Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

O olhar no rosto do homem mais velho quase fez com que ele pedisse desculpas por sua crueldade.

- Infelizmente, você tem razão. É como se tivéssemos perdido os parâmetros em algum ponto do caminho. Outro dia fiquei pensando em meu pai, avô de Anahí, e...

- Ele também era ladrão?

- Não. Durante algum tempo, seguiu a carreira militar. Nosso pai era um estudante de Cabala, apesar de não ser judeu. Praticava com mais empenho do que qualquer judeu ortodoxo. Vivia contando histórias... parábolas, para explicar as coisas. Meu irmão, Daniel, sempre foi adepto dessa filosofia, que apesar de parecer complexa, prega a aplicação dos conhecimentos na prática, para melhorar a vida das pessoas. Ele sabia que essas histórias ensinavam de verdade, ainda que na maior parte das vezes funcionasse como uma bomba-relógio.

- Como assim?

- O verdadeiro significado das histórias de meu pai só foi entendido muitos anos mais tarde, quando estávamos realmente precisando daquele ensinamento. Danny sabia disso e procurava aplicar esses conhecimentos.

- Mais ou menos como uma piada, da qual você ri muitos anos depois?

- Exatamente. Estava pensando na minha situação com Anahí, e lembrei da história do fabricante de velas, que ele contou algumas vezes. Acho que tanto eu como ela esquecemos o que fomos buscar.

- Um fabricante de velas? - interessou-se Alfonso.

- Isso. É sobre um homem muito pobre, cuja profissão era a de fazer velas numa pequena aldeia, onde havia outros que fabricavam velas. Não conseguia ganhar o suficiente para melhorar de vida e melhorar a situação de sua família. Tem certeza que quer escutar a história?

- Sou como criança. Adoro histórias - confessou Alfonso, ajeitando-se na poltrona.

- Pois bem, um dia, esse homem recebeu a visita de um amigo de infância que tinha a mesma situação de pobreza dele, mas apareceu em sua casa muito bem vestido, usando anéis de diamantes nos dedos. O fabricante de velas ficou muito impressionado e perguntou ao amigo como ele tinha ficado rico em tão pouco tempo. O amigo respondeu que existia um determinado navio, que fazia uma viagem especial a uma ilha longínqua, um lugar onde as praias, em vez de areia, eram feitas de diamantes à beira do mar. Quilômetros e quilômetros de diamantes.

- Uau!

- Vejo que tem um bom poder imaginativo - comentou Rick. - Fato raro num contador, se me permite dizer.

- Obrigado. Eu acho.