Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Dissera aquilo consciente de todos os sentidos que se aplicavam ali. Helena levou à boca o limão com sal, tomando em seguida o que restara da tequila. Quando voltou a olhar para Alfonso havia uma certa tristeza em sua expressão.

- Acha que nossa época passou, não é? Perdemos a chance naquele dia.

Alfonso sabia muito bem a qual dia ela se referia. Naquela oportunidade, fora ela a recusar. Não uma bebida, mas um beijo. Um relacionamento, com certeza.

- Acho que foi uma encruzilhada. Helena. E nós escolhemos. Não seria justo se a gente voltasse, por maior que seja a vontade.

- Por maior que seja a vontade... - repetiu ela. - Mesmo que você tenha me conhecido antes da minha irmã. Mesmo que eu estivesse apaixonada por você antes dela. Mesmo que eu tenha me arrependido muito por não ter aceitado você quando ela o rejeitou.

Ele não esperava a torrente de desabafo, mas reparou que sua voz começava a ficar pastosa.

- Helena...

- Eu não me importo que esteja noiva agora. Eu só queria satisfazer esse meu desejo de tanto tempo atrás. De agora! Porcaria! Porque eu tinha de encontrar você aqui, Alfonso?

- Engraçado...

- Você ainda acha engraçado? Quero mais uma! - disse ela, apontando a tequila.

- Não é isso. Acho que não deve beber mais, isso sim! - disse Alfonso, tentando evitar que ela pedisse ao barman mais um, de longe. - Acho engraçado porque, se isso tivesse acontecido ontem, eu não teria hesitado um segundo.

- Que bela coisa para me dizer. Eu sempre chego na hora errada. Antes ou depois, nunca na hora certa!

- Helena, não fique assim. Não quero ver você assim!

- Então me leve para a cama! - disse ela. - Ou diga que não quer, que não sente a mesma coisa que eu!

O casal na mesa próxima olhou na direção deles, e Alfonso percebeu que era considerado o vilão da história. Outras cabeças se voltavam para eles. Olhou de novo para Helena, que recebia a segunda tequila, esvaziando metade do copo sem limão nem sal.

O pior é que não era capaz de fazer o que ela pedia. Nem de levá-la para a cama, e muito menos de dizer que não sentia nada por ela. Quanta coisa acontecera desde que saíra do quarto e deixara Anahí descansando. Teve então, uma consciência diferente. Estava ali, com a chance de retornar ao passado, ou pelo menos a parte dele que ficara pendente; lá em cima, com Anahí, estava o futuro. Uma forma de fazer amor que jamais imaginara, e um passaporte para abandonar sua solidão. De alimentar outra pessoa solitária com sua colher comprida, ao invés de repetir com outro a traição que recebera quando ele mesmo era noivo.