Fanfic: Stay (A Jemi Series) | Tema: Jemi

POV - DEMI - PARTE II

- Precisamos conversar... - Demi o interrompeu.

- Não, nós não precisamos, você já disse tudo o que tinha pra dizer, agora se manda, Joe. - Demi falou com rapidez, a última coisa que ela gostaria de lidar naquele momento era com ele, e, consequentemente, com o assunto que ela sabia que ele trazia. Ela podia não demonstrar nenhuma emoção por fora, mas de repente, seu coração começou a desfalecer como farofa no coador.

- Eu preciso falar sobre isso. - Joe falou, com calma, mas sua voz parecia extremamente cansada, assim como sua aparência corporal. O mesmo começou a analisar a roupa de Demi, a olhando dos pés a cabeça - Você vai sair?

- Vai embora! - Demi cruzou os braços.

- Pare de fugir de qualquer coisa que acontece. - Joe especulou, passando as duas mãos nos cabelos e dando um giro no lugar onde estava, voltando a sua posição inicial.

- Cale a boca. Quem é você para me falar uma coisa dessas? Você não olhou pra mim e nem apareceu na minha frente por 3 semanas, você deveria estar falando isso para você mesmo.

- Você sumiu por 7 meses, estou a par de que isso dói mais do que 3 miseras semanas. Afinal, eu precisava pensar... - Demi o interrompeu, mais uma vez.

- Pensar no que, Joe? Em como você come a sua namorada? - Demi soltou uma risada sarcástica.

- Chega, Demi! - Joe levantou o tom de voz, mas abaixou assim que percebeu que já não estava mais em frente a porta, e sim em frente a Demi, inclusive, segurando um de seus braços com força. Joe olhou para o braço da mesma e o soltou no mesmo momento - Olha, não dói só em você se é isso que você pensa. Eu não sou uma pedra. 

- Você está tão errado. - Demi cruzou os braços de volta, antes, passando sua mão sobre o local no qual Joe estava apertando a uns segundos atrás. Se Joe pudesse ao menos ler os seus olhos, ele saberia o quanto ela estava cansada daquilo tudo.

- Se há uma pedra aqui, essa pedra é você, não eu. Você tem de parar de fazer isso com os outros... - Demi o interromopeu, mais uma vez, já se cansando da conversa que os dois estavam tendo.

- Sim, por que eu sou uma péssima pessoa. - Demi já podia sentir as lágrimas nos seus olhos, ela não sabia dizer se eram de raiva ou de tristeza, talvez os dois.

- Não foi isso que eu disse.

- Você deveria honrar as coisas que você fala, sinceramente. Principalmente as coisas que você faz, e pra quem você as faz. Você não percebe quantas vezes você machuca os outros e não se importa em ir pedir desculpas ou não. Você não tem coração, muito menos mente. - as lágrimas já rolavam pelas suas bochechas, apressadas, transformando o rosto de Demi em diversas emoções ao mesmo tempo.

- Você está falando sobre nós? - Joe abaixou o olhar.

- Não importa sobre quem eu estou falando, importa é que você sabe que é desse jeito e continua querendo passar um pincel nas coisas que você faz e fingir que nada disso aconteceu. Deixa eu te contar uma coisa: você não pode desfazer o passado, além do mais, você marca as pessoas... - Joe a interrompeu.

- Você escondeu de mim que ia ter um filho meu. Você já não acha que é castigo de mais? Você fugiu e ficou 7 meses sem dar notícias. Eu ligava pra sua mãe e ela nunca me dizia nada. Você acha que foi fácil pra mim ficar aqui sem você? - Demi não estava olhando mais para Joe, tudo estava doendo muito naquele momento. E mais uma vez, tudo o que ela queria era fugir, mas ela sabia que essa opção elá já não podia mais usar. Joe caminhava de um lado para o outro, com as duas mãos na cabeça - Tudo, tudo o que eu queria eram respostas. E mesmo assim você não parou de mentir pra mim.

- Eu estava com Zack naquela semana, eu não menti pra você, ok? - Demi gritou, fazendo com que Joe parasse de se movimentar pelo seu quarto e a olhasse. Algumas lágrimas desceram do rosto dele enquanto Demi o encarava.

- Então agora você está dizendo que o filho é dele? 

- Cale a boca! - Demi gritou, mais uma vez - Eu não quero ouvir você, eu não quero ver você. Saia daqui! - Demi o empurrou, Joe não caiu no chão, mas ficou a olhando, perplexo.

- Você está me matando. - Joe falou baixinho, com um aperto na garganta e duas bochechas molhadas, olhos tremendo e corpo imóvel.

- Você me matou todas as noites, Joe. - Demi engoliu em seco, algo na sua garganta queria a impedir de falar, mas se esse era o momento em que ela deveria falar, então ela tinha de - Toda noite, eu acordava assustada, e eu não sabia porque, mas a única coisa que eu via em meus sonhos era você... - Demi suspirou - e ele. Eu não dormia porque sempre voltava pro mesmo sonho. E eu apenas não suportava sonhar com aquilo, porque a última coisa que eu queria ver era você feliz com o nosso filho. Quando eu matei ele. - quando Demi terminou de falar, sentiu algo desaparecer de cima dela, não, ela não estava caindo, muito menos o teto, mas sim um peso enorme, um fardo que a vinha a machucando há tanto tempo que não a deixava se sustentar direito. O fardo se foi, mas não a dor. Todo o seu corpo doía, ela não conseguia explicar a si mesma onde doía mais. Ela queria dormir e não acordar mais. Demi colocou uma de suas mãos na testa para tirar algumas mexas de sua franja do rosto, que, por hora, estava vermelho de tanto esforço. Agora ela chorava, ela não se lembrara de ter chorado tanto quanto quis nesses últimos dias. Talvez aquele momento fosse necessário, talvez ela devesse passar por isso transparente daquele jeito, mesmo ela sabendo que ainda poderia ir embora, que ainda podia fugir. Mas dessa vez, algo, do qual ela ainda não sabia distinguir, estava a prendendo lá; não no seu quarto, mas em Los Angeles. Tudo o que ela podia pensar naquele momento era "Você não pode continuar amando ele" "Você não pode continuar amando ele" "Você não pode continuar amando ele".

Seu quarto estava girando tanto em torno de si mesma que ela nem sabera como parara onde estava. Sentada ao lado de Joe, os dois com as costas apoiadas na cama de Demi, no chão. Joe a abraçando como nunca houvera feito, seus olhos mais molhados do que nunca. O mundo de Demi desabando... e Joe estava tentando segurá-lo. Ela não fez esforço algum para sair de onde estava, ela finalmente voltara para o seu porto-seguro. O abraço quente que a envolveu naquelas noites de outono, que a sustentáva durante o infinito dos dois. Ela apenas não entendia o quão forte o amor que ela tinha por ele podia ser, e o quão acolhedor ele ficava quando ela estava com ele.