Fanfic: A Bela e a Fera •AyA• Adaptada FINALIZADA | Tema: AYA/ PONNY

Quando ele não respondeu, o coração de Anahí apertou-se e a dor foi quase insuportável. Por fim, ela falou, lentamente:

— Não poderemos ter nada, se não confiar em mim. Tudo parece temporário, como se estivéssemos usando um ao outro.

Por um longo momento, apenas fitou-a, travando uma batalha interna entre o que desejava e o que não podia ter. Alfonso ergueu a mão para ela e convidou:

— Venha para mim, Anahí. Enquanto ainda tenho forças. — A mão dele tremia. — Venha ver o monstro que deseja que a toque.

—Você não é um monstro.- Anahí levantou-se, olhando para a mão estendida no ar. Os dedos de Alfonso tremiam, e ela apressou-se para ele, segurando-lhe a mão e apertando-a contra o rosto.

— Oh, Anahí— gemeu Alfonso. Ela puxou-o para a sombra.

— No escuro — sussurrou —, somos iguais. Não, shh... Não sou a antiga rainha da beleza. Você não tem cicatrizes. Somos apenas duas pessoas, Alfonso. Não existe nada, além disso.

— Não podemos ficar aqui, e na luz...

— Na luz somos duas pessoas, cada qual com suas imperfeições. — Ela ergueu o olhar, vendo a silhueta das cicatrizes que ele escondera por tanto tempo, mas não com nitidez. — Me mostre.

Alfonso respirou fundo, sabendo que aquele era o momento em que perderia tudo que tinha conseguido e que tanto desejava. Virou-se para o fogo, lentamente, levando-a consigo.

A luz espalhou-se sobre o rosto de Alfonso, que se encolheu, num gesto instintivo, embora não deixasse de fitá-la. Ele esperou. Esperou pela repugnância, pela rejeição no rosto de Anahí.

Mas nada aconteceu.

Anahí observou-o, lentamente, sentindo a tensão que o dominava, como se esperasse vê-la sair correndo dali. Mas não iria a lugar algum. Ele encontrara coragem para mostrar-se, e não iria decepcioná-lo. Aquele momento significava muito para ela, revelando-lhe coisas que Alfonso não conseguira dizer. E aquela confiança era o maior presente que poderia receber.

Ele ainda era um homem muito bonito. Só de fitar aqueles lindos olhos azuis, iguais aos da filha, o coração dela disparou.

— Seus olhos são maravilhosos — disse ela. — E parece que esperei décadas para vê-los.

Por um instante, ela apenas saboreou o momento. Então, seu olhar voltou-se para as cicatrizes. Quanta dor ele devia ter sofrido, imaginou, tocando com a ponta dos dedos as marcas que tanto o faziam sofrer. Ele fechou os olhos, respirando pesadamente.

Eram como marcas das garras de um animal selvagem. Duas tinham cortado a testa, próximo aos cabelos, uma descia pela sobrancelha. Havia outra no canto de uma pálpebra, perto do olho.

Mais uma descia pelo rosto, até a mandíbula, continuando pelo pescoço, até desaparecer dentro da camisa.

Alfonso continuava imóvel, como uma estátua de pedra, os braços ao lado do corpo, os punhos cerrados. O coração de Anahí quase se partiu ao pensar nos anos de solidão, acreditando que a aparência o impedia de ser amado, esquecendo o ato de coragem que provocara as marcas.

— Você sobreviveu a tudo isto — sussurrou ela, surpresa e emocionada.

Ele fitou-a nos olhos, vendo que se aproximava ainda mais.

— Anahí...

— Shh. — A mão dela deslizou para a nuca de Alfonso, puxando-o para mais perto. Ela beijou de leve as marcas na testa, nos olhos, no pescoço, ternamente, abrindo um a um os botões da camisa e continuando a beijar as cicatrizes que atravessavam o ombro.

Ele gemeu, agarrando-a pela cintura e tentando afastá-la.

— Anahí, não!

Ela abraçou-o, compreendendo o medo e a ansiedade.

— Por favor, Alfonso, não me afaste. Você suportou tanta dor. Agora são apenas marcas na memória. — Ele sacudiu a cabeça, mas Anahí continuou beijando cada cicatriz, e os lábios dela eram como um bálsamo. — Não vejo deformidade. O que vejo são sinais de sua coragem. Ferimentos de uma guerra à qual sobreviveu.

O coração de Alfonso batia forte, e ele deslizou a mão pelas costas macias, enterrando os dedos nos cabelos sedosos. Com um gesto brusco, inclinou a cabeça dela para trás.

— Não quero sua piedade.

Os lábios dela curvaram-se num sorriso, antes de fitá-lo diretamente.

— Minha maravilhosa fera — disse, num tom baixo e sedutor. — A última coisa que sinto por você é piedade.

— Há muito mais — murmurou Alfonso. — Minhas costelas, meu quadril... A perna.

— Eu não me importo. Quando vai entender isso?

— Eu nunca... Isto é, nenhuma mulher me tocou... Ela sorriu, suavemente.

— Nossa... É quase virgem, então?

Ele riu baixinho, mas ficou imóvel quando Anahí encostou o corpo ao dele. Sentia cada curva, os seios macios sob o roupão, percebendo que ela estava nua sob o tecido fino.

Cada célula de seu corpo vibrava, clamava por Anahí. Murmurou o nome dela, as mãos percorrendo o corpo perfeito.



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finalmente ele mostrou!!! a web já está quase acabando =(