Fanfics Brasil - Meu Deus o Sangue Desceu!

Fanfic: Meu Deus o Sangue Desceu!


Capítulo: 10? Capítulo

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No dia seguinte eu estava dentro do elevador da empresa às—Olho no relógio—sete da manhã. Acordar cedo já é ruim, acordar cedo para ir trabalho pior ainda, mas acordar cedo para ir trabalhar em pleno domingo é horrivelmente horrível.
Não preciso nem falar sobre como meu humor está hoje, preciso?
Acho que não. Para bom entendedor meia palavra basta. Ou meia frase, como preferir.
Ouvi o barulhinho irritante do elevador tocar, me avisando que tinha chegado no último andar (o que eu trabalho). Suspirei para controlar minha raiva. Meu emprego dependia disso, dependia da minha paciência. Eu não podia fazer como anos atrás fiz, em uma TPM, desliguei o telefone na cara dos clientes mais importantes da empresa e falei tudo que pensava deles (e garanto que não eram coisas boas). Obviamente no mesmo instante eu fui demitida por justa causa, mas isso não vem ao caso agora.
Era uma manhã gelada. Eu estava mal arrumada, com um coque nos cabelos preso de qualquer jeito; e, como se não bastasse, para completar o meu “lindo” visual, eu pequei a primeira roupa que vi no meu guarda roupa, resultando em uma combinação de cores totalmente bregas. À não ser que você considere elegante uma mulher sair com uma blusa vermelha, casaco preto e uma saia (muito amassada por sinal) verde musgo.
Com um empurrão forte abri a porta. Hoje não era dia para nada. Por mais surpreendente que parecesse os funcionários do escritório estavam em sua grande maioria trabalhando. Com um ar de quem não está de bom humor entrei (já queria deixar bem claro que caso alguém tentasse mexer comigo o mínimo que aconteceria seria uma morte lenta e agonizante), e caso a duvida aparecesse, eu respondia o “Bom dia” em forma de murmúrio. Eu não estava para papo.
Sentei na minha mesa e comecei a arrumar os papeis e preparar tudo que eu precisaria utilizar naquele dia. Reuniões importantes, atas a serem escritas, e confirmar a agenda do senhor Mello, me esperavam. Às vezes, quase sempre, odeio meu trabalho. Eu seria mais feliz se tivesse conseguido fazer minha faculdade de psicologia, e não a de secretariado, mas fazer o quê se foi o único curso que eu passei na universidade pública? Vida de pobre é assim, agente faz o que a universidade federal permite.
Sempre falaram que eu tinha vocação para ser psicóloga, e admito que concordo, mas não pelos mesmos motivos que as pessoas dizem. Eu não seria por ter cara de doida e ser uma doida (que é o que as pessoas afirmam. Percebem como elas são loucas? Eu? Doida? Jamais ), e sim porque eu gosto de tentar saber o que as pessoas estão sentindo e sou boa com a “parada” de pessoas deprimidas. Minhas amigas que o digam.
—Srta. Saviñon? —O Sr. Mello apareceu em minha frente estalando os dedos. Há quanto tempo ele estava parado ali?
—Bom dia, senhor. —Falei, voltando a minha realidade. —Tudo bem? —Perguntei tentando ser amigável, e tentando não reparar em sua voz irritantemente lenta. Odeio quem fala devagar comigo. Eu não sou retardada e não tenho atraso mental para não entender o que os outros falam, então pra quê ficar falando como se eu fosse uma criança no seu primeiro ditado escolar na pré-escola?
—Cadê minhas pastas? —Ele disse ainda devagar, porém mal educado, sem dar a mínima importância ao meu “Tudo bem?”. Respirei fundo. Eu não podia bater nele, não antes de arrumar outro emprego.
—Aqui, Senhor. —Falei entregando. Ele pegou sem agradecer e saiu, como se eu não estivesse presente ou fosse um ser humano. Um tratamento digno de animais.
Eu vou bater nele. Mais uma dessas e eu não me seguro.
—DUUUUUUUUUUUUL, AMIGAAAAAAAAAAA! —Ouvi um grito escandaloso do outro lado da sala. Era a Maite. Jesus, dá-me paciência.
—Não grita sua retardada. —Sussurrei nervosa. Eu já estava como um cão raivoso.
—Ai credo. Eu venho aqui toda animada, pra dar um beijo de bom dia na minha amiga querida, e é assim que sou recebida?
—É assim mesmo. Se não está feliz a porta da minha sala é serventia da empresa.
—Credo! Todo esse mau humor mesmo depois de ter voltado com o Chris? Achei que ele fosse dar um jeito nesse seu humor com uns beijinhos, carinhos...E por aí vai.
MAS...COMO ELA SABIA DISSO?
—E como você sabe disso? —Falei puxando-a pelo braço em direção ao toalete.
Ela encostou-se no lavabo, e sorrindo respondeu:
—Um passarinho verde me contou.
Passarinho verde? Já até imagino qual “passarinho”.
—Um passarinho verde com cabelo loiro, bem magrelo; imagino eu. —Só podia ser a Anahí. Mas o Christopher contaria por quê?
Ela sorriu, afirmando.
—Essas coisas você não conta pras amigas, né? —Falou mexendo na unha.
—E como ela soube? —Perguntei confusa.
—O fato de que o Christopher ser primo dela, explica algo?
Claro que explica, por mais estranho que fosse.
—Então foi ele... —Eu estava concluindo meu pensamento em voz alta.
—Dul, mas e aí? Vocês estão de rolo, namorando, ficando, ou relembrando os velhos tempos?
—Olha o respeito, Maite. Eu lá sou mulher de ficar relembrando velhos tempos? E ao o que somos, nem eu sei. Ele disse que “Continuaríamos da onde paramos”.
—Ah-MEU-DEUS! —Ela exclamou levando a mão à boca. —Então você está noiva de novo!
Ela disse me abraçando forte. Eu estava um poço de raiva, qualquer contato físico com alguém que fosse do mesmo sexo, ou que não fosse o Chris, eram mau-vindos. Não estava pra agarração.
—Maite, me larga. Isso é irritante. —Falei empurrando-a com o semblante não muito “amável”.
—Ah, credo, sua chata. Eu já vou, porque você hoje está insuportável. Espero que hoje o Chris te cure. —Ela disse piscando um olho, saindo correndo.
Vaca.
Voltei a minha mesa. Quando já estava me sentando o telefone tocou.
—Empresas Mello, bom dia.
—Bom dia. Com quem falo? —Ah meu Deus. Ela estava falando devagar. Eu já estava nervosa. Agüentar alguém por muito tempo falando calmamente calmo ainda devagar em pleno telefone não vai ser uma boa idéia. Não em uma situação como essas.
—Dulce Maria, secretaria da presidência. Em que posso ajudá-la?
—Sou a Flávia, cunhada do André. —Ela estava falando ainda calma. Ah, meu Deus, me ajude! —Peça para ele me ligar quando possível e anote o um número telefônico para mim.
—Anoto sim. Pode falar.
—5 —Ela disse devagar. Devagar demais. Devagar demais mesmo. —6-4—Ela ainda estava falando devagar. —3-4-3-4...Anotou?
—Sim, senhora.
—Obrigada.
Eu agüentei. Não a mandei à mer*da.
Os segundos passavam, os minutos pareciam se arrastar eu já estava tão estressada, como se tivesse há mais de dez horas trabalhando seguidas, mas ainda não havia passado nem duas horas.
O senhor Mello me chamou em sua sala.
—Pois não? —Perguntei desconfiada.
—Srta. Saviñon, hoje pessoas importantes virão aqui e sua roupa. —Ele me olhou da cabeça aos pés. —Não condiz com o cargo e com a classe dos clientes.
Ele estava me chamando de brega e ridícula, ou foi só impressão minha?
O sangue subiu a minha cabeça. Eu estava fervendo de raiva.
—Minha roupa condiz sim, conforme o regulamento. Saia na altura do joelho, blusas sem decote, e são sociais. Então condiz sim, mas se o senhor não gostou eu aceito um aumento salarial para novas roupas. —Respondi com o nariz arrebitado, impertinente e mandona.
Ele gargalhou. Não suporto que riam de mim. Eu estava me segurando, eu juro que estava tentando.
O tempo passou, e meu chefe continuava a ser mal educado e chato. Eu estava tentando me segurar, e até que estava conseguindo, mas quando ele me ordenou para ler o relatório e enquanto eu lia do nada me fez “SHHHH” eu não pude me segurar.
—Não faça “Shhh” para mim. —Reclamei mal-humorada. Com meus olhos vermelhos, o corpo tremendo e a boca espumando de raiva. Eu tinha chegado ao meu limite.
—A senhorita ponha-se no seu lugar. E faço “Shhh” quantas vezes me derem vontade.
—Não comigo.
—Senhorita, Dulce, está me desafiando? —Ele perguntou se levantando da mesa, me encarando, marrento. Bati os pulsos na mesa nervosa.
—Sim, estou. —Falei mais brava ainda. O encarando.
—A senhorita quer ser demitida? —Ele perguntou com um ar de superioridade que me irritou profundamente. Se ele pensa que pode comigo está enganado.
—Não. Eu me demito! —Falei em um surto de raiva, gritando.
—Que ótimo!
—Ótimo mesmo, mas antes um presentinho por esses dois anos de sofrimento. —Falei fechando o pulso e deixando uma grande marca, que alguns segundos depois ficariam roxas, em seu rosto. — caso o senhor queira me processar, lembre-se dos impostos que sonegou. Descobri em uma pasta essa semana. —Saí da sala rebolando vitoriosa e desempregada.
Eu estava “macha”, macha livre leve e solta. Uma combinação estranha, mas no momento adorável, que por mais que eu quisesse eu saberia que me daria grandes dores de cabeça e processos por assassinato.
Continua...



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Autor(a): traumadadyc

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • vittyrbd Postado em 27/04/2008 - 02:43:47

    Muito engraçada sua web,Amei!!

  • gerciane Postado em 02/01/2008 - 06:44:16

    eu li ela no kut e simplismente:
    amêeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei
    cê escreve super, ultra, mega, power bem !!!
    até minha amiga que naum gosta de ler web's, leu...
    Bjos

  • TraumadaDyC Postado em 28/09/2007 - 13:40:46

    Acabou assim a temporada, agora tem que ler a segunda

  • staucker Postado em 28/09/2007 - 13:08:34

    kd o resto?
    gostei tanto da web...

  • Ellen Postado em 02/09/2007 - 00:27:37

    aaaaaahhh

    POSTA MAIIS!...
    TO AMANDO A WEBA XD

  • Stef Postado em 01/09/2007 - 21:04:28

    Kaayy ! é vc ?


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