Fanfic: Corna, eu?
Naquela noite ele havia chegado às dez, o horário prometido. Eu já estava deitada, com o meu pijama modelo não-pretendo-tirar-então-desista-se-pretendia-algo, com cobertores que ele era alérgico, e assistindo o primeiro filme de romance melodramático que eu vi na tevê.
Resumindo: Tudo que ele não gostava, e um aviso explicito que ele estava sendo convidado a dormir no sofá. E, como ele não é burro, percebeu logo que chegou. Olhou para meu pijama arqueando uma sobrancelha, depois mirou para a tevê e fez uma careta de nojo, e, para finalizar, quando se aproximou para me beijar, começou a sessão de espirros, então se afastou.
Santo cobertor, pensei sorridente, pois ele não dormiria aqui nem se quisesse.
—Eu te beijaria agora se você não estivesse com esse cobertor. —Ele disse na esperança de que eu me levantasse, guardasse o cobertor e pegasse o primeiro edredom que eu visse, o que, é claro, eu não fiz e nem pretendia fazer.
—Humm. —Murmurei sem desgrudar os olhos da tevê.
Ainda assistindo o filme, vidrada em tudo que acontecia na tela da teve, pude ouvir a porta do banheiro ser batida com força total. Eu havia conseguido. Ele estava furioso e não me atazanaria com sua forma tarada de me pedir perdão; pois eu ainda não tinha engolido nada do que a May havia me alertado. E quanto mais tempo passava, mais sentido tudo fazia.
Fiquei durante minutos focada em tudo que acontecia no filme, e nem percebi que ele já havia saído do banheiro e estava pegando um edredom do armário. Então ele entendeu o recado e iria dormir bem longe de mim?, pensei feliz.
Mas eu estava redondamente enganada. Pois, sem um pingo de educação, ele puxou o cobertor de mim, jogou-o no chão, e ao contemplar meu rosto espantado, e minha boca entreaberta de perplexidade, ele sorriu vitorioso. Cachorro, o insultei em pensamento, enquanto meu rosto ficava vermelho de raiva.
—Acho que você se esqueceu, querida, que eu sou alérgico a essa joça.
—Acho que você se esqueceu os bons modos, amor. —Sorri sarcástica.
Ele fingiu que não ouviu, se deitou na cama, e nos cobriu com o edredom. Aproximou seus lábios do meu, mas eu me esquivei. Nada de beijos, nada de nada, até você me provar que é fiel a mim, seu cachorro tarado safado.
—Estou exausto demais para agüentar suas birras, Dulce.
Cansado? Cansado de quê? Não seria de... Não, claro que não... Ou talvez sim?
Ah, meu Deus!
Eu estava completamente assustada com tudo. E se o cansaço dele fosse devido a alguma prática com outra mulher?
—Boa noite, Dulce. —Ele disse fechando os olhos, me deixando acordada com aquela dúvida terrível.
Não consegui dormir. Fiquei olhando para seu rosto, sua boca, procurando sinais de que alguma mulher estivesse fazendo o que só eu posso fazer por direito.
Puxei seu edredom e comecei a olhar cada arte do seu corpo. Pescoço. Vamos conferir o pescoço. —Não havia sinal de mordida, mas...Ah, Jesus! Uma pequena mancha vermelha estava em seu pescoço. Não, não e não! Isso não seria a marca de um chupão?
Era evidente que sim. Senti meu corpo se encolher de nojo e medo. O que fazer, meu Deus? Meu marido estava com uma marca imensa de chupão. —Talvez não tão imensa, mas grande o suficiente para uma esposa fiel começar a arrancar os cabelos.
Levantei-me da cama, assustada. Eu era corna e agora tinha certeza. Quer dizer, tinha quase certeza, mas isso não vinha ao caso.
Fui para sala, tentando não fazer nenhum barulho. Andei de vagar, olhando para trás, onde ele estava deitado em nossa cama. Ao chegar na sala, joguei-me no sofá e peguei o telefone. Disquei o número da May, com a mão tremula.
—Alô. —Ouvi sua voz sonolenta do outro lado da linha.
—May, sou eu, a Dulce. —Falei depressa, devido ao meu nervosismo.
—Dulce? O que houve?
—O Christopher...
—Você o flagrou com outra na sua cama? —Ela me interrompeu perguntando ansiosa.
—Não, claro que não. Mas...Mas... —Eu não fazia idéia de como contar.
—Mas o quê, criatura? —Ela perguntou angustiada.
—Eu vi uma mancha no seu pescoço. Parece um chupão. E tenho certeza que não fui eu. —Minhas frases saíram com um fio de voz.
—Jesus! As coisas já chegaram a esse ponto?
—Acho que sim. —Murmurei desanimada.
—Então vamos resolver isso já! Vem aqui para casa, Dulce. Vamos pegar o Christopher desprevenido.
Continua...
Autor(a): traumadadyc
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Desisti. Não estive disposta a desgrudar nem um minuto sequer os olhos dele. E quem garante que ele não aproveitaria a “brecha” e me trairia até dizer chega?Não. Era melhor ter tudo sobre controle, e perder a chance de desabafar, do que ganhar mais um galho na cabeça. Já estava de bom tamanho os que eu já possu&iac ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 58
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naths2vondys2 Postado em 20/11/2008 - 01:49:37
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bjix=) -
naths2vondys2 Postado em 20/11/2008 - 01:49:37
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naths2vondys2 Postado em 20/11/2008 - 01:49:36
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naths2vondys2 Postado em 20/11/2008 - 01:49:35
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naths2vondys2 Postado em 20/11/2008 - 01:49:34
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naths2vondys2 Postado em 20/11/2008 - 01:49:32
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naths2vondys2 Postado em 20/11/2008 - 01:49:31
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naths2vondys2 Postado em 20/11/2008 - 01:49:31
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naths2vondys2 Postado em 20/11/2008 - 01:49:30
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naths2vondys2 Postado em 20/11/2008 - 01:49:29
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