Fanfic: Gravitation (Glee) | Tema: Glee
No horário do almoço o assunto que reinava era apenas um no McKinley, parecia que todos os alunos estavam comentando sobre o berro que teve no meio da terceira aula. Finn estava fazendo a sua refeição com alguns colegas e os comentários sobre como a sua irmã mais velha era um tanto estranha não o ajudava muito a engolir a comida.
-Deu pra ouvir lá do quarto andar! Aposto que ecoou até a sala dos professores! – comentou Azimio caindo na gargalhada.
-Vamos parar com essa conversa antes que eu morra de vergonha. – disse Finn descansando o garfo, totalmente desgostoso pelo que havia acontecido.
-Vergonha de que? – perguntou Dave. – esse é o charme da garota! Queria ter uma irmã assim.
-Charme? Chama aquilo de charme?! – o mais alto fez uma leve careta, parecia não acreditar no que havia acabado de escutar.
Logo Santana chegou à sala onde tinha plena certeza que o Berry mais novo estaria e o chamou da porta mesmo, a garota tinha um papel em mãos e por um momento o jovem sorriu, aquilo só poderia significar que apesar do incidente ocorrido mais cedo, elas enfim resolveram entregar a ficha de inscrição. Finn falou brevemente com os dois amigos, ambos jogadores de futebol da escola assim como ele, e se afastou para ver realmente o que Santana queria; enquanto ele fazia o breve caminho até a garota ele podia escutar o suspiro de alguns garotos e até mesmo de garotas, a latina era uma das garotas mais cobiçadas da escola e por mais incrível que parecesse ainda não possuía namorado. O quarterback sentia-se sortudo de certa forma, afinal graças a praga da sua irmã mais velha ele havia se tornado amigo de Santana, em outras ocasiões talvez ela nem olhasse para a sua cara.
-Aqui está. – disse a garota com um meio sorriso, lhe entregando um papel dobrado. – nossa ficha de inscrição.
-Não vão participar?! Como assim?! – disse Finn desesperado sem entender completamente nada ao ler escrito no papel da ficha “participação impossível”.
-É que a Rach, a genial, perdeu todos os dados da música durante a aula de inglês. – explicou a latina ao ver que Finn havia ficado mais branco que o normal.
Assim que a latina deu a sua explicação o maior pode entender o motivo do berro que praticamente todos haviam escutado.
-Depois da tragédia, ela tentou suicídio com o Roland dela, mas fracassou. – comentou Santana não conseguindo mais se segurar e caindo na gargalhada ao lembrar da cena.
Quando se deu conta que havia perdido a música Rachel pegou o sintetizador e tentou pular da janela, enquanto um professor desesperado lhe segurava pela cintura e implorava para ela não fazer precipitado, e que se fosse preciso ele estava disposto a sentar e conversar com ela.
-... Ela ta deprimida? – perguntou Finn com um fio de preocupação.
-Pode crer. Na medida do possível. – afirmou Santana tentando pensar em algo que pudesse deixar sua parceira um pouco mais animada.
***
“Moral da história... Mesmo na pressa, nunca corte caminho” pensava Rachel seriamente. Não estava com saco para assistir o resto das aulas, preferiu ficar deitada no terraço, olhando para as nuvens. Depois de um tempo Finn acabou aparecendo para lhe fazer companhia, no final sempre sobrava pra ele a tarefa de consolar sua irmãzinha mais velha.
-Sete quedas, seis recomeços... – repetia a morena para ela mesma.
-Oito. Na verdade são oito recomeços. – corrigiu Finn que estava sentado perto da irmã, apoiado nas grades de proteção. – relaxa, é só um festival de escola. – tentou confortá-la.
-No final do mês que vem, vamos abrir um show. – Rachel fechou os olhos brevemente e respirou fundo. -... Eu não fui derrotada... Ainda não.
-Porque não arranja um namorado, irmãzinha. – comentou Finn após passar um curto tempo analisando a garota a sua frente.
Rachel se sentou automaticamente ao escutar o que o irmão disse e ficou olhando para ele com uma cara estranha, como se não tivesse entendendo o porquê da conversa ter chegado naquele ponto.
-Sei lá... Não é chato sempre se consolada pelo próprio irmão? – perguntou o rapaz apoiando o queixo em uma das mãos. – tudo bem, é legal se dedicar a música. – continuou ele tentando segurar o riso ao ver que a irmã estava fazendo uma cara engraçada por conta do rumo da conversa. Mas desperdiçar a vida só em cima do computador é idiotice. Apesar de tudo, ainda há garotos afim de você sabia? “Não que eles sejam normais, mas...”.
Apesar de seu irmão estar meio certo Rachel fez uma careta ofendida ao escutar certas coisas; tudo bem que ele apenas queria que ela estivesse numa boa e fosse feliz, mas a morena não parecia muito afim de acabar como ele, namorando uma CDF chata e sem graça como a Sugar. Os dois agora estavam sentados lado a lado, curtindo silenciosamente a brisa deliciosa que lhes acariciava o rosto e brincava com os seus cabelos.
-Acha que vai ficar famosa, construir uma mansão e viver da renda das vendas dos discos? Um sonho grandioso, mas um sonho idiota. – disse Finn da maneira mais honesta possível. – mas quem sabe? Se continuar tentando, talvez um dia alcance sua meta. Não dizem que o fracasso é o pai do sucesso?
Os dois se olharam e Rachel parecia bastante pensativa – o que não era muito do seu feitio – Finn deu aquele seu sorrisinho de lado, talvez suas palavras surtissem o efeito certo sobre a sua irmã.
***
Depois da escola Rachel deu uma breve passada em casa para falar com os seus pais, fazer um lanche rápido e depois foi para o trabalho. Sustentar o seu sonho não era algo barato e longe dela de ficar pedindo dinheiro ou favores para os seus pais... Se fosse para realizar os seus sonhos ela caminharia com as suas próprias pernas. A morena não ganhava muito, pois era apenas um bico de meio período como lava-pratos de um restaurante familiar, bem, pelo menos era o suficiente para empilhar os primeiros tijolos e construir a base da casa que se chamava “sonho”.
-Obrigada, Rachel, já pode ir agora. – era a sua chefe. Uma mulher de no máximo 25 anos, cabelos loiros que normalmente eram presos em um rabo de cavalo onde escapavam alguns fios, lhe dando um ar um pouco rebelde.
A morena agradeceu dando um leve sorriso enquanto dava uma última arrumada na pilha de louças muito bem guardadas.
-Seus pais não ficam preocupados por voltar tão tarde para casa? – perguntou a mulher aparentando um pouco de preocupação.
-Nem um pouco. Eles as tranqüilos quando a isso. – respondeu a morena pegando uma toalha e secando as mãos.
-Você é dedicada ao trabalho, garota. Aposto que gasta uma nota com o namorado. – comentou a loira sorrindo para a mais jovem e se encostando perto do balcão.
-Que isso chefinha? Não sabia, não? a Berry tem uma banda. – respondeu um rapaz que também trabalhava na cozinha com Rachel. Seu nome era Max, um pouco mais velho que ela, tinha os cabelos claros e levemente bagunçados, usava óculos. – e as garotas são boas mesmo, viu? Bem, pelo menos é o que ela diz... – continuou ele enquanto terminava o seu trabalho.
Rachel logo tomou o seu lado desesperado e começou a defender a sua banda com unhas e dentes, arrancando gargalhadas da chefe e do outro assistente.
-Então dedica suas noites de trabalho só para poder sustentar seus sonhos?- a mais velha sorriu com aquilo, é bom ver alguém como ela empenhada como ela. – espero que consiga realizar todos eles. Boa sorte, Rach. – desejou a mulher de forma verdadeira.
Por dentro a morena estava bastante feliz, era a primeira vez que alguém de fora lhe desejava isso, e acreditava em seu sonho.
-Como eu gostaria que essa frase tivesse saído da boca de um príncipe. – comentou Rachel dando lugar agora ao seu lado excessivamente dramático.
-Sei... Como se não tivesse namorado... – brincou sua chefe lhe dando um leve tapinha no ombro.
-Não tenho. – respondeu a morena de forma bastante direta, se encolhendo um pouco ao sentir a vergonha tomar o seu rosto.
Aquele assunto já estava começando a lhe incomodar, afinal porque todos resolveram insistir naquilo? Primeiro foi Finn na escola, agora a sua chefe... Talvez arrumar um namorado não fosse uma idéia tão ruim.
Prévia do próximo capítulo
Após o breve papo um tanto constrangedor com o seu companheiro de trabalho a sua chefe, Rachel foi se trocar, deixando a calça, a camisa social e o colete preto de lado para enfim voltar para casa. A morena vestiu o seu jeans já um pouco velho, uma camiseta preta, calçou o par de tênis e agradeceu por não ter esquecido a jaqueta, ...
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