Fanfic: ˙·٠•●* Um casamento Diferente·٠•●* [Terminada]

-Só te digo as coisas como são. É uma criação do Max, um adorno formoso e frágil, a esposa perfeita para um homem rico...
      - É um desgraçado! – disse ela indignada.
      - Isso não quer dizer que não seja boa em seu papel, excelente como anfitriã... Uma verdadeira dama. Mas se quiser de verdade sua liberdade...
      - Sim, quero-a! – gritou Anahi
      - Sim? - Deveria te perguntar por que me compra os meias três-quartos ainda. – riu Alfonso cinicamente, e saiu da habitação.
      - O que tinham que ver suas meias três-quartos em tudo isso? Não era mais que uma tarefa corriqueira da que se ocupou desde os primeiros tempos de seu casamento; e a seguia fazendo sem pensar muito nisso.
Enquanto Anahi penhoar, pensava que devia conseguir que Alfonso a escutasse e fazê-lo compreender.
Alfonso estava na habitação principal. Anahí se deteve ante a soleira da porta, porque Alfonso estava ao meio vestir, um fato que a violentava.
      - E agora o que quer? – perguntou com impaciência.
      - Quero que me escute – Any  fechou mais o decote do pe-nhoar, e o olhou aos olhos. - Amo ao Paul. - Quero o divórcio.
Alfonso  atravessou o tapete da habitação em direção a Anahi.
      - É minha esposa – disse em tom suave. - E por que é minha es-posa? - Porque queria sê-lo a qualquer preço.
      - Não escutaste o que lhe disse? - Amo-o! – disse ela com os dentes apertados pela raiva.
      - Compra-lhe meias três-quartos também? – perguntou ele com ironia.
Anahí lhe deu uma bofetada sem pensá-lo. Mas logo se sentiu consternada ante o que tinha feito. Não era habitual nela uma reação semelhante. Separou-se dele com temor, ao vê-lo aproximar-se dela, com fúria no olhar.
      - Não! – atinou a gritar.
      - Embora uma bofetada não te viria mau, posso me conter. É muito pequena, muito frágil. - Se fosse o tipo de marido que bate em sua mulher, não crês que te teria informado a estas alturas?
Alfonso a puxou com força. Outro gesto ameaçador de Alfonso, além do olhar escuro e penetrante no decote do penhoar, que nesse momento mostrava um ombro nu.
       - Minha idéia do entretenimento é muito distinta, é mais íntima. A violência eu não gosto. Há coisas mais satisfatórias.
      - Não te atreva a me tocar!
      - Uma noite longa e morna em minha cama é o que te faz falta – lhe disse Alfonso levando sua mão ao ombro de Anahi .
      - Não seja desagradável! – Anahi gritou se desesperada.
      - Não rechace o que ainda não provaste – Alfonso riu enquanto baixava a cabeça e aproximada sua cara da de Anahi, lhe tocando o lábio com a outra mão.
      - Basta!
      - Sinto-me tão intimidado... – burlou-se ele, lhe afastando uma mecha de cabelo loiro da bochecha em um gesto quase tenro.
Anahi se estremeceu.
      - Alfonso...
A boca dele foi à busca da dela, e lhe separou os lábios. Ela ficou sem fôlego. Estreitou-a ainda mais, lhe fazendo sentir todos os músculos de seu corpo viril. Ela se arqueou involuntariamente, aumentando esse contato. A língua de Alfonso explorou o interior da boca de Any. Um fogo selvagem se elevou em todo seu corpo feminino. Any se estremeceu, apertou-se contra ele, e rodeou o pescoço do Alfonso com seus braços. Fechou os olhos, e sentiu um calor intenso percorrendo-a.
Depois Alfonso liberou sua boca e a olhou com impassividade.
      - Qual é seu nome? – perguntou de repente.
       - Seu... OH! Meu Deus! – disse Any levando um dedo a sua boca vermelha e irritada. Any afrouxavam as pernas.
      - Equivocaste-te em suas prioridades. - Eu sou seu marido.
Any pensava em alguma resposta, algo em sua própria defesa. Mas era incapaz. Sentia um torvelinho de emoções violentas. Alfonso se tirou a camisa, deixando ao descoberto uns músculos dourados e fortes.Any  não queria olhar, mas ia a vista sem querer o.
Alfonso abriu a porta e, bruscamente, atirou Anahí  no corredor.
       - Falaremos mais tarde, à hora do café da manhã.
A porta se fechou em sua cara. Estava-se voltando louca? Era um pesadelo as últimas vinte e quatro horas que tinha vivido?
Any se meteu na cama, adotando a posição fetal. Alfonso era um estranho. Não o reconhecia. E tampouco se reconhecia a si mesma.
Desde que tinham estado no banco se comportou de maneira estranha. Primeiro com fúria. Logo com uma atitude mais sarcástica que furiosa ao acreditar-se que ela tinha tentado atrair sua atenção.

Anahi não compreendia por que Alfonso queria seguir unido a sua esposa com a que se casou por chantagem. Por que aceitava essa farsa? E por que a seduzia sexualmente, assim, de repente, depois de cinco anos a ignorá-la?
E mas, por que ela se ficou aí, sem fazer nada, e lhe tinha permitido inclusive beijá-la? Era certo que Alfonso era um homem muito experiente. Talvez qualquer homem com essa maestria pudesse lhe arrancar a uma mulher inexperiente como ela as sensações que aca-bava de experimentar com o Alfonso. Mas lhe assombrava que Paul não o tivesse obtido.
Envergonhava-se de si mesmo. O sexo, dizia-se, não era tão importante em uma relação. Ela amava a Paul. Amava-o realmente.
Mas o que realmente lhe preocupava e a surpreendia, era que Alfonso ainda pudesse exercer essa atração sexual sobre ela, quando acreditava que já era um assunto mais que acontecido. E Alfonso lhe tinha demonstrado que não era assim, e se tinha rido disso. Que golpe para seu orgulho!
À manhã seguinte se encontrou com a roupa limpa na habitação. “Muito consideração de sua parte”, pensou com ironia. Vestiu o traje azul do Versace, e tratou de reparar os danos sofridos a seu aspecto depois de uma noite sem dormir.
Na sala se encontrou com Alfonso atrás do Financial Teme. Ao vê-la ele deixou a um lado e elevou a xícara de café.
       - Deveria voltar para a cama. - Parece a vítima de um vampiro que espera que lhe dêem a terceira mordida.
       - Muito gracioso.
       - É afortunada de encontrar se inteira, depois do que tenho descoberto ontem à noite. - Acredito que fui extremamente tolerante e pormenorizado, mas não abuse.
Anahi tomou um croissant consciente do olhar dele em todos seus movimentos. Alfonso vestia um traje azul, camisa branca, gravata vermelha de seda. Estava impecável, sem  nenhum sinal de uma má noite. E parecia ter recuperado totalmente o controle.
Anahí sentiu ódio por ele. Suas mãos tremeram ao cortar o pão doce.
      - Quero ver um advogado esta manhã. Quero o divórcio.
      - Está sonhando, parece-me.
      - Eu...
      - Cala! – ordenou-lhe ele.
      - Não me pode impedir isso – Não penso seguir sentada aqui para que me insultes!
     - Simplesmente faço de conta que não te ouvi.
     - Não penso seguir sentada aqui para que me insulte!
     - Sente-se! – a voz dele soou como uma chicotada sobre a mesa. Anahi se sentiu tão intimidada que se voltou a sentar.
     - Quero que me escute.
Anahi colocou açúcar no café sem olhá-lo. Pensou que o deixaria falar. Mas não lhe impediria o divórcio.
     - Faz cinco anos eu tinha vinte e cinco anos e você dezessete. Foi uma menina com um corpo de mulher. E não me excita a idéia de me deitar com uma adolescente, embora fosse minha mulher! Isso me parecia algo perverso. - A alguns homens gosta das mulheres muito jovens, a mim não.
Anahí  seguia com o café na mão. Jamais tinha pensado que Alfonso pudesse sentir-se desse modo frente a sua jovem algema. E se sentiu culpada e molesta por não havê-lo pensado.
      - De todos os modos, odiava-me – disse ela pálida.
      - Estava ressentido contigo. - Não acredito que tenha chegado a te odiar. - Simplesmente te descartei de minha vida. - Estávamos obrigados a estar juntos, e eu resolvi essa situação a minha maneira.
      - Desculpa, se te repugno – disse Anahi nervosa, e imediatamente se deu conta de quão infantil tinha sido seu comentário. Não queria revolver o passado  doloroso.
      - Comecei a trabalhar aos quatorze anos em um dos navios de meu pai. Ele era um homem antiquado. Queria que eu começasse de baixo e fosse ascendendo, porque ele o tinha feito assim. - Eu sabia que necessitava uma educação. Os seguintes anos, foram anos de dezoito horas de trabalho. - Minha vida consistia em me matar tra-balhando e estudar para me manter ao dia; e de uma vez fazia negócios e transações na bolsa. Não tive uma verdadeira juventude. Não tinha tempo para nada – se queixou Alfonso com amargura.

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