Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Ofegante, Ron descia as escadas da cobertura outra vez, irritado por ter subido à toa. Não encontrara nem vestígio do personagem que ali estivera, não fazia muito tempo. Subira atento as escadas, mas o vulto a quem perseguira entrara para algum dos andares altos, escapando assim do cerco que o extenuara. De qualquer forma, continuara até o topo, para ver se encontrava pistas, mas pela segunda vez não encontrara nada. Apesar disso, tinha certeza de ter deixado escapar algum detalhe importante.

Só podia ser a loira, tornou a pensar, obcecado pela imagem que atendera à porta, vestida apenas com o roupão. Retornando ao alto da escadaria, recusou-se a repetir o exercício, passando para o corredor do último andar e resolvendo voltar de elevador.

Movido pela mesma determinação que seu capitão costumava chamar de teimosia de mula, Ron atravessou o saguão e voltou ao escritório da vigilância, sentando-se pesadamente na cadeira giratória, que gemeu ao seu peso. Sua idéia era voltar as imagens de cada andar, para descobrir quem viera pela porta da escadaria, e em que quarto entrara. Como todo trabalho policial, era só uma questão de paciência.

Examinou os três últimos andares, quando uma imagem na periferia visual chamou sua atenção. A tela que vigiava a escadaria na cobertura mostrava que alguém acabara de subir para o mirante lá fora.

Ron soltou um palavrão e voltou a imagem correspondente. De fato, daquela vez parecia um homem, muito apressado. Uma das mãos estava na cabeça e dava a impressão de levar algo.

O segurança saiu novamente, em direção ao elevador, pois com certeza não agüentaria mais uma subida pelos quinze andares de escada. Em frente aos elevadores, foi obrigado a esperar que um grupo de contadores embarcasse, munindo-se de toda paciência, já que os quatro casais subiram no mesmo elevador. Esperou que pelo menos fossem descer no mesmo andar, assim conseguiria chegar rápido e saber quem estava lá em cima e com que propósito.

Não teve tanta sorte. Cada casal estava hospedado num andar.

Pararam quatro vezes antes de chegar à cobertura. Correndo, ele abriu as duas portas que levavam às escadarias. Abaixo dele, em algum andar, uma porta bateu.

Ron disse mais um palavrão. Tudo indicava que o invasor novamente escapara por entre seus dedos. Mesmo assim, tinha de subir até o mirante. Sempre havia uma esperança. Suando, saiu para o exterior e passou os olhos pelo terraço deserto. Depois, subiu a escada encravada na parede, em direção ao alto.

Bastou um olhar para que constatasse a ausência de qualquer pessoa no local. Seus olhos treinados, porém, captaram algo que não estava ali ainda há pouco. Um pequeno volume, bem no meio do espaço quadrado. Terminou de subir e caminhou até lá.

Surpreso, abaixou-se para apanhar o objeto, frio e pegajoso. Examinou-o cuidadosamente. Sua mente deu voltas, procurando algum tipo de explicação. O mistério se adensava.

Quem, em sã consciência, deixaria um bife cru no telhado do hotel?