Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Antes não o tivesse feito. A morena se movia como se tivesse intimidade total com ele, talvez até fossem amantes ou amigos de infância, o tipo mais temido como concorrente da namorada. Nesse caso Alfonso mentira para ela, ou no mínimo, omitira. E como se sabia, era impossível começar um relacionamento baseado na omissão. De onde estava não conseguia distinguir o que um dizia para o outro, mas era possível ver que um tentava agradar o outro. Como namorados.

Anahí sentiu uma pontada de ciúme, uma sensação pouco comum para ela. No fundo, sabia que não se tratava de um sentimento racional, e nem ao menos firmara qualquer tipo de compromisso, nem de fidelidade um ao outro. Mas era como se os corpos tivessem dito tudo o que as mentes pudessem dizer, e muito mais, sem usar palavras. Não tinha direitos sobre ele, mas esperava honestidade, ao contrário de tudo o que já experimentara na vida. Fora totalmente honesta com ele, como era seu hábito. Em relação aos sentimentos, claro. Por causa disso, sempre se dera mal com o sexo oposto. Com Alfonso, pelo menos, imaginara que a franqueza seria recíproca, pois não tinham motivo para mentir um para o outro. Nem de esconder alguma coisa.

O elevador chegou, e a morena beijou-o na boca para despedir-se. Anahí quase escancarou a porta e gritou com os dois, mas controlou seus impulsos, principalmente porque estava nua. Chegou a sentir tontura, de tanta raiva. Soube que não conseguiria ficar parada, teria de interferir.

Já se preparava para colocar as roupas, quando ele entrou no elevador, e a morena, acompanhada do terninho com o hipopótamo dentro, veio pelo corredor, em sua direção. Com um brilho apaixonado no olhar, se é que já vira uma mulher nesse estado.

Claro que vira. Há poucos minutos, no espelho do banheiro, percebera esse brilho nos próprios olhos, embora se recusasse a admitir o fato para si mesma. Concentrou-se em observar sua adversária, que era muito atraente, apesar da roupa de executiva. Mesmo que lhe diminuísse as virtudes, por despeito, tinha de admitir que era jovem e bonita. Mais jovem que ela mesma, pensou, com uma ponta de inveja. Movia-se com a segurança de quem exercitava a musculatura, calculou Anahí. Se fosse homem, também se interessaria por uma garota assim.

- Ele é uma graça mesmo, não é? - comentava a gorda.

- Parece que ele melhorou desde que terminou o noivado. Acho que estou tremendo inteira... só de encostar nele.

- Nunca vi você assim. Está com o rosto vermelho.

- Acho que vou ter de tomar uma ducha fria para dormir... - murmurou.

As duas passaram pela porta, deixando Anahí também tremendo, de raiva e ciúme. Pouco depois, escutou a porta de algum quarto próximo se fechando. Por alguns segundos permaneceu ali, procurando adjetivos para classificar Alfonso e seu comportamento típico de macho americano. Acabou acatando a sugestão da morena, tomando ela mesmo uma ducha fria, para poder raciocinar com clareza.