Fanfic: Roubando Corações *AyA* ( Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Anahí relembrou várias passagens com seu pai, imaginando como deveria ter sido difícil esconder a dor.

Como vai minha princesinha hoje? Papai precisa ir até o médico, para comprar remédio, mas quando voltar eu trago uma surpresa para você. Depois podemos ir até o parque, ou ao zoológico, não quer?

Ela sempre queria. E os dois passeavam muito, nessa fase. Quando isso não acontecia, ele trazia presentes. Colares, roupas e chocolates, como se isso pudesse compensar sua ausência...

- E se você quer saber - continuou Rick, com os olhos úmidos. - Eu também não tinha a menor idéia, na época. Danny escondeu tudo de mim, como se eu fosse uma criança, também. Só me contou no último ano, quando não era mais possível esconder. Rejeitou a radioterapia porque não queria ficar feio para você. Até essa época, eu não fazia idéia...

Rick interrompeu-se, para não começar a chorar. Não era seu propósito, no momento, precisava conversar direito com a sobrinha.

- Até ontem eu não tinha a menor idéia; para dizer a verdade, não tinha pensado muito no assunto. Achei que fazia parte da sua natureza, porque é tão parecida com seu pai... simplesmente concluí que não queria assentar, nem se estabelecer. Mas estou percebendo, até por ter encontrado Amanda, que...

- Amanda? Quem é Amanda - estranhou ela.

- Amanda é uma criatura maravilhosa que conheci quando cheguei aqui.

-Tio Rick! Agora, estou entendendo melhor as coisas - disse Anahí, limpando as lágrimas. - Está apaixonado. Por isso, não parece mais tão amargo. Gosto mais assim; quero conhecer essa Amanda.

- Não precipite as coisas, você vai conhecer em pouco tempo. Mas, por enquanto, isso não é um problema - respondeu ele, tomando um gole de café com leite, pensativo. - Pensando bem, acho que Danny talvez tenha sofrido da mesma amargura. Era só falta de uma companheira. Desde que sua mãe foi embora ele nunca mais se apaixonou por outra mulher. Transferiu todo o amor para você. E eu, pensando que fosse da natureza dele... e da sua.

- Agora, não importa mais... - disse ela, baixando a cabeça.

- Importa, sim. Tudo pode ser resolvido, mas a condição principal é que a gente tente, fazendo o melhor possível. E eu não venho fazendo com você o melhor possível. Tratei você como se fosse um moleque. Desculpe-me, Anahí - disse ele, tomando a mão da sobrinha.

- Bem, acho que agora só falta a música de violinos.

- O importante é que você pode começar uma vida nova. Se até eu posso pensar nisso, quanto mais você, que tem a vida inteira pela frente. Com certeza, será uma vida na qual você não tenha de me perseguir país afora, para recuperar uma coisa que sempre foi sua, e vice-versa. Principalmente vice-versa, porque estou cansado.

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