Fanfics Brasil - 10 - Todo Mundo Odeia o Greg Nem Todo Mundo Odeia o Chris - 1ª Temporada

Fanfic: Nem Todo Mundo Odeia o Chris - 1ª Temporada | Tema: Todo Mundo Odeia o Chris


Capítulo: 10 - Todo Mundo Odeia o Greg

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TODO MUNDO ODEIA O GREG – T1E10


 


POV. CHRIS (Brooklin – 1982)


                Eu achava que ter irmã mais nova era um saco. A Tonya sempre fazia eu me ferrar e nunca levava a culpa de nada. Depois que a Lizzy deu uns gritos nela, até que ela tava quieta. Eu não podia reclamar muito do Drew, por que a única coisa que ele dizia era: ‘não fui eu.’ Isso salvava ele de levar a culpa sempre. Eu não sabia como tinha sido a vida da Lizzy com a irmã e nem como era a irmã dela, então resolvi perguntar.


                “Brigava muito com sua irmã?” Perguntei um dia que estávamos conversando na frente dos armários.


                “Ela é cinco anos mais velha e queria me obrigar a fazer tudo o que ela queria. Então era briga na certa. Mas depois a gente se entendeu e somos amigas agora.” Ela me olhou nos olhos. “Tá perguntando isso por causa da Tonya?”


                “Um pouco. Parece que ela tem prazer em me ferrar. Um dia ela esperou eu chegar pra colocar um aquário com três peixes no fogo e dizer que fui eu. Levei uns bons tapas. Tem horas que eu penso que não aguento mais ela.” Eu precisava desabafar aquilo e ela era a única pessoa com quem eu contava.


                “Me corrija se eu errar, mas você é praticamente o pai dela, né?”


                “Exatamente. Milhares de vezes eu já tentei fazer coisas legais pra ela, mas ela sempre quer me ferrar no final. E eu nem sei por que?”


                “Cara, eu não sei o que dizer.” Ela disse imitando a voz do Greg, o que nos fez rir.


                “Valeu por me escutar. Ainda nem sei por que você virou minha amiga. Conta aí.”


                “Eu não DECIDI ser sua amiga, só aconteceu. E não tem um motivo. Eu não preciso de razões pra ser sua amiga, Chris.” Ela sempre foi sincera e eu não tava acostumado com aquilo. Ainda mexia muito comigo.


                “Ok. Então conta da sua briga com o Caruzo. Eu sempre quis perguntar isso.”


“Não tem nada pra contar, Chris.” Dava pra ver que ela não queria tocar no assunto, mas eu não ia desistir.


“Por favor. Você resume.” Ela ia recusar de novo, mas cedeu.


“Bom, eu tava...”


“Oi, pessoal.” Era o Greg. Cara, será que ele não podia ter demorado mais cinco minutinhos? Droga!


“Ah, oi, Greg.” Ela pereceu aliviada com a interrupção. Tinha alguma coisa que ela não queria me contar.


“Oi.” Falei bem seco. Ele tinha atrapalhado uma descoberta quase histórica! Ok, to sendo dramático, mas pela primeira vez eu tinha convencido uma garota a me contar uma coisa, aí o Greg vem e atrapalha.


“E aí. Tavam conversando sobre o quê?” Nada que te interesse! Senti vontade de dizer, mas quem respondeu foi ela.


“Nada importante. Vamo pra aula?” Entramos na sala. Sério. O Greg ainda me paga.


A partir daí toda vez que eu tentava ficar sozinho com a Lizzy pra perguntar sobre a briga, o Greg aparecia e atrapalhava. Eu tava quase gritando com ele. Pode parecer besteira eu ficar estressado só pra saber o motivo de uma briguinha de colégio, mas a Lizzy nunca escondia nada por que ela não tinha medo de nada. E se tinha uma coisa que ela não queria contar, é por que a parada era séria.


Quando a gente voltava pra casa, ela sempre mudava de assunto ou não me deixava tocar no assunto. Eu não queria aborrecer ela, então não insistia, mas eu tava me roendo pra saber o motivo. Um dia ela ficou sem assunto e eu decidi que era hora de insistir.


“Pode me contar agora qual foi o motivo da briga com o Caruzo?” ela me olhou apreensiva.


“Ah. Pensei que você tinha esquecido.”


“Não. Não esqueci. Me conta.” Ela me olhou fundo nos olhos, decidindo se me contava ou não.


“Ta bom, eu conto. Eu bati no Caruzo por que ele ficava me chamando de umas coisas que eu não gostava e eu fiquei mal falada na escola por causa dele. Eu tinha acabado de entrar na Corleone e queria construir minha reputação por mim mesma e não pelo que os outros falavam de mim. Desafiei ele pra uma briga depois da aula. Ele achou que ia ser mole por que eu sou uma garota, mas eu dei uma surra nele.” Eu sabia que aquilo não era tudo, mas deixei pra insistir outra hora.


“Nossa. Do que ele te chamava?” Ela deu uma evasiva.


“De umas coisas que eu não gostava, já disse. Tenho que entrar agora. Tchau, Chris.” E entrou. Não acredito que ela me escapou de novo. Mas ela vai me contar o que foi.


No outro dia na escola eu decidi que ia fazer ela falar ali mesmo.


“Lizzy. Eu sei que você não me contou tudo. Por que tá me escondendo isso? Somos amigos não somos? Me conta. Confia em mim.” Eu sei que essa foi golpe baixo.


                Esperei a resposta dela.


 


POV. LIZZY


Eu não queria contar pra ele, mas também não queria magoá-lo e deixar ele pensar que eu não confiava nele. O que ele ia pensar de mim? Eu nunca me importei com o que as pessoas pensavam de mim, mas ele era diferente. A opinião dele importava pra mim, então decidi: sem segredos.


“Tudo bem. Eu confio em você, Chris.” Ele abriu um sorriso tão lindo... FOCO! “Eu bati no Caruzo por que ele me chamava de...”


 


POV. CHRIS


“E aí, gente.” O GREG DE NOVO! MAS QUE DROGA!


“Por que você sempre aparece em horas inconvenientes?! Faz uma semana que eu to tentando conversar em paz com a Lizzy e você sempre interrompe!” Eu tava gritando de raiva.


“Desculpa, senhor-não-fale-mais-comigo! Pois é isso que eu vou fazer!” Ele pegou os livros e saiu.


Me encostei no armário e ia olhar pra Lizzy quando notei que ela não estava mais lá e vi a porta do banheiro feminino bater. Ótimo! Ela foi pro único canto que eu não posso entrar.


Na semana seguinte eu descobri o que era realmente estar sozinho. O Caruzo me zoou todo dia por que a Lizzy tava me evitando e não ficava perto. O Greg não tava falando comigo por que eu tinha gritado com ele. Ele nem sentava mais perto de mim na aula e a Lizzy sentava lá atrás. Ela chegava tarde e saía cedo. Tentei seguir ela uma vez, mas me perdi e não encontrei ela. Resolvi acabar logo com aquilo. No intervalo decidi conversar com o Greg.


“Greg. Desculpa ter gritado com você. Eu tava estressado e descontei em você.” Não era verdade, mas eu queria meu amigo de volta. “Foi mal.”


                “Tá bom, Chris. Eu desculpo você. É meu único amigo aqui mesmo, exceto pela Lizzy. Afinal, cadê ela?”


                “Ela tá me evitando. Quando você interrompeu a gente, ela ia me contar uma coisa séria, por isso eu fiquei estressado. Ela tá me escondendo alguma coisa. Por isso ela chega tarde e sai cedo, pra não conversar comigo.”


                “Você sabe o que é?”


                “É alguma coisa com a briga com o Caruzo. Ela disse que ele chamava ela de umas coisas, mas não deu tempo ela me contar por que você apareceu.”


                “Entendi, cara. Foi mal. Mas você devia ter me contado, aí eu teria evitado quando vocês estivessem conversando.”


                “Mesmo. Vacilei.”


                “Foi.”


                “Mas hoje é sexta e eu tenho final de semana pra conversar com ela. Agora vai dar certo.”


                “Por que eu não vou estar lá?” A gente se olhou e riu. Na moral, amizade de verdade não acaba por uma briga.


                O fato foi que eu só consegui falar com a Lizzy no domingo, e foi ela que veio falar comigo. Eu já tava agonizando com aquilo quando escutei três assobios na janela. Era ela.


POV. LIZZY


                Eu tinha evitado o Chris a semana inteira. Não queria falar com ele por que sabia que ele ia me perguntar sobre aquilo de novo. Ele era meu amigo e eu não queria segredos com ele pra não atrapalhar nossa amizade, mas aquilo era sério. O segredo é que eu era adotada. Eu não tenho problema com isso, mas eu não gosto de divulgar. A verdade é que ser adotado era malvisto em 82, era como se você tivesse sido largado e era verdade. Eu não tinha sido largada, fui deixada num orfanato por ser órfã mesmo. Eu não queria que o Chris pensasse mal de mim, por isso eu não queria contar.


                Precisava de alguém que me desse conselhos. Pensei na minha mãe (adotiva), mas logo descartei. Ela até tolerava minha amizade com o Chris, mas não ia me dar conselhos. Cibele. Escrevi pra ela o mais rápido que pude. A resposta chegou dois dias depois. Ela me respondeu que tudo o que eu queria ouvir de mim mesma. Que eu estava sendo uma idiota por deixar isso atrapalhar meu relacionamento (ela ainda não aceitou que é só amizade) com o Chris e que se ele confiava em mim, eu devia confiar nele. Se minha irmã está dizendo, então é lei.


                Desci a escada e saí pra frente da casa dele, respirei fundo e assobiei três vezes. Agora era só esperar.


 


POV. CHRIS


                Abri a porta e ela estava me esperando.


                “Oi.” Ela disse parecendo envergonhada. Eu fiz cara de emburrado. Tinha ficado preocupado com ela, ela tinha passado uma semana sem falar comigo e agora me vinha com ‘oi’. Fala sério.


                “Oi.” Falei bem seco. Sentei e não olhei pra ela. Ela era inteligente o suficiente pra saber que se eu tivesse mesmo zangado com ela, nem tinha descido. Então se eu desci, é por não era tanta raiva assim.


                “Tá zangado comigo?” Ela fez uma carinha que me desarmou todo. Desisti de ser frio.


                “Não, mas fiquei preocupado. Por que tava me evitando? Não quer mais ser minha amiga?”


                “Não é isso, Chris. Eu estava com vergonha.”


                “De quê? É tão ruim assim o que não quer me contar?”


                “Não sei, depende de quem vê. Eu tive medo de você não querer mais ser meu amigo.”


                “Por que eu não ia mais querer ser seu amigo? Você é a garota mais legal que eu conheço.” Ela ficou vermelha e baixou os olhos.


                “Eu decidi não ter mais segredos entre nós dois, Chris. Você concorda?”


                “Claro.” Eu não tinha nada a esconder mesmo.


                “Ainda quer saber do que o Caruzo me chamava?”


                “Só se você quiser me contar.” Eu tava me roendo de curiosidade, mas disse só pra ser legal.


                “Eu quero.” Ela baixou os olhos. “Ele me chamava de adotada.”


                “O quê? Você é adotada?”


                “Sou.” Ela falou tão baixo que eu quase não ouvi. Na hora eu percebi por que ela não queria contar. Ser adotado era malvisto naquela época. Eles eram os largados. Eu nunca precisei consolar ninguém, mas eu tinha que dizer alguma coisa que prestasse. Num impulso peguei a mão dela.


                “Olha, Lizzy, eu não vou te julgar. Você é minha amiga e é isso o que importa. Adotada ou não, eu gosto de você do jeito que você é.” Congelei com o que eu disse, talvez ela pensasse que eu tinha ido longe demais. Engano.


                Ela me olhou, depois olhou pra rua inteira, não tinha ninguém. Aí ela soltou minha mão e me abraçou bem forte. Não resisti e abracei ela de volta. Ela tava precisando daquilo e eu também. Passamos um bom tempo daquele jeito, esquecidos do mundo, aí ela voltou a si e se afastou. Nós dois estávamos vermelhos naquela hora. Ela sussurrou ‘obrigado’ e entrou e eu fiquei lá sonhando sozinho. Acordei quando escutei o grito da minha mãe: CHRIIIIIIIIIIIIIISSSSSSS!!!!!!!!!!!!!


                Subi pra ver o que ela queria.


                “QUE HISTÓRIA É ESSA, GAROTO, QUE VOCÊ TAVA AOS BEIJOS COM A VIZINHA BRANCA?” A Tonya saiu de detrás da minha mãe e eu soube quem tinha estado me espiando. Diabinha cara de pau. “SOBE PRO SEU QUARTO QUE EU VOU TE ESQUENTAR! A MENINA MAL SE MUDOU E VOCÊ JÁ TÁ...”


                “Mãe!” Interrompi ela. Eu só tinha uma chance de falar. “Eu posso explicar e não é uma desculpa esfarrapada.” Ela parou.


                “Ah, é? Então explica.” Olhei pra Tonya.


                “Mas eu quero falar com a senhora sozinho. É um assunto sério.” Ela aparentemente me levou a sério e mandou a Tonya subir.


                “Agora me dá a sua ‘explicação’.” Respirei fundo e comecei.


                “Primeiro, eu não tava aos beijos, foi só um abraço de amigo. A Lizzy não é dessas e eu já disse pra senhora que ela é só minha amiga. Segundo, o motivo do abraço foi uma coisa muito séria que ela me contou.” Aí contei tudo pra ela, menos a parte da briga com o Caruzo. “Então foi isso. A Tonya foi que fez fofoca e mentiu.” Minha mãe tava passada. Não só por que eu não fiz nada de mais, mas também por que a história era convincente.


                “Então ela é adotada?” Percebi o perigo.


                “Mãe, por favor, não fala disso com ninguém. É segredo de estado. Ninguém além de mim sabe. Ela confia em mim. Eu não devia nem ter te contado.”


                “Não, tudo bem, meu filho. É um segredo dela e eu não vou contar pra ninguém. Mas não é pra ficar abraçando ela todo tempo. Você sabe como a vizinhança fala.”


                “Tudo bem, mãe.” Abracei ela.


                “E sobe pro seu quarto pra arrumar aquela bagunça. Eu tenho outra coisa pra fazer.”


                “O quê?” Ela não respondeu, ela gritou.


                “TONYAAAA! EU JÁ DISSE PRA NÃO MENTIR NEM FAZER FOFOCAS DOS SEUS IRMÃOS! AGORA EU TE PEGO MENINA! JÁ IMAGINOU SE ESSA HISTÓRIA CHEGA NA VIZINHANÇA!”


                Eu decididamente achei que tava sonhando. A Tonya tava se dando mal, minha mãe me escutou sem reclamar, a Lizzy voltou a falar comigo e me abraçou. Arrumar o quarto nunca foi tão bom!


...


Por: LivyBennet




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Autor(a): LivyBennet

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • livybennet Postado em 08/10/2012 - 19:27:04

    Pessoal, eu vou continuar tá! Tem mais uma temporada à vista!

  • giovana74 Postado em 07/07/2012 - 21:49:00

    continuaaaa parou?

  • livybennet Postado em 22/06/2012 - 14:43:16

    Adicionado!

  • hedu Postado em 22/06/2012 - 14:29:10

    Então para organizarmos a estréia me adiciona no msn: hadartv@hotmail.com. Muito obrigado pelo interesse.

  • livybennet Postado em 21/06/2012 - 14:20:32

    gostaria muito que fosse publicada e agradeço o interesse. Qualquer duvida é só perguntar... ^.^

  • hedu Postado em 20/06/2012 - 14:05:57

    Olá, eu tenho um blog www.hadartv.wordpress.com , e gostaria muito que esta série fosse publicada no mesmo, com todos os creditos ao "fanfics" e ao autor. Aguardo resposta atravez deste comentário ou pelo e-mail hadartv@hotmail.com Agradeço desde já!

  • manolorhcp Postado em 11/06/2012 - 12:51:33

    Muito bom kkkk

  • livybennet Postado em 10/06/2012 - 16:13:40

    Obrigada! Postando mais um cap agora!!!! ^.^

  • manolorhcp Postado em 10/06/2012 - 16:03:25

    Muito bom!!! Tava na hora de alguém criar uma fanfic sobre algo que preste rsrs

  • livybennet Postado em 10/06/2012 - 12:06:45

    Wlw!!!!!! ^.^


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