Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

- Aprendi todos esses provérbios com meu pai, mas nunca consegui guardar todos de memória. Mas de vez em quando lembro deles, na hora em que mais preciso. Faz muito tempo e é um esforço grande de memória, por isso às vezes misturo alguns. Mas o que importa é a intenção - explicou ela, mais calma. - Sei que às vezes as palavras não são exatamente essas, mas a força que me transmitem é muito boa.

- Bem, se não pode evitar, então pelo menos pense, ou fale em voz baixa, está bem? - disse Alfonso. - Talvez seja um problema da profissão, mas tenho uma certa diferença com coisas desorganizadas...

- É, eu percebi pelo jeito como dobrou suas roupas, depois que se levantou. A cadeira está parecendo uma loja. Sempre me perguntei se alguém era capaz de arrumar as camisas como estavam na loja e cheguei à conclusão de que era impossível. Você já trabalhou em lojas de roupas?

- Não. Mas gosto das coisas arrumadas. Facilita pensar.

Ele se moveu para dar ênfase às palavras, e o roupão abriu outra vez, revelando as pernas musculosas e peludas. Anahí percebeu, pouco acima, imagens perturbadoras da masculinidade de seu interlocutor; aquilo a fez esquecer que estava ali por causa do tio. Ergueu os olhos para os dele, cor de chocolate. O cabelo castanho-escuro parecia espetado, pois ela mesma o desalinhara, para melhorar a credibilidade de sua história, quando entrara no quarto e o despira.

Jamais imaginaria que um homem com aquele físico fosse um contador. Se levasse em conta as roupas, teria de admitir que ele trabalhara em alguma confecção ou loja de roupas. Porém, o ponto alto fora quando os dois se enfiaram, nus, na cama. Poucas vezes sentira-se tão excitada em sua vida. Se tivesse tido o poder de escolha, teria preferido um homem muito menos atlético, e bem mais velho, pois assim não teria apresentado nenhum efeito colateral, e naquele instante estaria longe dali.

Mas em compensação não teria o que viera buscar, tão cheia de si. Beijar aquele homem nu em baixo dos lençóis fora mais divertido ainda do que roubar tio Rick, e isso era um elogio e tanto. Continuou apreciando os detalhes visíveis e imaginando os invisíveis, até que se deu conta de que Alfonso continuava falando.

- ...plano de ação?

- O quê? Desculpe-me, mas é que você tira a concentração da gente. Como pode ser tão atraente e não ser casado?

- Obrigado. É fácil. Todas as minhas namoradas eram respeitadoras da lei. E nenhuma era tão bonita como você, se quer saber. Aliás, acho muito perturbador e interessante, principalmente o jeito que tem de falar diretamente as coisas, sem esse jogo de sedução, que acho particularmente monótono. Já tive muitas mulheres bonitas, mas era como se fossem bonecas ocas, fazendo um jogo previsível. Você me surpreendeu desde o primeiro instante. Para alguém que tem hábitos metódicos como eu, foi uma sensação que jamais vou esquecer - confessou ele.

- Eu nem costumo dobrar minhas roupas, mas para mim também foi uma coisa que não pretendo esquecer.

- Quem sabe a gente possa fazer mais coisas para não esquecer um do outro? - sugeriu Alfonso.

- Quem sabe? - repetiu ela, desviando os olhos da abertura no roupão, para não pular em cima dele outra vez.