Fanfic: O amor de William Bonner e Fátima Bernardes.

De repente o pânico de Fátima começou a se transformar em desespero e medo também. Se Mário soubesse que ela já estava com outro ele poderia fazer uma loucura. Não, barbaridade é a palavra que se encaixa perfeitamente. Ele não poderia saber de jeito nenhum que William agora era o seu namorado, ou melhor, ele não poderia nem sonhar com isso.

Se levantou do sofá e começou a andar de um lado para o outro da sala. Era muita coisa para a sua mente processar, principalmente o fato do Mário ligar para a casa da sua mãe pedindo o seu endereço. Ela estava tão concentrada em seus pensamentos que se assustou quando a campainha tocou.

Fátima foi abrir a porta e ficou aliviada quando viu que era Alice.

-O Dan veio aqui?-Perguntou Alice, entrando.

-Como você sabe que ele tinha vindo aqui?-Perguntou Fátima, fechando a porta.

-Eu ouvi a voz dele. O que ele queria?

-Bom, ele...ele queria saber se eu estava livre hoje a noite.-Fátima inventou uma mentira. Já que não podia contar o real motivo da visita dele.

-Ah...foi por isso.-Disse Alice, um pouco decepcionada. Fátima se surpreendeu com a amiga. Ela tinha acabado de inventar uma mentira. Uma MENTIRA. Alice sempre sabia quando ela estava mentindo ou não.

-Não tinha que arrumar a sua casa?-Perguntou Fátima.

-Eu já terminei.-Respondeu Alice.

-Ótimo. Alice, eu sei que você não está com cabeça pra isso, mas...-Começou Fátima. 

Mas Alice a interrompeu.

-Vai contar alguma fofoca? Oba, conta logo.-Disse ela, se sentando no sofá e sorrindo para Fátima.

Uma das características de Alice é que ela adorava uma fofoca. Mas ela não saía por aí contando pra todo mundo. Gostava de saber, mas não gostava de contar.

-Eu não sei se isso que eu vou contar é uma fofoca. Tá mais pra uma notícia de calamidade.

-Nossa, assim você me assusta. É tão ruim assim?

-Tudo que envolva o Mário é uma notícia ruim.-Disse Fátima se sentando também no sofá e olhando para ela.

-O Mário? O que tem ele?

-Agora há pouco eu recebi um telefonema da minha mãe dizendo que o Mário tinha ligado para a casa dela. Segundo a minha mãe, ele parecia um pouco descontrolado e pediu o endereço onde eu moro.

-E a dona Eunice? Não deu o seu endereço, né?

-Não, eu acho que ela inventou uma desculpa. Mas isso preocupou ela. E a mim também.

-Realmente, é para se preocupar. Depois de cinco meses sumido, ele reaparece assim, do nada? E ainda, pedindo o seu endereço? E se...-Alice parou para pensar.-E se... Fátima, você não acha que....

-O que? Que ele já sabe do meu namoro com o William? Claro que não. Nós só estamos namorando há um dia.  O que eu mais me preocupo ainda é que eu não sei do que o Mário é capaz quando saber que William e eu estamos juntos. 

-Falando assim, parece que ele seria capaz de uma... sei lá, barbaridade.

-Quer saber? Eu acho que ele é capaz de uma coisa dessas, sim. Alice, o Mário é obssessivo, não aceita um "não" como resposta. E também ele nunca aceitou o fato de eu ter deixado ele. Eu sabia, sabia que alguma coisa dentro de mim dizia para eu não aceitar o pedido de namoro do William. Agora ele corre risco!-Disse Fátima se levantando e colocando a mão direita na testa como um gesto de preocupação.

-CALMA, FÁTIMA! Calma. Não tome decisões com a cabeça quente.-Disse Alice se levantando também.-O que você prescisa fazer agora é se acalmar e pensar numa saída para esse problema. 

-Como? Me explica, como?-Ela reclamou para Alice.-Como eu encontro uma saída para um psicopata me deixar em paz?

-Psicopata? 

-É. Uma pessoa que fica tentando fazer alguém a dar o maldito endereço para forçar uma pessoa voltar com ela, eu considero um psicopata, obssesivo além da conta.

Alice ficou encarando ela por alguns segundos e disse:

-O que você vai fazer em relação a isso?

-Bom, eu tenho que ficar atenta, né? Saber se o Mário está me perseguindo.

-E depois?

-Eu vou esperar um tempo, se ele reaparecer, eu vou ter uma conversa definitiva com ele. Dizer que não tem como voltar. 

-Conta comigo pro que você prescisar.-Disse Alice.

-Obrigada. Eu sei que eu posso contar com você.-Disse Fátima abraçando a amiga.

Passaram-se dois meses depois do início do namoro de Fátima e William. Marcelo e Paulo se deram muito bem com a nova equipe e trabalham muito bem. Quando Marcelo e Paulo foram apresentados para Fátima, Alice e Dan pelo próprio William, Marcelo ficou babando por Fátima, mas ficou babando ainda mais por Alice. Dan ficou morrendo de ciúmes. Ele reclamou para Fátima o como Marcelo olhava para ela de uma forma maliciosa. Fátima bem que tentou aconselhar que ele devia logo se declarar para ela, mas ele disse que era melhor ela não saber de nada.

Alice também não estava gostando do fato de Alessandra Monteiro estar dando em cima de Dan. Ela a chamou de piranha e safada. Fátima riu com o comentário. Eles estavam sentindo ciúmes um do outro. Quando é que eles iam se deeclarar, meu deus do céu? Fátima sempre se fazia essa pergunta toda vez que eles se desentendiam ou sentiam ciúmes.

Fátima não teve mais notícias de Mário depois daquele dia em que ele ligou para a sua mãe. Na certa ele já deve ter conhecido alguém e havia a esquecido. Tomara que isso seja verdade, pensou Fátima.

Á noite, antes do jornal começar, Fátima e Alice tnham ido ao banheiro retocar a maquiagem. Quando chegaram na redação, Alice viu uma coisa que a fez ficar paralisada: Dan e Alessandra estavam se beijando. Ninguém viu a não ser elas duas. Todos estavam mais concentrados em seu trabalho. Fátima ficou surpresa. Mas vindo da Alessandra, o que se podia esperar?

Foi aí que Fátima percebeu que Alice tinha sumido. Olhou por toda a redação e viu que ela não estava por lá. Deduziu que ela estava em um lugar onde, dois meses antes, havia dado o seu primeiro beijo com William. Saiu da redação e foi até lá. 

Quando entrou na sala de vídeo, encontrou Alice sentada no chão e com a cabeça entre as pernas. Sabia o que ela estava escondendo. Se abaixou na frante dela e disse:

-Alice, eu sei que você está chorando. Não adianta tentar esconder isso.

Alice, sem saída, levantou a cabeça e olhou para Fátima. Ela estava com os olhos um pouco vermelhos e grossas lágrimas brotavam de seus olhos.

-Você viu o que eu vi? Você viu ele.... beijando aquela piranha?

-Eu vi. Mas por que você correu?

-Eu não aguentei ver aquela cena, Fátima. Aquilo foi torturante pra mim. Eu tinha que sair dali. 

-Alice, esse seu amor por ele está ficando mais forte, não está?

Alice demourou um pouco para responder.

-Sim, Fátima. Ele está ficando mais forte. Ah, droga!-Disse Alice.-Por que, meu deus? Por que eu fui me apaixonar por um mulherengo?

-Alice, você não pode ainda julgar, você sabe muito bem que de uns tempos pra cá a Alessandra estava dando em cima do Dan.

-Mas quando ela beijou ele, ele correspondeu!

-Isso é verdade. Você tem razão.-Foi só o que Fátima pôde dizer. Afinal, a amiga estava certa.

De repente Alice se lavantou, passou as mãos debaixo dos olhos e disse, enquanto Fátima também se levantava:

-Eu juro, Fátima. Que eu não vou mais sofrer por amor. E eu vou me afastar dele. O que eu tenho que fazer é erguer a cabeça e voltar para aquela redação.-Disse, decidida.

-Não prometa coisa que você não pode cumprir.

-Por que? Acha que eu não posso?

-Quando você ama uma pessoa, é difícil ficar longe dela. E isso vai ser difícil pra você.

-Não, não vai. Mas antes...-Disse Alice, sorrindo.-Eu vou no apartamento dele. Dizer pra ele umas boas verdades.

-Viu? Sabia que você não ia conseguir se afastar dele.-Disse Fátima, vitoriosa.

-Eu disse que ia dizer uma verdades pra ele. E não que eu ia até lá só pra ficar perto dele.-Falou ela, um pouco irritada.-Agora vamos?-Completou ela saindo da sala de vídeo.

Fátima apenas balançou a cabeça negativamente e acompanhou a amiga. Durante todo o caminho, Alice e Fátima ficaram caladas. Quando chegaram na redação, Alice estremeceu ao ver Dan ali, sentado perto da sua mesa, Fátima, tentando tranquilizar a amiga, falou:

-Tudo bem. Eu te ajudo a enfrentar isso.

-Obrigada mas... eu consigo enfrentar isso.-Disse Alice.

Assim, se dirigiram para as suas respectivas mesas que ficavam uma de cada lado da mesa de Dan. Ele olhou para elas e disse:

-Nossa, aonde vocês estavam?

-A gente disse que íamos no banheiro retocar a maquiagem.-Disse Alice secamente indo se sentar na sua mesa.

-Deus do céu... está de TPM, Alice?-Perguntou Dan.

Alice não repondeu. Apenas ficou lendo a sua edição para ver se estava bom.

Dan se virou para Fátima e perguntou:

-O que aconteceu com ela?

Fátima demorou para responder, quando o fez, falou baixinho para que ela não ouvisse:

-Vai no meu camarim, vinte minutos antes de o jornal entrar no ar.

-Tá.

Dan voltou ao seu lugar.

Como assim combinado com Fátima, Dan foi ao camarim dela vinte e cinco minutos antes de o jornal começar. Ele tinha ido até um pouco mais cedo. Bateu na porta e Fátima abriu, que fez um gesto para que ele entrasse. Fechada a porta, Dan perguntou:

-Por que a Alice está agindo daquela maneira comigo?

-Você sabe o porque, Dan.

-Não foi por causa de...-Dan pareceu pensar.-O quê? Ela viu?

-Eu me admiro que a redação inteira não tinha visto. Dan...Por que você beijou justo a Alessandra? Você sabe tão bem quanto eu que ela e a Alice sempre tiveram uma rixa.

-E sei mas... foi assim: Eu estava lá, sentado na minha mesa, quando a Alessandra apareceu de repente e me beijou. Foi totalmente imprevisível.

-Você correspondeu ao beijo dela. Eu vi muito bem.

-Talvez mas... ah, o que importa? Eu é que estou apaixonado por ela e não ela por mim. Por que ela estaria uma fera comigo? A não ser..... Fá, a Alice.... a Alice está apaixonada por mim?

Fátima não respondeu imediatamente. Sabia que Alice tinha pedido segredo, mas agora, que Dan tinha um palpite, não podia negar. Ah, quer saber? Pensou Fátima. Já está mais que na hora deles assumirem essa paixão.

-Sim, Dan. Ela está apaixonada por você.

-O quê? Desde quando você sabe disso?

-Se lembra do dia em que você foi me contar que era apaixonado pela Alice? Então.... na noite anterior ela tinha me dito que ela era apaixonada por você.

-Por que você não me contou?

-Porque eu tinha prometido que guardaria segredo, assim como você me fez prometer que não contaria nada pra ela. 

-Eu... eu nunca imaginei que... a mulher que eu amo tembém me ama

-Mas ela te ama.

Dan foi até Fátima e a abraçou com força. Estava muito feliz, nada mais importava agora, apenas Alice importava. Apenas Alice.

-Você não sabe o quanto eu sou grato por você ter me contado isso. EU AMO VOCÊ, AMIGUINHA!!!-Disse Dan saindo do camarim.

Fátima apenas riu de toda aquela situação.

A porta é aberta de novo e Fátima fala:

-Se veio me dar outro abraço de urso, eu estou dispensando...

Mas Fátima não terminou de falar, pois os seus lábios foram tomados por um beijo cheio de amor e ao mesmo tempo avassalador. Fátima também o beijou com todo o amor que tinha. Quando se separaram, ela falou:

-Nossa, você me deixou se ar!-Falou ela, ofegante.

-Desculpa. Mas eu não pude resistir de te dar um beijo antes do jornal começar.

-Bom...ainda temos...-Fátima olhou o relógio de pulso.-Dez minutos antes de ir para o estúdio.

Entendendo o que Fátima queria dizer, William a pegou pela cintura e a beijou novamente. Ela também retribuiu o beijo de forma carinhosa e cheio de paixão. William também a beijava da mesma forma. Ela acariciava os cabelos dele e ele acariciava a cintura dela. Ficaram assim durante vários minutos, quando pararam de se beijar.

-Você... não tem jeito.-Disse Fátima a William pelo fato dele a beijar poucos minutos antes do jornal.-Mas eu gosto desse seu jeito. 

-Eu sei. E por isso que eu nunca vou mudar.

-William...-Disse ela olhando o seu relógio novamente.-Temos que ir. Faltam cinco minutos.

-Tudo bem.-Disse ele dando outro beijo.-Até daqui a pouco.

-Até.

William saiu do camarim. Fátima se olhou no espelho e se arrumou o máximo possível. Teve que retocar o batom, já que os beijos de William tiraram o outro.

Vendo que estava apresentável, Fátima foi para o estúdio.

Tudo ocorreu perfeitamente bem. Como sempre, o jornal terinava quase meia-noite. Fátima se trocou e foi para o estacionamento. Alice, Dan, William, Marcelo e Paulo já tinham se despedido dela e ido embora. Chegando lá, ela encontrou o seu carro, Quando ia abri-lo, ela sentiu ser puxada pelo braço com força e sendo virada pelo outro lado. Ouviu uma voz conhecida dizer:

-Surpreso em me ver, Fátima?

Ela se apavorou com aquela voz. Se soltou do homem e falou:

-Mário? O que você está fazendo aqui?

-Como eu não sei o seu endereço, resolvi vir aqui. 

-O que você quer?

-Eu sei que você está namorando aquele idiota que apresenta o jornal com você. 

-Como você sabe?

-Eu tenho as minhas fontes. 

-E se eu estou namorando ele? O que você vai fazer?

-O que eu vou fazer? Não... o que você vai fazer. Sabe o que você vai fazer? Você vai terminar com esse idiota. 

-Eu não vou fazar isso.-Disse Fátima, lentamente.-Eu não vou fazer, entendeu?

-Ah, é? Se você não fazer isso, sabe o que eu vou fazer? Eu mato aquele idiota. Eu mato, entendeu?

-Você está blefando.

-Ah, não estou não.-Disse Mário mostrando uma arma na cintura que estava escondida.-Você ainda acha que isso ainda é um blefe?

Fátima olhou para a arma. Aquilo que ele tinha falado não era um blefe. Ele tinha chegado ao ponto de... comprar uma arma. 

-Tudo bem, eu faço o que você pediu. Mas isso não quer dizer que eu vou voltar com você.

-Boa menina.-Disse Mário se aproximando dela.-Se você não puder ser minha, não vai ser de mais ninguém.-E dizendo isso ele foi embora. Deixando uma Fátima apavorada.

Como ele podia ser capaz de fazer uma coisa daquelas? Ela estava certa. Além de ser um psicopata e um obssessivo além da conta, ele era um louco, um desequilibrado.

Ela tinha que fazer o que Mário havia mandado. Era isso ou ver William morto. Não, não iria ver o seu verdadeiro amor morto. Ela não tinha saída. Tinha que fazer aquilo.

Tinha que terminar com William Bonner.