Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

- Desculpe, mas às vezes você fala como meu tio - disse ela, rindo de uma forma que balançou o rabo-de-cavalo. - Só que não se parece nem um pouco com ele.

- Nem você se parece com minha sobrinha. Que tal agora parar de me enrolar e contar o que você fazia dentro do meu quarto?

- Calma, um pássaro na mão vale mais do que o silêncio de ouro, meu caro... ei, você não me disse qual é seu nome quando a gente apertou as mãos.

- Tem razão. Mas quando entrei não tivemos tempo para uma conversa formal.

- Não ouvi você se queixar, parceiro.

Aquela loira era mesmo demais. Rápida, espirituosa e... muito bonita. Alfonso tinha vontade de tocar os cabelos que balançavam quando ela falava e reforçava com a cabeça. Passar os dedos para ver se eram tão macios quanto pareciam.

- Tem razão. Meu nome é Alfonso. Alfonso Grusher.

- É mesmo? O esmagador Alfonso Crusher?

- Parece o nome daqueles lutadores de luta-livre, não é?

- Aposto que seus colegas contadores fracotes devem morrer de medo de você, não?

- Bem, para dizer a verdade...

- E as contadoras, então? - interrompeu ela, bebendo metade do suco de laranja. - Quer dizer, existem contadoras, não existem? Mulheres contadoras.

- Muito poucas, na verdade. E algumas dificilmente poderiam ser chamadas de mulheres, se entende o que eu digo - esclareceu ele.

- Mesmo assim, você deve fazer sucesso.

- Para ser honesto com você, sou autônomo. Tenho uma firma pequena, com um estagiário e um técnico que fazem a parte mais chata do trabalho. Raramente encontro outros contadores - admitiu Alfonso. - Por isso, sempre venho à convenção anual. Para ver os colegas fracotes. E lembrar por que não gosto de encontrar com eles o resto do tempo.

- Eu sempre quis saber para que servem as convenções.

- E eu desenvolvi a capacidade de saber quando as pessoas estão me enrolando. Você prometeu explicar o que fazia no meu quarto, não disse que pretendia discutir a origem histórica do hábito americano de fazer convenções.

- É mesmo? Tem razão, eu ia mesmo explicar - admitiu ela, colocando o último pedaço de brócolis na boca e afastando o prato.

Ele observou o movimento dos maxilares, mastigando e engolindo. Tinha traços bonitos, aquele rosto, pensou Alfonso; em seguida, terminou sua vodca com suco de laranja.