Fanfic: A Bela e a Fera •AyA• Adaptada FINALIZADA | Tema: AYA/ PONNY

De repente, Mark afrouxou a gravata e desabotoou a camisa, mostrando as terríveis cicatrizes de queimaduras que lhe cobriam o peito e o ombro, e que mal podiam ser vistas sob o colarinho.

Alfondo largou o copo sobre a mesa.

— Estava curioso para saber se eram piores do que as minhas — disse Mark.

— Acho que são iguais — disse Alfonso, apontando com um gesto a cadeira a sua frente. — Se não se importa de me dizer, como aconteceu?

O jovem policial sentou-se, abotoou a camisa e começou a contar:

— Naquele tempo eu era casado. Tinha terminado a academia militar fazia dois anos e estava servindo em Orangeburg quando fui chamado para ajudar num incêndio. Era num orfanato para crianças com problemas emocionais. Fui o primeiro a chegar e...

O furacão continuou por mais dois dias, antes de deslocar-se para o norte, deixando um rastro de destruição. Na manhã ensolarada e fria, os hóspedes despediram-se. Anahí tinha feito novas amizades e Alfonso parecia ter criado um forte laço com o jovem policial Mark. Ela estava contente por isso. Ao acordar na manhã seguinte e encontrar Alfonso preparando o café de Kelly, sentiu uma onda de tristeza invadi-la. Alfonso não precisava mais dela. Nem Kelly. A menina estava vestida e penteada, e parecia muito feliz.

— Bom dia — disse Alfonso, e sua expressão mudou ao fitar os olhos dela.

Anahí forçou um sorriso.

— Bom dia para os dois.

Kelly virou-se na cadeira, com um pedaço de bacon na mão. Anahí roubou-o com um gesto rápido, beijando o rosto da menina.

— Dormiu bem? — perguntou Alfonso, enquanto ela se servia de café.

Ela adormecera assim que tinham se deitado e, pela manhã, como sempre fazia, tinha voltado ao próprio quarto. Alfonso gostaria de poder acordar com ela nos braços.

— Sim. Não percebi que estava tão cansada.

— Você foi incrível — disse ele.

Ela fitou-o por cima da borda da xícara.

— Você também.

Por que os olhos dela estavam tão tristes? Imaginou ele, ao colocar as torradas na frente de Kelly.

Anahí forçou-se a terminar o café, embora sua bagagem já estivesse arrumada. Não queria ir, não queria dizer adeus. Mas agora Alfonso podia cuidar de tudo. O trabalho dela terminara. Katherine Davenport telefonara no dia anterior, avisando que tinha conseguido um novo trabalho.

Era hora de partir. Anahí estava arrasada.

— Kelly e eu vamos à cidade. Não quer ir conosco?

— Não. Tenho muitas coisas para arrumar e estou um pouco cansada.

Alfonso aproximou-se, passando os braços à volta dela.

— Senti falta de você ontem à noite.

Anahí apenas assentiu, e ele tentou entender a expressão desolada no rosto dela.

— O que foi?

— Nada que um bom sono não possa curar.

— Por que não volta para a cama? São só oito horas.

— Quem sabe?! — respondeu ela, incapaz de dizer mais nada.

Alguns minutos depois, Alfonso e Kelly saíam prontos para enfrentar as outras pessoas e desfazer qualquer boato, de uma vez por todas.

Anahí lavou a louça do café, preparou algo para o jantar, e chamou um táxi.

Estava parada no cais, lutando contra as lágrimas. Estava dividida. Não queria deixar as duas pessoas que mais amava, mas não tinha escolha. Parte dela lhe dizia para ficar e continuar como estava. Mas seu coração advertia que Alfonso nunca lhe pedira para ficar, nunca falara sobre o futuro. Depois da experiência com Paul não queria se arriscar.

Alfonso sabia que era temporário. Seu trabalho terminara.

— Aonde pensa que vai? — disse uma voz atrás dela. Ela endireitou-se, sem se virar.

— Para casa.

— Pensei que estivesse em casa.

A raiva era muito clara na voz dele.

— Não, Alfonso. Vim para ajudá-lo com Kelly, para integrá-la em sua vida.

— Só isso? E vai me abandonar?

O coração de Anahí se apertou ao perceber a dor na voz dele.

— Tenho que ir.

Ele agarrou-a pelo braço, forçando-a a encará-lo.

— Por quê?

— Meu trabalho acabou.

Ele mal podia controlar a raiva.

— É o que Kelly e eu significamos? Apenas mais um emprego?

— Não!