Fanfic: Eu quero segurar a sua mão (Glee) | Tema: Glee
A dor e o sofrimento de Burt Hummel foram se tranqüilizando com o tempo, não foi uma tarefa nada fácil no começo, pois o homem sabia que seu filho era diferente e ele tinha muito medo que alguém o machucasse algum dia, mas foi com a ajuda de Meg que as coisas tornaram-se mais amenas. Com o tempo e ajuda ele aprendeu a cozinhar, e a ser mais sensível com o filho e a cuidar de tudo sem ficar completamente louco.
Apesar da grande perda Burt aprendeu a cultivar uma forte e bela amizade com a mulher que lhe visitava diariamente para lhe ajudar com o filho pequeno. E em segundo lugar seu filho passou a ter mais amigos e a não ser tão tímido e fechado. Kurt e seu primo cresceram juntos por 4 anos, sendo criados quase que como irmãos.
Burt e Meg viraram bons amigos, mas isso não estava sendo bem visto por algumas pessoas, principalmente pelo marido da mulher, afinal quantas mulheres casadas saem todos os dias para visitar o marido e o filho da irmã falecida?
-Meg, as pessoas já estão começando a falar. – comentou o homem preocupado enquanto conversavam.
-para ser bem franca achei que demorou muito para começarem a falar algo. – a mulher respondeu despreocupada, com seu sorriso radiante de sempre.
-só tenho medo de complicar as coisas no seu casamento.
-não se preocupe, está tudo bem. – a voz da mulher não saiu tão despreocupada como antes.
***
Mais uma tarde ensolarada, isso só significava uma coisa para Finn, Kurt, Noah e Mercedes, brincadeira! Os quatro amigos se reuniriam novamente no jardim da casa da garota para brincarem. Como eram vizinhos, Kurt e Mercedes sempre viviam grudados, algo que não agradava muito o seu pai, mas Burt aprendeu a relevar algumas coisas, já que o filho era apenas uma criança.
-cara você está brincando de bonequinha de novo?! - Noah brincou com o primo ao vê-lo com uma boneca de Mercedes.
-cala a boca seu bobo. – ordenou Kurt um tanto envergonhado.
-ah... Não liga pra ele não. – Finn sorriu e foi até o amigo. – ele é um idiota.
-quem você está chamando de idiota, seu magrelo? – o garoto de olhos verdes não havia gostado nenhum pouco do que Finn havia dito; muito menos da sua aproximação com Kurt, já que gostava de ter a atenção do primo apenas para ele.
Finn não deu atenção para a provocação e em troca levou um empurrão do outro.
-qual o seu problema. – brigou Mercedes, ajudando Finn a se levantar logo em seguida.
-meu problema é com esse mariquinha. – disse apontando para o outro que agora recebia a atenção e os carinhos do inocente Kurt.
Noah estava ficando vermelho de raiva, ele havia mudado depois de alguns meses, normalmente ficava irritado com facilidade e sempre puxava briga com outras crianças. Mas a gota d’água foi ver a cena que se seguiu, Kurt deu um leve beijo perto da boca de Finn, fazendo com que o rosto pálido do amigo se tornasse rubro.
Ao ver que Noah se aproximava raivoso, Finn afastou Kurt rapidamente e pulou em cima do moreno, os dois saíram rolando pelo gramado em meio aos socos e pontapés. Um carro estacionou perto da calçada, o homem que desceu do carro não foi notado, pois os dois garotos estavam muito ocupados com a briga, enquanto Mercedes tentava acalmar o amigo que apenas chorava assustado. Kurt odiava brigas.
-o que está acontecendo aqui? – perguntou o homem de vos grave.
Assim que reconheceu a voz Noah ficou paralisado, o garoto tinha uma expressão de terror no rosto. Finn levantou-se junto com o outro e limpou-se.
-desculpe pai, a culpa foi dele.
***
Burt e Meg estavam preparando algo para as crianças comerem quando um homem muito conhecido entrou em casa.
-que bonitinho, os dois brincando de casinha. – zombou o homem ao vê-los. Sua expressão não era a de um homem satisfeito com a situação.
-Richard, isso é jeito de falar com o Burt?! – apesar de surpresa e envergonhada por causa do marido, Meg não deixaria que ele fizesse as suas provocações na casa do outro.
-bem, se você passasse menos tempo com esse cara quem sabe você cuidaria melhor do seu filho. – respondeu de forma ríspida.
-nosso filho! – corrigiu a mulher no mesmo tom.
-que seja. – ele deu de ombros. – enquanto você perde seu tempo com ele, o seu filho estava brigando com outro garoto lá fora... E sabe o porquê? – agora ele dirigiu os olhos verdes para Burt. – por conta do seu filhinho gay.
Burt mal escutou o que o homem disse e lhe acertou um soco no rosto, os dois teriam brigado feio se Meg não tivesse ficado entre eles.
***
Kurt continuou chorando, principalmente depois que aquele homem mal encarado havia aparecido, agora dava pra entender porque Noah estava ficando tão diferente, aquilo não era um pai, era um monstro. Seu filho teve vergonha das coisas que ele havia falado ao seu primo Kurt.
-calma Kurt, está tudo bem, ninguém mais vai brigar. – Mercedes abraçou o garoto com força.
-me desculpa Kurt, não vou fazer isso de novo. – Noah aproximou-se do primo e o abraçou junto com a amiga.
Aos poucos o menor foi se acalmando, até que o choro cessou.
-desculpa Finn, sinto muito. – para o judeu era muito mais fácil pedir desculpas para Kurt, mas não era o mesmo para o outro garoto. Os dois eram amigos, mas Noah nunca gostou de dividir a atenção do primo com outro garoto. Faria isso para agradar o menor.
O garoto pálido de olhos castanhos sorriu de maneira gentil, como se nada tivesse acontecido antes. Ele se aproximou do amigo e o abraçou; aquilo foi estranho, pois com o tempo o judeu havia aprendido com o pai que aquilo era errado.
O abraço não durou muito, pois Noah viu o pai cruzar a porta da casa dos Hummel como um furacão, sua mãe veio logo atrás e parecia tão nervosa quanto ele.
-vamos filho. – essa foi à única coisa que sua mãe falou.
Ele apenas olhou para trás e deu um rápido “tchau” para os amigos, os outros o acompanhavam com os olhos.
-vamos Kurt, está na hora de entrar.
Sem pensar duas vezes ele abraçou Mercedes e Finn, depois atravessou o gramado e foi para sua casa.
***
Os dias foram se passando e Meg não retornou para ver os Hummel novamente. Burt estava preocupado com o que poderia ter acontecido a mulher depois daquele dia, Kurt estava sentindo muita falta do primo, ele sempre tinha a companhia dos seus inseparáveis amigos, mas em seu pequeno coração aquilo não lhe parecia suficiente.
Depois de ficar doente e de muito insistir, Burt resolveu levar o filho para a casa de sua tia, seria apenas uma visita rápida para as duas crianças se verem.
Ao chegarem a casa tiveram uma grande surpresa. Meg estava se preparando para o que parecia uma mudança. Burt desceu do carro com o filho e foi em direção a mulher.
-titia o que houve com você? – perguntou o sobrinho ao ver o machucado em seu rosto.
Ela o abraçou da forma calorosa de sempre, mas o seu sorriso não estava radiante, estava triste.
-Noah está lá dentro, ele vai ficar feliz em ver você aqui.
Os olhinhos azuis de Kurt brilharam e ele foi se encontrar com o primo. Ao ver que o filho já estava longe Burt segurou no rosto da mulher com as mãos tremulas de raiva.
-aquele idiota ousou levantar a mão pra você. – disse abraçando-a.
-está tudo bem Burt, ele não pode mais chegar perto de mim ou do meu filho.
-você não precisa se mudar por causa disso. – ele acariciou o rosto da mulher com cuidado.
-ele é louco, não posso ficar em Lima, é para o bem do meu filho. Vou alugar a casa e quem sabe eu volte quando isso tudo passar. – já estava decidido, o homem não poderia fazer nada.
***
-porque você tem que ir? – perguntou Kurt com a voz triste ao saber da notícia.
-não fica triste, minha mãe disse que não vai ser por muito tempo, logo nos voltaremos. – ele abraçou o menor tentando passar uma confiança que nem mesmo ele possuía.
-promete que não se esquece de mim... – disse Kurt com a voz fraca enquanto era tomado pelas lágrimas.
-eu prometo. – respondeu Noah olhando nos olhos do primo.
A mãe do pequeno judeu o chamou, isso significava que era a hora deles partirem, Noah olhou pela última vez para a sala vazia e depois voltou seus olhos para Kurt.
-vamos. – chamou-o se encaminhando para a porta.
Mas antes de partirem Kurt segurou em seu braço, Noah o olhou sem entender e foi surpreendido pelos lábios do primo nos seus. Aquele beijo selou a despedida dos dois, agora cada um iria para um lado, mas com a certeza de que se reencontrariam algum dia.