Fanfic: Submarino.com.br Rebaixa de Games com Jogos a partir de R$29,90 - Submarino.com.br Você tem tu | Tema: Harry Potter Dramione
Era a coisa mais sensata a se fazer... Simplesmente era a mais esperada. Quem sabe fosse melhor uma azaração, um feitiço, um avada. Mas já era pedir de mais que ela aturasse aquele filhote de comensal por mais um minuto. Achava que tinha tanta certeza em sua fala, acha que tinha tanto orgulho... Como ousara? Hermione nunca fora assim, de desejar alguém. Não da forma como ele a fez parecer ter desejado. Aqueles olhos estavam característicos do que costumavam acompanhar os pensamentos sujos e perversos do loiro, e saber que ficaria ali com ele durante mais um ano não era nada reconfortante.
Queria mesmo era deixa-lo estéril. Quem sabe assim ele deixava a em paz pra continuar o 7º ano e se formar com onraturas e tudo mais. Ouviu o som da porta de seu quarto sendo batida bem atrás de suas costas e se permitiu encosta-las ali mesmo, dando a sua própria mente um minuto para pensar. Mas, ao mesmo tempo tinha algo naqueles olhos cinza que beirava o impossível. Existia um resquício de pedido, quase que uma dependência... e quem sabe Hermione Granger até poderia tirar proveito dessa dependência.
Era a primeira vez que ela olhava o interior do próprio quarto e, tinha de admitir, acertaram de novo no seu gosto. Assim como o quarto da cobra tinha temas sonserinos, o quarto da morena era todo decorado em tons que iam desde o vermelho sangue para o dourado. Os móveis eram exatamente os mesmos, nos mesmos lugares e nas mesmas proporções. Ela parou e pensou um pouco, sem conseguir segurar o sorriso por muito tempo “era por isso que o Malfoy tava tão decepcionado”. Os dois quartos eram divididos por apenas uma parede que se postava exatamente no meio. Assim, a parede fazia as vezes de um espelho que refletia dois lados incrivelmente diferentes e, ao mesmo tempo, incrivelmente parecidos.
Estava cansada demais e decidiu dar a si mesma a chance de um banho quente e relaxador. Decidiu também deixar de lado todos os pensamentos que atravessavam a sua mente como furacões, deixar de lado o sumiço dos pais, a volta à Hogwarts, os problemas com Rony, o recente idiota que insistiu em voltar pra estragar tudo de novo. Assim como cada peça de roupa do uniforme chegava ao chão, cada pensamento conturbado chegava também e, pouco a pouco, ela já não precisava mais se preocupar com nada mais do que aproveitar a água tão quentinha que descia pelos ombros nus e alisavam as ondas suaves dos fios morenos que seguiam pelas costas até o meio da cintura.
Estava bom demais, até bom demais pra ser verdade... Foram os estalos fortes que saltavam da parede que a assustaram, era estranho, mas todos os momentos de tranquilidade da menina tinham sido atrapalhados até agora então, por que esse não seria também ? A água tornou-se instantaneamente fria e isso só podia significar uma coisa.
-Malfoy.... você está brincando comigo. Só que eu não estou a fim de jogar jogo algum! – dizia enquanto fechava a torneira do chuveiro. Agarrou-se a primeira toalha que achou sobre a pia de mármore, se enrolou e saiu batendo o pé com o destino certo marcado na fúria de seus olhos -MALFOY! O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ ? EU VOU TE MATAR, SEU LOIRO AGUADO !!
A cena a seguir não foi muito bem esperada, por nenhum dos dois alunos de Hogwarts. Hermione chegou correndo mais do que conseguia tentando segurar a toalha enrolada em seu corpo na altura dos seios, com os cachos já levemente formados pingando gotas grandes pelo azulejo do banheiro do loiro. Esse, por sua vez, não teve nem mesmo tempo de se enrolar direito.
-ARRRRRRRRG, MALFOY !!! PELO AMOR DE MERLIN, SEU MALUCO! SE COBRE AGORA !- gritava histérica, levando uma das mãos aos olhos e virando de costas para o loiro.
-MALUCO, GRANGER ? Quem foi que invadiu meu banheiro mesmo ? – ele puxou o boxe de vidro ao lado exterior da banheira. Por sorte o designe deste era exatamente fosco na altura da cintura para baixo.
-O que foi que você fez agora ? Não podia nem ter me deixado tomar banho ??
- Granger, eu NÃO FIZ NADA ! E, por Morgana, pode virar já... eu já me cobri!
-É lógico que voc... – ela se virou lentamente – Você não se cobriu ainda ! Argggg, EU TE ODEIO!
-Claro que me cobri. Será que é tão apaixonada por mim que não suporta ficar assim. E se lembre de que você também não está em melhores situações – Malfoy disse olhando-a de baixo a cima. Essa atitude fez a morena ficar desconfortável e se virar novamente.
-Eu ME RECUSO a conversar com você enquanto não estiver apropriado !
-E quem disse que eu tenho que conversar com você. Além disso, esse ainda é o meu banheiro, não é Granger ? O que diriam Potter Cicatriz e Rony Pobretão quando toda Hogwarts souber que, depois da meia noite, Hermione Granger andou invadindo o banheiro de Draco Malfoy enquanto esse tomava banho ?
-Você não faria isso !!! Sabe que é sua culpa, você quebrou o sistema de água !
-Eu ? Eu não fiz nada, Sangue Ruim! Tai, talvez tenha sido isso. O sistema não suportou a necessidade de tanta água pra tentar te purificar e acabou cedendo. Viu, foi isso ! Eu sou um gênio! – Draco saiu de dentro da banheira e pegou uma das toalhas para se enrolar. A mais curta ia esticada sobre os ombros, com a qual secou um pouco do cabelo.
Hermione o viu passar por ela quando Malfoy deixou o banheiro para se dirigir para o quarto. Ela não o seguiu de imediato, mas segundos depois já se encontrava olhando o menino que buscava por um pijama dentro das intermináveis gavetas da cômoda.
-Qual é Granger ? Já não deu seu showzinho por hoje? Ainda está fazendo o que aqui ?
-Como assim, estou fazendo o que aqui, Malfoy ? é óbvio que não podemos ficar com o sistema assim... eu tinha acabado de entrar no banho eee...
-IDAÍ ? Eu também tinha acabado de entrar. E se não for embora logo eu vou me trocar na sua frente mesmo! Afinal sei como deve ser complicado resistir a tentação de um Malfoy como eu ...
-ARRRRG, você não presta para nada mesmo! – ela saiu pela porta do quarto e não conseguiu reparar no sorriso sacana de quem havia ganhado que o loiro exibia em suas costas.
Quando saiu do quarto a morena já estava devidamente vestida. Decidiu que era arriscado demais colocar a tradicional camisola que chegava até um palmo acima do joelho, portanto preferiu optar por um conjunto normal de blusa e calça bem confortáveis. Depois de tanta confusão em um dia só já parecia estar na hora de ter seu merecido descanso. Ela queria MESMO continuar deitada em sua cama, mas sabia que a fome estava a apertando de novo o estômago e era melhor sacia-la antes que o mau humor começasse.
Foi só sair da porta e pode perceber que não estaria sozinha se descesse as escadas. As labaredas estalavam na pequena lareira ao canto da sala e eram refletidas pelos olhos cinzas do loiro. Draco estava sentado bem em frente ao fogo, parecia tentar se aquecer e estava mais inquieto do que de costume. Hermione preferiu ficar medindo os movimentos do loiro de longe, apoiada no balaustre que antecedia as escadas de madeira escura como o chão da saleta onde o loiro permanecia sentado. O tapete felpudo estava realmente convidativo, mas a necessidade de evitar mais confrontos com o "colega de quarto" falou mais alto e o movimento para descer as escadas morreu nos pés da garota.
Mais alguns segundos e percebeu que aquela figura imponente de um Malfoy durão e cheio de si agora tinha se tornado um simples menino que abraçava os joelhos com os braços e balança em um movimento hipnotizante. Hermione foi descendo a escada devagar e não se deu bem ao certo do que estava fazendo. O menino continuava imóvel como se não estivesse ouvindo os passos de Hermione pela escada e, para ela, ele realmente não estava ouvindo. Foi só ao atravessar a sala que reparou nas pequenas bolhas de ar transparentes envoltas uma em cada orelha de Malfoy e instantaneamente entendeu o porque do menino estar perdido em seus próprios pensamentos. A bolha servia como m isolante para a música que estava escutando."Será que ele nunca ouviu falar em fone de ouvido? Esqueceu Hermione ? Ele é nascido bruxo!"
-Malfoy ? Malfoy? - perguntava ao mesmo tempo em que se aproximava das poltronas cremes - MALFOY ???
Malfoy se virou assustado pelo grito e passou as mãos nos olhos com raiva tentando esconder as pequenas lágrimas que escorriam abaixo desses. Hermione fingiu não perceber o movimento brusco do menino e continuou falando:
-Precisamos ir amanhã falar co a Minerva sobre o que aconteceu aqui. Não podemos ficar sem o sistema de água!
-Que seja Granger!
-Então, quando acha qu é o melhor horário para irmos? -perguntou Hermione sentando-se no sofá maior e cruzando as pernas
-Vá você Granger - Malfoy já tinha se virado de costas para Hermione e voltado a encarar o fogo novamente. Era fácil notar que o mau humor característico do rapaz tinha voltado e que nada mais sairia da boca dele por essa noite.
Se dirigiu a cozinha com uma feição emburrada no rosto. Sabia que não ia adiantar tentar conversar com ele, então porque tinha insistido? E era quase certeza de que ele estava chorando. Mas por quê ??? Chegar e perguntar era a opção menos sensata de tentar se descobrir o que estava acontecendo com Malfoy, afinal, desde quando Hermione conseguia pedir ou perguntar alguma coisa ao loiro e ter segurança de que a resposta seria verdadeira e descarregada de insultos?
Ficou igualmente encantada com o acervo dentro da despensa da cozinha como quando entrou em seu quarto ou quando botou os olhos pela primeira vez nos livros dispostos pela sala do pequeno apartamento. Talvez não se encontrassem ali a mesma infinidade de ingredientes e alimentos especiais que encontrariam na sala do professor Slughorn ou na cozinha perfeita da Senhora Weasley.
Tomar um chá quentinho era a opção mais atraente no momento. Hermione já não queria mais se demorar no preparo de algo para comer. Malfoy a estressava profundamente, ao ponto de fazer sumir a fome que estalava no ventre da morena até a poucos segundos antes das provas de grosseria no menino. Mesmo assim, nem se deu conta do que fazia direito ao reservar duas canecas brancas e enchê-las com o chá de morango e canela que estava ainda bufando calor da fervura. Era mais do que obvio que Malfoy não iria querer tomar uma gota sequer do chá que Hermione tinha feito, mas ela estava estranhamente preocupada com o comportamento no menino. Estava chorando ?? Estaria mesmo chorando? E se estava, por que?
Ao momento em que se dirigia para fora da sala, viu a massa loira de cabelos estirada pelo tapete branco. Parecia que o menino tinha adormecido sobre o chão cheio de neve. Sim, o menino, pois agora a feição de bravo e mal-humorado tinha sumido do rosto de Malfoy para dar lugar a um rosto quase que angelical, como se isso fosse possível, na mente de Hermione. Ela passou pelo loiro e depositou a caneca que tinha preparado para ele bem ao seu lado, apoiada nos degraus que antecediam a lareira e se dirigiu para as escadas. Quando já estava no topo dessas, ouviu o loiro de mexer no chão e murmurar algo em um tom quase que inaudível. “Ótimo, a Doninha está tendo pesadelos. Isso quer dizer que teremos mais nervosismo amanhã pela manhã”.
Tinha tanto mais a pensar ainda... Sabia que precisava ir a reunião com a diretora assim que acordasse. Infelizmente, com o Malfoy. Hermione decidiu também que não iria comentar com seus amigos como foi a primeira experiência ao lado no inimigo, nem que o havia visto chorar. Pelo simples motivo de que ele, mesmo tendo cometido lá seus crimes, tinha esse direito. Hermione não acreditava que Draco podia ser inocente em alguma coisa, afinal ele quisera fazer parte do movimento de Voldemort tanto quanto era obrigado por seus pais. “Cada um tem os pais que merece, não Morgana?”.
O pensamento vago na família de comensais fez com que Hermione se voltasse para a própria família. Mãe e Pai, totalmente inocentes, que esperavam ter uma filha normal e construir uma vida normal, agora jaziam perdidos, mortos, com memórias alteradas em algum lugar do mundo. Seriam esses os pais que ela merecia, ou ela não era a filha que seus pais mereciam ter tido? Preferia acreditar mais na segunda opção, sendo que ainda se culpava por não saber do paradeiro de seus pais e nem ter tido noticias de como encontrá-los.
Afastou os travesseiros de cima da cama e se enfiou por entre as cobertas vermelhas. Era bom ter a antiga manta de lã xadrez substituída por um edredom gostoso, como aquele que agora tinha sobre seu corpo. Deixou que o sono vencesse a rapidez nos pensamentos, se deixou levar pelo cansaço. Quando se é Hermione Granger, não há muito tempo de mente vazia, portanto aqueles que eram preenchidos por sonhos eram preciosos. Fosse o que fosse ela poderia pensar e repensar no dia seguinte. Afinal, o ano estava apeeeeeenas começando ...
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