Fanfic: ˙·٠•●* Um casamento Diferente·٠•●* [Terminada]

      - Ouço o mar - disse ela, identificando finalmente o som de fundo como ondas.
         - Lembra-te de algo da viagem para cá? – perguntou-lhe ele olhando-a fixamente.
       - Nada – respondeu ela em um suspiro.
       - Não estamos em Atenas. - Como estava doente, não tinha sentido te levar a casa de minha mãe. Assim que te trouxe aqui em lugar de te levar ali.
       - Onde é aqui?
       - Entendimentos, uma pequena ilha que comprou meu pai pouco antes de sua morte. - É o lugar perfeito para que te recupere.
       - Uma ilha? – Anahi se levou a mão à frente. A enfermidade não a deixava pensar com clareza. Mas havia algo que estava claro pelo menos; não sabia nada de seu marido, com quem tinha casado a cinco anos.
Uma criada sorridente os interrompeu para trazer o café da manhã. O estômago do Anahi se alertou ante a vista da bandeja, e então se deu conta de quão faminta estava.
       - Quanto tempo faz que estou aqui? – perguntou.
       - Dois dias...
       - Dois?
Nesse momento golpearam a porta. Entrou uma adolescente com calça curta, um gracioso Top, e o cabelo negro lhe pendurando em cachos negros.
       - Vejo que está melhor...
       - Any, esta é minha sobrinha, Annelizzie...
       - Chamam-me Lizzie – interrompeu a jovem. - Fui receber te ao aeroporto, mas certamente não me recordará. Estava virtualmente inconsciente.
       - Recordo sua voz – sorriu Any, contagiada com a simpatia da moça.
Any voltou a sentir a embaraçosa sensação de não conhecer nada a respeito de Alfonso. Era a sobrinha de Alfonso. Poderia ter dúzias de sobrinhas.
       - Any tem que descansar. É melhor que não lhe fale muito – lhe advertiu Alfonso.
Lizzie ficou tinta, obviamente envergonhada pelo comentário que punha em evidência que falava demais.
        - Mas eu gostaria de muito ter um pouco de companhia – protestou Any.
        - Assombroso! - Pensei que fosse mais velha. - Ou talvez seja mais velha do que aparenta. - Que idade tem? – perguntou Lizzie.
        - Lizz... – disse Alfonso.
        - Vinte e dois.
        - Casou aos dezessete? – Ela abriu os olhos grandes de assombro e olhou a seu tio. - E você está de acordo com meus pais em que dezessete anos é pouco para eu sair seriamente com um garoto? – perguntou-lhe molesta.
Any reprimiu uma risada ao ver o gesto de Alfonso morando uma tormenta, e saiu em ajuda da graciosa adolescente, trocando de tema.
       - Falas inglês perfeitamente,  Lizzie.
       - Vou ao colégio na Inglaterra. - Teria gostado de saber de sua idade. – Teria ido te visitar se tivesse te conhecido faz anos... Apesar do que todo mundo dizia.
Então Alfonso disse algo em grego. Lizzie ficou rígida, e sua formosa cara se esticou ao mesmo tempo que baixava a cabeça.
O que haveria dito a família Andreakis da esposa de Alfonso, a quem não conheciam?
       - Não deixe que te canse – disse Alfonso resignado, indo para a porta.
       - Os homens são um pouco pesados, às vezes – murmurou Lizzie, e logo dedicou uma risada a Anahí.
       - Tem razão! – disse Any rindo, ao mesmo tempo que se dava conta de quão deprimida tinha estado até a chegada de Lizzie.
       - Foi difícil convencê-lo para que me deixasse vir vê-la. - Alfonso sente sempre pena de mim pelo aborrecimento que sofro quando devo ver a minha família em férias.
       - Suponho que todos seus amigos estão na Inglaterra...
       - OH! Não é isso. - É que em minha família são todos uns velhos. Vivem no século passado!
       - Seus pais?
       - Bom, parece-me que são os mais jovens. - Algo mais de cinqüenta anos...
       - Os mais jovens? - Alfonso tem trinta. - Sua mãe, ou seja sua irmã, é tão velha assim?
       - E suas outras irmãs são ainda mais velhas. - Minha avó tem ao redor de setenta, ou um pouco mais.
Alfonso sempre tinha pensado que Any seria o maior de seus irmãos. Mas parecia que tinha sido um filho tardio. Era estranho que houvesse uma diferença de vinte anos entre irmãos.
       - Se tivesse sabido como foi... tinha muita curiosidade por te conhecer.
       - Por isso foste me receber no aeroporto?
       - Não. - Isso era para te dizer que fosse bem-vinda. - Em minha opinião a família te tratou muito mal.
Any sorveu o café.
       - Eu...
        - E você tinha então a idade que eu tenho agora – continuou a garota, enquanto se levantava da cama e ia para a janela. - Eu me sentiria muito mal se a família de meu marido não tivesse querido saber nada de mim... – teria me doído muito, e teria estado furiosa com eles!
Pelo que parecia, Alfonso não a tinha mantido afastada de sua família por própria decisão, mas sim sua família a tinha rechaçado. Mas ela não sentia nem pena nem fúria. Mas seu casamento não tinha sido normal. Não devia preocupar-se com algo como a falta de carinho de sua sogra, ou sua distância para ela. Tinha coisas  mais importantes no que pensar. Mas se alegrava de não ser uma estranha para eles...
      - Não estou furiosa – disse secamente.
      - Mas era tão injusto... - Não tinha a culpa de que Alfonso se apaixonasse perdidamente por ti, e deixasse a Dulce Kiriakos. - Quero dizer, que tivesse sido pior que se apaixonasse por ti depois de que tivesse casado com ela.
Por sorte, Any  se livrou de lhe responder, porque uma criada entrou para dirigir-se a Lizzie.
      - Deus! Minha mãe ao telefone! – protestou a jovem. - Seguro que não fará nenhuma pergunta, mas tentará me tirar toda a informação que possa sobre ti. - Ela adora ao Alfonso... franziu o cenho, e pela primeira vez se fixou na palidez de Any. - Deveria dormir um pouco. - Te vejo cansada. - Verei-te logo.
“ Incrível “, pensou, depois de ouvir semelhante revelação. E sentiu também que começava a sair de sua estado de letargia. Então se mordeu os lábios, para evitar um grito de assombro.

Sorry pela demora.

Obrigado pelos comentários.

Comentem muiiiito.