Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

As batidas lembraram um episódio parecido que ocorrera na vida de Alfonso, muitos anos antes, em outro hotel e outra cidade, com outra garota. Naquela oportunidade, não chegara a consumar coisa alguma. Nem chegara a atender à porta. Fora traumatizante.

Quando cursava o último ano da faculdade, apaixonara-se. Tratava-se de uma loira exuberante, cujos olhos verdes o observavam com uma intensidade capaz de derreter seus órgãos internos. Não pertencia à mesma classe nem ao mesmo curso, e durante um ano inteiro apenas olhavam um para o outro. No segundo semestre, ao perceber que iria voltar para a Califórnia sem tentar a sorte com ela, encheu-se de coragem um dia e foi conversar, num momento em que ambos aproveitavam o intervalo para assistir ao treino das garotas da torcida organizada.

Sozinha num dos degraus da arquibancada, ela o convidou com o olhar, e Alfonso não hesitara nem por um segundo. Primeiro beijaram-se, depois vieram as apresentações: ela se chamava Sally, cursava o terceiro ano de Direito, e no momento não saía com ninguém. Confessou também sua atração por ele, desde que estava no primeiro ano. Tinha namorado até o mês anterior, um jogador ciumento da equipe de futebol americano. Quando terminaram, ela também saiu da torcida organizada, mas como era amiga de várias integrantes, sempre ia assistir aos ensaios.

- Sempre fui comportada. Sempre obedeci a meus pais. Sempre fiz o que meu namorado queria - dissera Sally, para explicar sua atitude. Beijou-o outra vez. - Agora cansei. Quero fazer o que tenho vontade.

- Se a sua vontade é essa, não tenho nada contra. Muito pelo contrário, sou seu humilde servo, que está aqui para satisfazer seus desejos - brincara Alfonso, ainda sem acreditar na sorte. - Pode pedir.

- Quero ir para o hotel.

- Agora?

- Agora - confirmara ela, levantando-se.

Coincidência ou não, ele recebera a pensão dos pais um dia antes. Naquela época não tinha dinheiro, e durante dois terços do mês não poderia pagar uma diária de hotel. Naquele dia, porém, descontara o cheque e tinha o dinheiro no bolso. Começou a perguntar-se qual seria o motivo para tanta sorte, mas aceitou. A distância não era muita, mas Alfonso aplicou seu dinheiro num táxi, para garantir a rapidez. Registraram-se como sr. e sra. Souza, o que provocou gargalhadas contidas no elevador, antes de se beijarem outra vez. Quando a porta do quarto se fechou, atiraram-se um nos braços do outro. De repente, ela se afastou, com um brilho diferente no olhar.

- Espere. Vamos fazer isso direito - pediu ela, ofegante.

Ele ficara sem ação no primeiro instante, depois entendera o que ela queria. Não havia a menor pressa. Nem esperaram dois anos para resolver o assunto em minutos, com pressa.

- Têm razão. Vamos aproveitar o tempo... - concordara ele.

Mais tarde, arrependera-se.