro, Bruno e Julia nos bancos de trás; E no último carro, Azera, estava Marcos e Andréa com suas crianças.

-Será que ela está bem? Meu Deus foi tudo minha culpa - Dizia Bruno abaixando a cabeça. Ele mal conseguia encarar os outros dentro do carro, logo o mesmo encostou a cabeça no vidro do veículo enquanto o irmão acelerava o carro cada vez mais, seguindo o primeiro carro, de Cesar.

-Bruno não fica assim, não foi culpa sua - Disse Julia tentando o consolar tocando o braço dele de leve, com uma expressão triste no rosto, obviamente estava sentida pelo fato que acaba de ocorrer.

-Julia, cala a boca! Não quero ouvir sua voz! - Respondeu Bruno encolhendo o braço evitando o toque dela, sem ao menos olhar o rosto da garota, este não aceitava o fato de Julia ter gostado dele, enquanto ele gostava de Ana.

-Têm como vocês dois aí atrás calarem as bocas? - Perguntou Daniel, com um ar de bronca os encarando pelo espelho interno superior da Hyundai.

-Por quê? Porque você é tão estúpido? Eu não posso querer te ajudar que você me acha oferecida? - Disse Julia aumentando o tom de voz virada para o garoto que a ignorava fechando os olhos.

-Julia, cala a boca! Agora quem tá pedindo sou eu - Disse Luana. Visivelmente irritada com a discussão dos dois.

-Você estava em cima de mim desde o filme, eu só quero ficar quieto, me deixa – Bruno encarou Julia e novamente foi arrogante com a cunhada que apenas tentava consolar pela garota que foi mordida.

Julia apenas virou o rosto para a janela e sentiu um nó na garganta. Olhou para o céu para evitar que as lágrimas caíssem e então fez o mesmo que o cunhado encostou a cabeça no vidro e fechou os olhos.

                As ruas estavam cheias de zumbis e também de carros abandonados, em algumas ruas estava impossível de trafegar. Fazendo o grupo tomar caminhos alternativos. Na verdade nem sabiam para onde estavam indo, mas o que todos sabiam era que precisavam achar um lugar seguro logo, pois  andando de carro estavam muito expostos e também teriam que cuidar de Ana.

Tomar decisões nessa altura do campeonato, não estava fácil. Olhavam por todos os cantos procurando algum lugar, ou quem sabe até mais sobreviventes, mas pelo visto não iam encontrar, todas as frequências de rádio diziam a mesma coisa. “As autoridades persistem que se mantenham isolados dos infectados até que a situação se resolva pelo governo”. Estava mais claro que água potável que o governo não tinha esse poder para controlar a situação, qualquer ligação para a delegacia ou para o resgate caia na caixa postal, muitas pessoas morreram, e aquele grupo sabia que ficar parado não era a melhor solução no momento e por isso procuravam por um local seguro.

Alguns minutos após a discussão no segundo carro, Cesar encontrou um local que aparentava ser seguro. Era a escola onde os garotos estudavam em uma rua vazia. Paulo então desceu do carro deixando sua filha desacordada no banco de trás do Eclipse, sujando o banco de sangue, e logo avistou Daniel que também saíra da Hyundai, ambos pularam o muro da escola e depois de muita força e estratégia, fizeram uma espécie de gambiarra no motor e o portão se abriu, e segundos após os carros entrarem, fecharam o portão. Fizeram um rápido visual na escola e por enquanto estavam seguros, não havia nenhum morto por perto.