Fanfic: Escravos da paixão DyC adaptada | Tema: Vondy

Ainda era cedo e Dulce já não aguentava mais. Viajando feito sardinha em lata dentro de um Fiat barulhento, pelas estradas estreitas e íngremes da Sardenha! E por quê? Poruqe o tal signor Megras, proprietário das vilas, cismara de não recebê - la em uma de suas propriedades.

Pietro, um dos funcionários do homem lhe entregara um mapa e agora ali estava ela escalando as montanhas da ilha para encontrar o tal signor num hotel chamado La Rocca. Claro, poderia ter aceito a carona oferecida por Pietro, dono de um olhar devorador e de mãos afoitas demais. Ela sorriu. Bem-vinda á Sardenha, Dulce! Terra de homens machistas e noivas adolescentes.

Assim que reformulou o pensamento, tratou de eliminá- lo. Sabia o que havia de errado com ela. Eram as montanhas. Aquelas  mesmas montnhas que a mantiveram presa naquela ilha durante cinco anos. As simples lembranças a aterrorizavam, portanto, por que deixá-las aflorar? Aquilo era passado e já ficara pra trás, agora , aos vinte e um anos, tinha plena condição de controlar sua vida novamente.

Sua mãe tinha dezoito anos e era modelo  quando ficou grávida de um belo fotógrafo sardo chamado Fernando . Tiveram um casamento contubardo e acabaram se separando quando Dulce completou oito anos. o pai ainda manteve contato, mas de forma irregular, aparecendo só de vez em quando, geralmente quando não era esperado. Durante as poucas visitas, falava em uma possível reconcialiação. Por isso ela ficou tão transtornada quando sua mãe conheceu outro homem e pediu o divórcio. Seu pai também se surpreendeu, houve uma terrível discussão,  então um dia, ele foi buscá- -la na escola, alegando que sairiam de férias. Não ela não precisava passar em casa  para buscar nada, disse mostrando uma pequena mala, ali dentro  tinha tudo que ela iria precisar naquela viagem maravilhosa.

Recusando - se a lembrar da mentira mais cruel de todas, Dulce completou mais uma das curvas sinuosas da estrada e deu um suspiro de alívio ao ver a tabuleta La Rocca na cabeceira de uma ponte rústica. O cenário a deixou arrepiada, quando ela desceu do acrro, um monte de galhinhasmagricelas se espalhou, levantando uma nuvem de poeira, ela sentiu no ar a pobreza da vila e o gosto da miséria a fez lembrar de um outro vilarejo, ainda mais distante da civilização. Sienta, assim se  chamava a vila com um punhado de cabanas, onde nascera seu avô paterno.