Fanfic: A Bela e a Fera •AyA• Adaptada FINALIZADA | Tema: AYA/ PONNY
- Vamos começar de novo? - perguntou baixinho. Abriu a geladeira e pegou um pedaço de carne e alguns legumes, que colocou sobre o balcão. Não se conheciam o bastante para falar sobre o passado dela, nem pretendia começar a lamentar-se. Tinha muito que fazer, e não desperdiçaria energia com lembranças tristes. Depois de temperar a carne, voltou a colocá-la na geladeira. Cortou os legumes cuidadosamente, tentando ignorar a presença máscula. Mas era impossível. O calor que emanava dele era tão forte, que parecia estar perto de uma fogueira.
- Está me observando.
- Como sabe?
- Posso sentir.
Será que sabia que ele também podia senti-la?
- E o que sente?
Anahí parou. As palavras, murmuradas num tom suave, convidavam à intimidade, trazendo um desejo inesperado. O coração dela disparou.
- É como uma invasão. - Ela arrumou os legumes numa travessa, cobrindo-os com água. - E não gosto disso - completou, colocando-os na geladeira.
- É uma mulher muito linda, Anahí. Que homem não a olharia? Você sabe disso.
- Sim, sei como as pessoas valorizam a aparência - murmurou, desligando o forno.
- Eu também - declarou Alfonso, num tom amargo.
- Então temos algo em comum. - Ela tirou a última assadeira do forno, colocando-a sobre o fogão, antes de virar-se.
Ele tinha desaparecido. Como se um vento frio a atingisse, soube que não estava mais ali.
- Também não gosto disso, Sr. Alfonso - gritou, para a casa vazia.
Não houve resposta, e nem ela esperava isso.
Alfonso desceu pela escada de serviço trazendo os pratos do jantar. Depois de colocá-los na lavadora, pegou um biscoito na assadeira sobre o fogão. Mastigando, atravessou a sala de jantar e chegou à biblioteca, estranhando o ar frio que penetrava na casa. Ao entrar na sala de estar, parou de repente. Cada fibra do corpo dele reagiu ao vê-la. Anahí estava na varanda, atrás da sala, e as portas francesas estavam completamente abertas. As mãos dela apoiavam-se na grade, e o roupão leve, verde-claro, flutuava ao sabor da brisa da noite sem lua. A frente dela, o mar batia no cais, iluminado apenas pelas luzes suaves que cercavam a casa.
Alfonso poderia jurar que estava vendo um anjo. O vento erguia os cabelos acobreados, fazendo-os flutuar.
- Não é fantástico? - perguntou ela.
Ele enrijeceu, sentindo-se encurralado na própria casa.
- Não é? - insistiu, virando-se levemente na direção dele. Alfonso sabia que não podia vê-lo claramente, com a luz trás dela.
- Gosta deste tempo?
Anahí voltou a olhar o mar. Ao longe se viam relâmpagos.
- É meu favorito. Tempestades, trovões, chuva... Alfonso percebeu que ela lhe dera as costas de propósito, dando-lhe a chance de se aproximar. O gesto o comoveu, mas ao mesmo tempo deixou-o inquieto. Será que ela viraria de repente e começaria a gritar? Ainda assim, reconheceu que não podia resistir ao desejo de se aproximar mais um pouco. Saindo para a varanda, se encostou nas cortinas que voavam pelas portas abertas e que podiam lhe dar alguma proteção.
- Obrigado pelo jantar.
Ela deixara a bandeja do lado de fora da porta do quarto dele, numa mesinha que carregara para cima.
- Por nada. Não precisa comer lá em cima, sozinho, Sr. Herrera.
- O que pretende? Que jantemos como duas pessoas civilizadas?
- Por que não?
- Acho que já sabe a resposta.
- E o que devo dizer a Kelly? Sinto muito por ter perdido sua mãe, e olhe, na verdade não tem um pai. Apenas um bem feitor.
- Diga a ela o que achar melhor.
- Sei que se importa Sr. Herrera. Vi o quarto dela.
- Só porque não quero vê-la, não significa que não quero que fique confortável aqui. Não percebe? Ela é uma criança. Um simples olhar para o que sobrou do meu rosto, e terá pesadelos por uma semana. - Ele sacudiu a cabeça. - Acho que devo poupar a nós dois dessa situação.
Anahí chegou mais perto, e viu que ele cruzava os braços à frente do peito, numa atitude defensiva. O gesto era claro. Não poderia alcançá-lo. Não agora.
- Acha mesmo que uma criança vai se satisfazer com isso?
- Terá que ser assim.
- Mas sou uma estranha.
- Eu também.
Anahí suspirou frustrada, cerrando os punhos.
- É um homem muito difícil.
Houve um instante de silêncio, antes de ele responder:
- Só quero protegê-la.
- Impedi-la de conhecê-lo não é proteção.
- Por acaso é uma autoridade em crianças? - A voz dele revelava descrença.
- Tenho alguma experiência.
- É mesmo?
Pouco importava o tom crítico na voz dele, pensou Anahí.
- Não gosta que outras pessoas vejam o que lhe aconteceu, e então se esconde. Só vê aquilo que quer. Não tive filhos, mas gostaria de ter. Fui professora na escola da embaixada por vários anos, e cursei psicologia infantil na universidade. Além disso, sou a mais velha de cinco irmãos. Não acha suficiente?
Com raiva, afastou-se da grade e já ia entrar, quando Alfonso segurou-a pelo braço. Os dois foram envolvidos pelas dobras das cortinas que flutuavam ao vento.
- Sim. É suficiente.
Anahí mal conseguia respirar, e seu coração batia acelerado. Ele era um homem grande, forte, e os dedos circundavam-lhe o braço, impedindo-a de mover-se. Estava consciente da proximidade dele, do perfume masculino, do corpo que quase tocava o dela, fazendo-a estremecer.
Ele era misterioso, intenso. O que a atraía não era a solidão dele, nem a amargura. Era o homem que sofrerá muito, mas sobrevivera. Que não deixara ninguém se aproximar. Anahí viu a sombra da cabeça dele aproximar-se e soube que desejava beijá-la. E quase desejou que o fizesse.
- Você tem perfume de... Liberdade - sussurrou ele, cada célula do corpo gritando que era um homem, e que ela era uma linda mulher.
Mesmo sabendo que devia fazer anos que ele não estava com uma mulher, que devia afastar-se depressa, Anahí foi incapaz de resistir ao desejo de tocá-lo. Erguendo a mão, colocou-a no peito forte.
A respiração dele ficou ofegante, e num gesto brusco afastou-se, subitamente consciente do que acontecia.
- Não quero sua piedade, e isto é errado.
Ele afastou-a e Anahí perdeu o equilíbrio, enquanto Alfonso entrava depressa, desaparecendo na casa, de volta à sua caverna escura. Queria dizer-lhe que a última coisa que sentira em seus braços era piedade. Mas ele já se fora.
Autor(a): believe
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Ele era um tolo! O abandono da mulher não lhe ensinara nada, ou não teria tocado Anahí. Sentado na escrivaninha, o sol nascendo atrás dele, Alfonso bateu nas teclas, fazendo uma porção de erros, até desistir, empurrando o teclado. Recostando-se na cadeira de couro, fechou os olhos, e quase pôde sentir a maciez daquele ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 138
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maryangel Postado em 25/02/2015 - 02:40:02
Dios!Comecei á ler ontem e de tão fascinada que pela esta linda história terminei hoje. Lindoo de inicio ao fim !
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joanamclaughlin Postado em 02/06/2012 - 21:03:08
noooossa. mt perfeita. ameei *-* lindo demais
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NataliaLeal Postado em 02/06/2012 - 00:45:39
AMEI, linda, perfeita, maravilhosa... CONTINUA... Posta mais, está muito boa a web. Muita emoção:)
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NataliaLeal Postado em 02/06/2012 - 00:45:39
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NataliaLeal Postado em 02/06/2012 - 00:45:39
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NataliaLeal Postado em 02/06/2012 - 00:45:38
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NataliaLeal Postado em 02/06/2012 - 00:45:38
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NataliaLeal Postado em 02/06/2012 - 00:45:38
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NataliaLeal Postado em 02/06/2012 - 00:45:38
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NataliaLeal Postado em 02/06/2012 - 00:45:38
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