Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Alfonso escutou, mas não quis acreditar. Certamente, teria entendido mal. É provável que ela teria dito algo como "Está no quarto errado, moço!" ou "Ponha-se daqui para fora!". Seria compreensível, naquela situação, porque...

- Caramba! Será que estou falando norueguês, ou você é surdo? Mandei tirar a roupa.

- Como disse?

- Tirar. A roupa. Despir-se.

Ele reparou que enquanto falava, a bela loira fazia o mesmo com as próprias roupas, que caíam sobre o carpete. Abriu a boca, surpreso.

- Se ficar assim vai acabar entrando uma mosca. Será que tenho de escrever na testa para você entender? - insistiu ela.

Quanto mais sua pele ficava exposta à frente de Alfonso, mais a sensação de alarme se transformava em outro tipo de sentimento. Ela era maravilhosa, do tipo que seria convidada a fotografar para calendários masculinos. O cabelo encaracolado ia até os ombros, e parecia imbuído de movimento próprio, como se estivesse vivo. As cortinas estavam cerradas e a luz apagada, e os belos cabelos loiros eram a coisa mais luminosa do quarto. Tinham a cor do carvão em brasa. Os membros eram esguios e bem proporcionados, e o ventre achatado tinha curvas graciosas, conforme indicava a flexibilidade dos movimentos. A penugem loiro-escura conduzia o olhar para baixo, indicando que se tratava de uma loira natural. Não se lembrava de ter conhecido uma; as que tivera oportunidade de ver tingiam os cabelos.

- Puxa, está certo, vou ajudar você - afirmou ela, claramente contrariada pela falta de ação. - Não leve a mal, mas você freqüentava uma escola para crianças... especiais?

- O quê?

- Deixe pra lá.

Em seguida, as mãos dela retiravam seu paletó e afrouxavam sua gravata com dedos ágeis e rápidos, como se ela estivesse acostumada a fazer aquilo. Nem ele mesmo desabotoava a camisa com tanta rapidez e eficiência.

- Está bem, está bem... - murmurou ele, como se não quisesse falar muito alto por algum motivo desconhecido.

Mas não se sentia suave, ou inerte, pelo contrário. Estava perturbado. Não era tanto a aparência dela, que era incrível, mas o fato de nunca ter encontrado uma mulher com mais carisma do que aquela loira. Ela vibrava de vida. E impaciência.

Contente em perceber que ele finalmente entendera a ação simples que ela esperava dele, a loira girou o belo corpo, percorreu os poucos passos que a separavam da cama e flexionou os joelhos para puxar de um só golpe os lençóis, fornecendo uma visão estonteante do traseiro arredondado antes de se enfiar sob as cobertas.

Completamente nu, ele a seguiu, sem se entregar ao impulso mental de questionar a situação; simplesmente enfiou-se sob as cobertas, ao lado da loira. Parecia uma versão erótica do jogo de seguir o mestre. Imaginou o que faria a seguir, pois até então deixara que ela tomasse a iniciativa.

- Puxa, aqui eles levam a sério essa história de hospitalidade no hotel... - comentou ele.

Quando se virou para ela, foi agarrado pelas orelhas e beijado com vontade e entusiasmo. Enquanto sua cabeça continuava questionando o motivo para tal comportamento, o corpo reagiu como deveria; Alfonso estendeu os braços e puxou-a de encontro a si, deixando que as palmas de suas mãos deslizassem pela pele macia das costas. Acariciou os flancos até chegar ao redondo do traseiro bem-feito. Sentiu os seios achatando-se de encontro a seu peito e a língua dela movendo-se em sua boca, como uma serpente. Incapaz de continuar raciocinando e agir ao mesmo tempo, entregou-se de corpo e alma àquele contato inesperado e miraculoso. De uma forma ou de outra, era o que estava precisando. 

Uma batida à porta.

Outra em seguida, um pouco mais forte. Segundos depois, uma terceira.

— Lá vamos nós — murmurou ela, os lábios colados aos de John.

— Isso mesmo, garota — resmungou ele.

Nova série de três batidas.

— Vá embora! — disseram os dois, em uníssono.

— Segurança do hotel! Abram a porta!