Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Anahí se encontrava na parte interna da administração do hotel, que conhecera horas antes. Precisava eliminar todas as possibilidades, e para isso tinha de repetir o que fizera, só que desta vez depois de reforçada a segurança, quando todos estariam prevenidos e guardando o local como se guardassem as jóias da coroa.

Por outro lado, talvez não. Jamais iriam esperar que alguém repetisse o feito no mesmo dia. A surpresa ainda estaria ao lado dela. Mas não podia contar com as mesmas falhas que facilitaram sua ação anterior. Como se tratava de um sistema digital de abertura dos cofres, era preciso primeiro verificar o computador.

Essa era uma coisa na qual batia tio Rick. Ele não entendia, nem tinha jeito com computadores e dispositivos digitais ou que utilizassem tecnologia moderna. Não que isso o incapacitasse de alguma forma, nem lhe impedisse a ação, pois como ele costumava dizer, sempre era possível se aproveitar da natureza humana. O mais importante, segundo ele, era se aproveitar da vaidade e da cobiça dos homens, além do orgulho e do sentimento de que certas coisas só aconteciam com os outros, nunca com a própria pessoa.

Por mais de uma vez, verificara a veracidade dessas palavras.

Apesar disso, sentia-se à vontade com computadores, máquinas mais previsíveis do que o ser humano. Enquanto trabalhava com números, não precisava fingir emoções, nem achar que podia estar prejudicando alguém. Como sempre, utilizava a própria ousadia. Entrou sem dificuldade no escritório do gerente, onde havia um computador com acesso aos programas que controlavam todos os aspectos do hotel.

Tudo isso se baseara na idéia de que, durante uma convenção ele não deveria estar em seu escritório, mas verificando os preparativos e sorrindo para os hóspedes, longe dali.

Sabia que o objeto procurado não estava no quarto, portanto só havia duas possibilidades: ou estava no interior do cofre outra vez, ou com o próprio tio Rick. No fundo, só viera até ali para obter um número. Aquele que abriria o cofre correspondente a seu tio. Seus dedos deslizaram pelo teclado, percorrendo os ambientes eletrônicos familiares, até chegar ao programa que fornecia a combinação dos cofres reservados aos hóspedes com objetos de valor.

Não conseguiu conter um murmúrio de admiração. Havia uma diferença agora. O número correspondente à senha era como uma máquina caça-níqueis, do tipo que alterava os números e letras várias vezes por minuto. Tinha de fixar essa combinação antes de poder abrir o cofre. Optou pelo método mais simples de todos. Travou o programa. Quase riu alto quando leu as duas letras que acompanhavam os números: "OK". Em vez de ir até o local onde estavam os cofres, primeiro acionou a câmera que mostrava o ambiente, para ver se estava vazio.

Sua boca se abriu, de pura surpresa. Havia uma pessoa. Um homem todo vestido de preto, como um agente secreto num filme. As grades estavam trancadas, mas esse homem encontrava-se no interior, movendo-se de forma suspeita. Com certeza, não se tratava de um hóspede regular, mas de um ladrão.