Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

- Parece esperar alguém - observou Alfonso, aproximando-se do tio de Anahí.

- De forma alguma - respondeu Rick, empurrando uma cadeira com o pé. - Mas já que nos encontramos "por acaso", por que você não senta nessa conveniente cadeira e gasta um pouco de conversa com um ancião?

A forma como ele pronunciara a palavra "ancião" dava a idéia de um velho doente e indefeso, que precisasse de ajuda até para andar.

- Você é quase tão perigoso quanto sua sobrinha, sabia? - comentou Alfonso, enquanto fazia o que lhe foi sugerido.

- Não diga uma coisa dessas. Ela é muito mais perigosa do que eu. Afinal, tem toda a impulsividade da juventude, não é? Está perdendo sua conferência, sabia?

Alfonso olhou por sobre o ombro do homem mais velho para descobrir que estavam fechando as portas duplas do salão. Lembrava uma das antigas sessões de cinema, quando as luzes se apagavam. Era estranho estar do lado de cá das portas. Mais estranho ainda o fato de que ele não ligasse a mínima.

- É... eu estava justamente pensando nisso - respondeu ele.

- Não tem importância. No ano que vem tem outra - argumentou Rick.

- Com certeza. E se conheço bem minha profissão, o tema proposto pode até ser diferente, mas o conteúdo é o mesmo.

Anahí levantou-se da cama, apesar da preguiça. Nunca se sentira daquela forma, depois de fazer amor. Não tinha vontade de devorar o macho, e sim preservá-lo, para que pudessem repetir aquilo outras vezes... muitas vezes. Era como se tivesse uma intimidade instantânea com ele, algo que jamais experimentara com outro homem.

Se por um lado estava relaxada, conseguira o estado mental que procurava, onde os acontecimentos do mundo físico não possuíam a faculdade de atrapalhar o curso de seu raciocínio. Se o objeto não estava no cofre, só podia estar com tio Rick, no corpo dele ou... no quarto. Não havia dúvida sobre aquilo. Quanto antes agisse, maior a chance de apanhar seu adversário desprevenido.

Alfonso acabara de sair, e ela escutou o elevador partir. Foi até a porta, e espiou pelo visor, a fim de verificar se a área estava livre.

- Caramba!

Não conseguiu evitar a exclamação. Alfonso estava no corredor, grudado a uma piranha de terninho, que parecia incapaz de manter as mãos longe dele enquanto conversavam. Havia também uma cópia da outra ao lado, com cerca de cem quilos a mais, talvez algum tipo de guarda-costas ou coisa do gênero. Alfonso sorria muito para ela, o miserável, como se estivesse apreciando toda aquela atenção. Olhou com mais cuidado. Ele estava adorando, isso sim. E isso poucos minutos depois de fazer amor duas vezes! O homem era um tarado completo, pensou ela. Quem seria a tal mulher? A julgar pelo "uniforme", devia estar ali para a convenção. Será que o calhorda já tinha combinado um encontro com outra antes de entrar no quarto? Nesse caso ela mesma não tinha o direito de ficar chateada, pois teria acontecido antes que o conhecesse. Com cuidado, entreabriu a porta para ver melhor, sem a diminuição da lente. Deixou apenas uma fresta.