Fanfic: Vermelho.

No dia seguinte ela acordou com uma magia a mais, um sorriso que fazia todos perguntarem o motivo dele. Ela sorria como se tivesse sido amada pela primeira vez, como se estivesse renovada. Ela colocou seu vestido mais delicado, prendeu os cabelos num rabo-de-cavalo alto, e sorriu, desceu para tomar café da manhã.

- Nossa, o que houve ontem a noite? Ouvi um barulho estranho. - disse Samantha se direcioando a sua mãe, alfinetando Aléxia.

- Deve ter sido só o vento, ou algum animal na floresta. 

- É mãe, pode ter sido isso sim. 

Samantha não sabia ao certo o que tinha acontecido, mas com certeza ela não sabia que sua irmã tinha escapado para ver Guilherme. Aléxia ouviu a conversda e suspeitou que a irmã tivesse visto a escapada dela. Ela desceu, se sentou ao lado da irmã e permaneceu em silêncio.

- Quer ovos Aléxia?

- Não mãe, obrigada vou comer só as frutas mesmo.

- Filha, você está em algum regime maluco que não sabemos? Vai ficar doenbte desse jeito. - a voz de seu pai era reconfortante, apesar dos pesares. Eles riram.

- Não pai, é só que eu to afim de frutas hoje. 

- Teve bom sonhos filha?

- Sim mãe, tive sonhos maravilhosos.

Ela sorriu, e só ela entendeu o motivo daquele sorriso, o bom sonho que ela tinha tido, foi muito mais do que um sonho. Ela então pegou uma maçã e se levantou, se dirigindo à porta. Seu pai olhou confuso sem entender, e sua mãe o impediu antes que ele se proinunciasse sobre aquela alegria repoentina de Aléxia. Ela fechou a porta, e suspirou aliviada por ter passado despercebida. Sua mãe pedia todas as manhãs para que ela trouxesse flores para a casa, e assim ela fazia, mas de tão distraída, ela esqueceu a cesta, e voltou para pegar. Entrou em casa e pegou a cesta que ficava na porta, e saiu novamente. Ela andava pelos posques que antecediam a floresta olhanco cuidadosamente as flores. Na maioria dos dias ela levava as primeiras que via, mas naquele dia, ela quis olhar com cuidado, e escolher com precisão cada flor que iria fazer parte daquela cesta. 

- Bu ! - Guilherme chegara por trás e deu um susto nela. Ela se atrapalhou e deixou cair a tulipa amarela que estava em sua mão.

- Nossa Gui, que susto. Bom dia. - e ela abriu um sorriso que fazia com que ele fixasse os olhos em sua boca, deixando os dois um pouco sem graça.

- Bom dia pequena. - ele beijou sua testa. E falou baixinho em seu ouvido: sua sopa estava maravilhosa. 

- Obrigada, mas você é suspeito pra falar né. - e ela riu.

- Tenho que te contar uma coisa. - seu tom de voz estava sério.

- O que houve?

- Arrumaram meu casamento Aléxia. - quatro palavras, uma dor, um choque, um baque!

- Am.. é.. que bom Gui. - ela se virou, e suspirou.

- Eu não quero casar com ela. 

- Quem é ?

- É a sua irmã Leleca.

- A Samantha ? Como isso pode acontecer? - e ela viu que tinha perdido o controle, respirou fundo e se calou.

Ele a tomou em seus braços, respirou fundo, e tentou pensar em um jeito de evitar aquilo. As regras dos casamentos eram sempre as mesmas. Com certeza o de Aléxia também já estava arranjado, só ainda não tinham a avisado disso. Afinal, Samantha era a irmã mais nova e sabia-se que a irmã mais velha sempre tinha que se casar primeiro. Ela não sabia qual das dores a atingia mais. A de se casar, as de ver Guilherme se casando, a de ver Guilherme se casando com sua irmã, ou a possibilidade de as coisas mudarem bruscamente. Ele aproximou seus lábios dos dela, e eles se beijaram. Sabendo que era proibido, sabendo que se fossem pegos, jamais poderiam se ver, sabendo que talvez aquele fosse um dos últimos. E na cabeça de Guilherme passou tudo, desde o primeiro beijo deles até àquele momento. Medo definia. 

- Gui, eu, eu, eu... 

- Você vai ser muito feliz, de verdade.  - lágrimas desceram por seu rosto, relutantes.

- Me diz o que você quer ouvir.

- Foge comigo Leleca?

- Fugir? Para onde íriamos?

- Longe daqui, muito longe. Para onde você quisesse. Para o mar, para as montanhas, para a cidade.- ele falou baixinho em seu ouvido.

- Para as estrelas. - ela disse sorridente.

- Eu sei que seu noivo provavelmente pode te dar uma vida melhor do que eu, mas.. - ela o silenciou com um beijo.

- A única vida que eu quero é com você.

Eles sorriram e se beijaram novamente. Eles nunca haviam dito o que sentiam, mas era como se estivesse estampado na cara deles, a cada vez mais, e eles sabiam o que sentiam um pelo outro, mas não precisavam dizer. Ambos com seus cxasamentos arranjados. O tempo estava se esgotando. Ele ajudou Aléxia a escolher as flores, e sua mãe disse que aquele arranjo foi o mais bonito que ela tinha feito em anos. Ela olhava para sua mãe e queria dizer que aquele foi o mais bonito que ela fez, porque ele a ajudou a fazer. Ela queria dizer que sabia do casamento dela com o noivo ainda desconheciodo, e do de Samantha com Guilherme, mas tudo que ela conseguiu dizer foi "Obrigada".