Fanfics Brasil - 5º A Bela e a Fera •AyA• Adaptada FINALIZADA

Fanfic: A Bela e a Fera •AyA• Adaptada FINALIZADA | Tema: AYA/ PONNY


Capítulo:

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Devia ter telefonado pedindo as compras, pensou Anahí, enchendo o carrinho e tentando ignorar as pessoas que a observavam, os jovens, muito mais jovens do que os que pensaria em namorar, fitando-a intensamente. Ela sorriu docemente, um típico sorriso de passarela, admitiu, rindo baixinho. Alguns homens eram pescadores, e ainda usavam as botas de borracha da pescaria.


Checando a lista, Anahí dirigiu-se ao caixa. Vai começar, pensou, vendo que as pessoas aproximavam-se de onde estava como felinos. Um adolescente que varria o chão chegou mais perto. A vendedora parecia não ter pressa, fitando-a demoradamente, apesar da fila. Os clientes não tiravam os olhos dela. Não era de admirar que Alfonso não saísse de casa. O que teria acontecido com a hospitalidade do sul?


- Você é nova aqui? - perguntou a vendedora, uma loira que usava argolas enormes nas orelhas e mastigava chiclete.


- Sim. É uma linda ilha - disse Anahí. Era melhor deixá-los orgulhosos da terra onde viviam.


- Está no castelo, não é?


- Sou a babá que o Sr. Herrera contratou.


- Babá?! - exclamaram várias pessoas ao mesmo tempo. Anahí olhou ao redor, fitando um a um, todos que estavam próximos.


- O Sr. Herrera está esperando a filha chegar, e estou aqui para cuidar dela.


- Pobre criança - disse uma velha senhora, num tom sombrio.


- Por quê? - perguntou Anahí, embora soubesse a resposta.


- Imagine ter um homem tão horrível como pai.


- Conhece o Sr. Herrera? - perguntou Anahí.


- Não exatamente.


Esperando que sua expressão fosse da mais pura inocência, indagou:


- Então, como pode saber como ele é?


- Ele nunca sai daquele lugar - disse a vendedora. - Não mostra o rosto há quatro anos. Nem mesmo Dewey, que mora lá, conseguiu vê-lo de perto.


Dewey, Anahí imaginou, devia ser o caseiro, que ainda não conhecera.


- Ele está desfigurado - gaguejou o jovem que embalava suas compras.


- Se nunca o viu, como pode saber disso?


O garoto deu de ombros, como se fosse de conhecimento geral. Embora ninguém tivesse visto Alfonso.


- Não acho que a aparência seja importante - respondeu ela, tentando controlar-se, e detestando que as pessoas dessem tanta importância às aparências. Ela sabia, por experiência própria, como isso era injusto e preconceituoso, embora por motivos opostos. As mulheres recusavam-se a serem suas amigas, acreditando que se imaginava melhor do que elas. Os homens quase pisoteavam uns nos outros para aproximar-se, todos tentando levá-la para a cama, ou convidá-la para um acontecimento social, onde pudessem exibi-la como um troféu. Ninguém, nem mesmo o ex-noivo, conseguira ver além do rosto lindo que Deus lhe dera. E, aparentemente, ninguém queria ver além das cicatrizes de Alfonso.


Tudo isso fazia Anahí sentir um estranho impulso de defender um homem que nem conhecia. Era difícil manter o controle diante de tantos preconceitos.


- Coloque na conta dele, e mande entregar por volta das três - pediu, saindo depressa sentindo que todos os olhares a acompanhavam.


Em vez de pegar um táxi para casa, resolveu acalmar-se, caminhando pela pitoresca cidadezinha. Mas as lembranças continuavam a atormentá-la. A mãe, arrastando-a para comerciais de tevê, desde bem pequena, os concursos, tudo que sempre detestara. E quando crescera, escolhia participar apenas dos que lhe interessavam, porque queria ir para a faculdade, e precisava do dinheiro.


Olhando em volta, viu as vitrines das pequenas lojas, os bancos de madeira espalhados por vários locais, turistas e moradores passeando e fazendo compras. Dois homens mais velhos sentavam-se junto ao cais, trocando histórias de pescaria. Anahí sorriu, lembrando-se do avô, sentado na cadeira de balanço da varanda, esculpindo pequenos animais de madeira para que ela e os irmãos brincassem. Aliás, eram os únicos brinquedos que tinham. Uma vida simples, mas cheia de amor, pensou, com saudade do avô.


Ela respirou fundo, saboreando a brisa fria que vinha do mar. Como o sol estava alto ainda fazia calor, mas logo chegaria a estação dos furacões, com chuva, umidade e frio intenso. Cruzando os braços para proteger-se, andou mais depressa para a pequena estrada que levava ao castelo. Em poucos minutos entrava no calor acolhedor da casa.


Depois de preparar café, esfregou os braços gelados, e ouviu um ruído vindo de fora. Franzindo a testa, foi até a porta de trás e afastou as cortinas que cobriam a pequena janela. Todos os seus impulsos femininos tornaram-se vivos e intensos, ao ver as costas nuas do homem que cortava lenha. Os músculos poderosos moviam-se numa dança da qual não conseguia afastar os olhos.


Alfonso. Como era bonito, usando apenas jeans e botas! De onde estava, podia ver apenas o perfil do rosto, com certeza o lado sem cicatrizes, já que os traços eram aristocráticos e bem-feitos. Os cabelos escuros flutuavam ao vento, cobrindo totalmente a nuca. Os braços eram fortes, musculosos, e ao erguer o machado para cortar mais uma tora, Anahí pôde ver como eram poderosos, já que a madeira partiu-se em um golpe. Ele deu mais alguns golpes e depois parou apoiado no cabo do machado. Quando começou a falar, Anahí percebeu que não estava sozinho e foi até a janela. Outro homem, mais velho, sentava-se num banco e brincava com um canivete. Era Dewey Halette, e aparentemente era bem mais do que um caseiro. Era amigo de Alfonso. Talvez seu único amigo. Dewey conversava animadamente, o rosto moreno e enrugado meio coberto pelo boné. A camiseta escura ajustava-se ao tórax esguio, e o jeans estava tão gasto nos joelhos que a cor desbotara. Ela observava os dois homens, e como se Alfonso soubesse que estava ali, continuava de costas. Ainda assim, pôde ver cicatrizes longas e finas descendo pelas costelas, como se tivessem sido feitas por adagas afiadas. Devia ter sido muito doloroso, e mais uma vez, imaginou como teria sido o acidente. De repente, ele inclinou a cabeça para trás e riu. O som, carregado pelo vento, chegou até Anahí, que estremeceu, sentindo um estranho calor percorrê-la. Pelo menos ele não tinha perdido a capacidade de desfrutar de pequenos prazeres, como conversar e rir com um amigo, pensou, desejando juntar-se a eles. Mas, se quisesse que o visse, já teria aparecido.


Ele disse algo que fez Dewey corar. Logo se levantava, sorria para Alfonso e colocava mais toras aos pés dele. Alfonso continuou a trabalhar, cortando tora por tora, enquanto Dewey empilhava os pedaços. Então, o caseiro parou, olhando diretamente para ela.





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Autor(a): believe

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Anahí sustentou o olhar. Alfonso largou o machado e pegou o casaco com capuz. Saindo para a varanda, Anahí gritou: - Desculpe-me. Não tive a intenção de me intrometer. - Mas fez exatamente isso - disse Alfonso, vestindo o casaco de costas para ela. - Desculpe-me. Vou para outro lugar. Alfonso suspirou, desejando virar e fitá-la ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 138



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  • maryangel Postado em 25/02/2015 - 02:40:02

    Dios!Comecei á ler ontem e de tão fascinada que pela esta linda história terminei hoje. Lindoo de inicio ao fim !

  • joanamclaughlin Postado em 02/06/2012 - 21:03:08

    noooossa. mt perfeita. ameei *-* lindo demais

  • NataliaLeal Postado em 02/06/2012 - 00:45:39

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