Fanfic: ˙·٠•●* Um casamento Diferente·٠•●* [Terminada]

  - Me fale dele – lhe disse Alfonso com calma. Mas lhe tinha interrompido o passo, e não a deixava sair.
      - Não sei do que me fala...
      - De seu amante...
      - Não acredito que te interesse saber nada dele.
      - Não? Onde o conheceste?
      - No Harrods.
      - No Harrods?
      - Sim, conhecemo-nos ali e me convidou para tomar um café.
      - Ficou com ele no Harrods?
      - Não fiquei com ele!
      - No Harrods! – repetiu ele como se não pudesse acreditá-lo. - E onde foi parar o assunto depois do café?
      - A nenhum lugar. - Encontrei-me  novamente com ele na semana seguinte.
      - Me deixe que adivinhe, o mesmo dia, à mesma hora...
      - Não me lembro.
      - Esperava vê-lo outra vez.
Anahi ficou calada. Foi para a janela e ficou olhando a escuridão da noite iluminada pelas estrelas, e o mar ali abaixo. Alfonso não tinha direito a lhe fazer essas perguntas. Ficou furiosa.
       - Ou seja que o caso começou no Harrods... E em que zona do Harrods?
      - E o que importa onde?
Alfonso se sentou em um sofá e estirou as pernas, simulando que se relaxava.
       - Quero me fazer uma idéia da cena. - Foi em uma lingerie fina ou no salão de comidas?
       - Nego-me a responder a uma pergunta assim.
       - Melhor deixá-lo liberado à imaginação. - Mas, me conte, como foi ganhando território...
       - Muito fácil.
       - Eu não estava ali, essa é a única razão pela que foi fácil.
A arrogância do Alfonso a decidiu a não lhe confessar a verdade sobre sua ruptura com o Paul. Via que Paul era a única arma para defender-se. E Any tampouco lhe confessaria que nos braços de seu marido havia sentido algo mais que atração sexual. Por nada do mundo ia deixar lhe saber que estava apaixonada por ele.
Recordava perfeitamente aquele dia em Paris em que tanto a tinha desprezado pensando que ela ainda o amava. E não se perdoaria jamais dizer-lhe. Que amasse Alfonso não queria dizer que não soubesse quão desumano podia chegar a ser. E o admitir seu amor a faria totalmente vulnerável. Talvez fosse o tipo de mulher que associas-se o amor com a dor, uma vítima de sua própria condição. Sentia uma raiva de Alfonso mas era consciente de que também desfrutava de que nesse momento ele tivesse posta toda a atenção nela.
       - Não o ama. - Se o amasse teria ido à cama com ele na primeira oportunidade que se apresentasse.
       - Acredite ou não, há gente que é capaz de conter-se!
Alfonso se acomodou no sofá e com olhos zombadores lhe disse:
       - Não parece que te tenha contido muito comigo.
Anahí  se sentiu pior ainda.
       - Não é que me queixe – sorriu Alfonso. - O desejo é algo que está de acordo com meus instintos naturais... parece-me melhor que apaixonar-se cruzando olhadas entre couves de bruxelas. - Foi no andar de alimentos, não é verdade? - Um verdadeiro romance.
       - Paul tem mais de romântico em um só dedo do que você pode ter em todo seu corpo – lhe gritou Anahi zangada.

       - Sim, convidou a um café. - Eu te tivesse levado a um hotel próximo e te tivesse derramado champanha sobre os seios... - E te asseguro que tu terias gostado mais.
Anahi ficou pálida. de repente pensou em quantas mulheres teriam sido banhadas em champanha por seu marido.
       - Não me meta em um mesmo saco com todas suas mulheres!
- Vou à cama!
E decidiu que não iria a sua cama. Por isso entrou no dormitório principal, recolheu umas poucas coisas, e saiu.
Um quarto de hora mais tarde, ela estava deitada na cama de um dormitório no final do corredor e com a porta passada a chave.
Se estavam condenados a estar juntos, isso não queria dizer que tivesse que dormir com ele. E se arrependia de ter estado na cama com ele. Perdeu-se o respeito.
Um ruído a alertou. Então viu uma sombra escura e silenciosa que entrava pela janela da habitação. Esteve a ponto de gritar, até que viu os traços de Alfonso que iluminavam com a luz da lua.
        - Me diga, este jogo de camas separadas é parte do plano para fazer mais romântica nossa relação? - Supunha-se que eu ia subir com uma rosa entre os dentes e uma caixa de chocolates?
       - Há uma altura considerável da janela até a praia aí abaixo. Poderia  ter te matado.
       - E se caísse, seria um problema para ti. - Teria  muito que explicar?
Alfonso nem se alterou ante as amostras de horror que tinha dado ela ao saber como se arriscou. E era um risco inútil, absurdo para alguém como ela. Mas não para o Alfonso. Gostava do risco.
       - Está louco! – disse ela nervosa ante o que poderia ter passado.
       - Dar batidas na porta não era um bom sistema com Lizzie em casa. - E teria assustado aos criados. - Não me tivesse gostado de fazer ficar mau.
       - E você não tivesse ficado mau? – perguntou ela, impressionada ainda pelo que tinha feito.
       - Não, porque é a habitação de minha esposa, e estava trancada. - Para os gregos isso é uma provocação.
       - Poderia ter te matado! - E haveria valido a pena?
Alfonso se meteu no outro lado da cama, e lhe dedicou um sorriso de satisfação.
       - Pergunte-me isso pela manhã – esclareceu ele, aproximando-se dela.
       - Não! – gritou Any com pânico. - Se for dormir aqui, eu dormirei em outra parte!
       - Você não dormirá comigo. - Dormirá no chão.
       - É obvio que não! - O que pensa que sou?
       - Esperas que me desculpe pelo que te disse hoje? – disse ele apoiando-se sobre os travesseiros.
       - O que?
       - Mas o que você te tomaste como um insulto, eu o considero um elogio. - Me mostre algum homem casado que não queira uma esposa apaixonada.
Any se estremeceu.
      - Chamaste-me de prostituta.
      - Não é verdade. - Eu disse que me alegrava que te comportasse como uma delas em minha cama. - Embora necessitaria umas poucas lições para ter o diploma – murmurou ele com provocação. - E morro por lhe ensinar isso. - Que mais posso dizer em minha defesa?
Anahi se estremeceu. Alfonso a fascinava inclusive quando estava zangado. Tinha um tremendo carisma.
      - Não podemos viver juntos deste modo.
      - Acabamos de começar – Alfonso saltou da cama, e a estreitou antes de que ela pudesse remediá-lo.
      - Não! – a fúria da boca de Alfonso a silenciou. A força de seus braços a tomou por surpresa.Anahi apertou os punhos e lhe empurrou. Mas imediatamente o desejo também se apoderou dela.
Os lábios dele pressionaram a boca de Anahi, inundando-a em uma quebra de onda de excitação. O sangue galopava em suas veias, o calor em seu corpo ia aumentando.
Sentiu o frio do lençol nas costas quando ele a apoiou de costas na cama. Olhou-o com desespero, e ele foi até seus seios, que tomou e acariciou com gesto possessivo. A resposta dela não se fez esperar, e tampouco a pôde ocultar.
       - Isto não é o que quero... – murmurou ela brandamente, tratando de vencer o desejo que a ameaçava.
       - Mas você me deseja...
       - Não!
       - Sim.
Alfonso brincou com seus lábios. Ela descobriu a doçura do uísque em sua boca, e a aceitou, resignada a que a maestria dele a levasse por caminhos de prazer inexplorados.
       - Deseja-me... tanto como eu.
Anahi gemeu de prazer quando ele se aproximou com sua boca aos mamilos, esticando o corpo dela como um instrumento de prazer.
       - Admite-o... – exigiu-lhe Alfonso, afundando suas mãos detrás do quadril dela e empurrando-a contra ele.
       - Sim, sim! – por fim admitiu Anahí.
Tinha sido um grito de derrota. Ela se tinha rendido ao calor de sua boca e suas mãos seguras, mas em seu interior, ela sentia que tinha cedido algo mais importante ainda, imprescindível para sua sobrevivência.

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