Fanfics Brasil - O encontro. **Proposta Indecente**[Cancelada]

Fanfic: **Proposta Indecente**[Cancelada]


Capítulo: O encontro.

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Alfonso Herrera observou o sol brilhante através da janela da cozinha. Encheu a jarra de água e, com movimentos ágeis, fechou a torneira e pôs a jarra sob a cafeteira. Colocou grãos frescos de café no filtro e ligou o aparelho.


Os ovos e as torradas estavam prontos. Arranjou tudo sobre uma bandeja e foi até o terraço.


Voltou à cozinha, tomou o suco de laranja em grandes goles, serviu-se de café, apanhou o jornal e sentou-se aos raios de sol do começo da primavera.


Permitir-se tomar o desjejum com calma se tornara um hábito. A melhor parte do dia, pensou satisfeito, ao visualizar as manchetes, lendo o que lhe interessava, saboreando o que preparara. Folheou a seção de negócios, e em seguida as colunas sociais. Observou as fotos e, um segundo antes de virar a página, viu sua imagem embaixo, à direita.


Hum... Zoraída estava deslumbrante. O perfil perfeito, o sorriso ideal; não poderia estar mais atraente.


Leu a legenda com atenção: "Comemorando o recente sucesso das empresas Herrera’s, Alfonso Herrera , empresário multimilionário, desfruta a noite no restaurante Déjeuner com Zoraída Gomes".


Um sorriso discreto surgiu em seus lábios.



Era verdade, era um homem rico e bem-sucedido. Sorriu, contente. Morava em uma bela casa em um dos bairros elegantes de Sydney. Possuía um patrimônio invejável, espalhado por diversas cidades.


Alfonso parecia ter tudo.


O colunista só desconhecia sua origem.


Fora criado e educado em um ambiente pobre e insalubre, onde os fortes sobreviviam e os humildes eram eliminados. Desde muito novo desejara mais do que essas condições lhe proporcionariam, mais do que contar os centavos durante toda a vida. Desde garoto quisera sair desse mundo sombrio onde sobreviver era a única ambição.



Saber se safar de situações difíceis na cidade grande era uma de suas metas. Estudar era a outra. E Alfonso lutou como pôde, ganhando bolsas, formando-se com mérito, não pelo prestígio ou para agradar aos pais. Por ele mesmo.


Tivera muito sucesso. Aos trinta e seis anos, estava exatamente onde planejara. Podia ter qualquer mulher que desejasse, e tinha, sempre que lhe tinha vontade.


Sua última companhia desejava um compromisso, mas Alfonso não queria uma relação duradoura, apesar de gostar de dormir com ela.


Haveria uma só mulher para um homem? Duvidava.


O telefone celular interrompeu-lhe o devaneio.



— Herrera.


— Buenos días, querido.


A voz era melosa e felina. Tencionava acelerar seu coração e deixá-lo arrepiado, para que lembrasse o que dispensara na noite anterior.


— Zoraída...


— Estou incomodando?


— Não — respondeu com sinceridade.


— Que tal jantarmos hoje à noite?


Alfonso admirava a avidez em uma mulher, mas preferia tomar a iniciativa.


— Terei de estudar alguns papéis, Zoraída.


— Um outro dia, então?


Ela se recuperara rápido, mas Alfonso podia perceber a necessidade de afirmação, que preferiu ignorar.


— Quem sabe? — E desligou o aparelho.



Alfonso observou o gramado impecável, a água azul da piscina, a quadra de tênis, e voltou ao jornal.


Serviu-se de mais uma xícara de café, consultou o relógio e passou geléia no último pedaço de torrada. Cinco minutos depois entrou na cozinha, enxaguou e colocou os pratos na lava louças, e subiu para se vestir.


Possuía dezenas de ternos. Escolheu um Armani e acrescentou um colete. Vestiu o paletó, verificou a carteira, apanhou a pasta, o laptop e saiu.


O sistema de segurança estava acionado. Na garagem, entrou no Mercedes último tipo e arrancou para a rua.


Seu escritório ficava em um andar alto em um dos edifícios envidraçados do centro, uma obra-prima da arquitetura com uma vista espetacular do porto.



O trânsito era intenso. Alfonso abriu o laptop, checou a agenda, marcou duas ligações que a secretária deveria fazer. Quinze minutos depois, entrou no estacionamento e parou na vaga demarcada.


Com movimentos ágeis, desligou o motor, pegou o laptop e a valise, e saiu do carro.



— Alfonso Herrera Rodrigues.


Ele estacou diante da voz feminina e virou-se devagar, o corpo em alerta apesar da aparência tranqüila, pronto para reagir a qualquer sinal de agressão.


Loira, pequena, esbelta, olhos verdes, traços atraentes. Não parecia uma inimiga, mas isso não queria dizer nada. Alfonso sabia o que um expert em artes marciais era capaz de fazer, a despeito do sexo ou tamanho.



Teria ela uma arma? Alfonso a estudou com cuidado, as mãos segurando a bolsa de couro. Se houvesse uma faca ou um revólver ali, poderia desarmá-la antes que desse um passo.


Droga, havia seguranças no prédio inteiro. Como a garota entrara?


— Sim.


— Preciso falar com você.


Alfonso ergueu uma sobrancelha e a encarou, estudando seu próximo movimento.


— Sou muito ocupado. — Puxou a manga do paletó e consultou o relógio.


— Bastam cinco minutos. — Ela calculara o tempo, medira as palavras, poderia dizer tudo mais rápido se fosse preciso.


— Marque um horário com minha secretária.


— Eu tentei. — Balançou a cabeça. Nada na mídia poderia captar a essência daquele homem, ou transmitir sua constrangedora aura de poder. — Não adiantou. — A jovem forçou um sorriso. — Sua segurança é impenetrável.


— Mas você chegou até aqui.


— Pura astúcia. Um pedido desesperado e verdadeiro ao segurança.


Ela só esperava que não custasse o emprego dele.


A mocinha tinha garra, ele precisava reconhecer.


— E agora quer fazer o mesmo comigo?


— E perder mais tempo? — Alfonso estava intrigado. — Dois minutos — estipulou.


— Seu nome é?


— Anahí. — Sabia que o resto teria um efeito desastroso. — Filha de Henrique Portillo.


A expressão dele de súbito endureceu e, quando falou, sua entonação foi glacial:


— Não.


Era o que Anahí esperava, mas insistiu. Precisava insistir.


— Você me deu dois minutos.


— Podia ter dado vinte, e a resposta seria a mesma.


— Meu pai está morrendo.


— Quer minha compaixão?


— Tolerância.


Os traços do rosto dele se tornaram ainda mais implacáveis, o olhar inflexível e perigoso.


— Você ousa pedir tolerância para um homem que desviou centenas de milhares de dólares de mim?


Anahí tentou manter a calma.


— Papai está hospitalizado, com um tumor cerebral inoperável. — Fez uma pausa. — Se você aciona-lo, ele passará sua últimas semanas de vida dentro de uma prisão.


— Não. — Alfonso apertou o alarme do carro, pôs as chaves no bolso e começou a andar em direção ao elevador.


— Eu faço qualquer coisa! — Era a última tentativa desesperada. Suas cartas tinham sido ignoradas, e as ligações não obtiveram retorno.


Alfonso parou, virou-se e a mediu em uma avaliação insultante.


— Você precisaria fazer mais... — Coçou o queixo, pensativo. — Mais do que seria capaz.


— Como pode saber?


— Eu sei — disse com total segurança.


Se Alfonso entrasse no elevador, seria o fim.


— Por favor...


Ele ouviu o pedido, percebeu o leve tremor na voz e continuou andando. A porta do elevador se abriu e Alfonso falou.


— Você tem um minuto para sair deste estacionamento, ou será presa por invasão.


Alfonso esperou raiva, fúria, ou mesmo uma agressão. Ou uma cena de choro.


Mas viu apenas orgulho no pequeno queixo empinado. A boca tremia enquanto ela procurava manter o controle, mas os olhos ficaram úmidos de repente. Uma lágrima rolou por sua face.


Alfonso entrou no elevador e pressionou o botão. Sua expressão não mudara.


— Trinta segundos.


A porta se fechou e Alfonso foi transportado para o conjunto de escritórios em um andar alto.



Acenou de leve para a morena na moderna mesa de recepção, cumprimentou a secretária e entrou na sala.


A magia da eletrônica lhe rendera uma fortuna. Desenvolver a tecnologia da informática e a internet eram sua especialidade. Confirmou os compromissos com a secretária e se pôs a trabalhar.


Duas horas depois, gravou o arquivo em que estivera trabalhando e puxou o de Portillo. Não para refrescar a memória. Tinha já muita experiência para se incomodar com qualquer coisa. Mas o rosto de uma certa garota loira o invadira, a imagem da lágrima em seu rosto não o deixava, e ele queria esquecer.


Henrique Portillo, viúvo, uma filha, Anahí, solteira, vinte e cinco anos, professora. Havia um endereço e um telefone, a escola onde trabalhava. Hobbies.


Alfonso levantou uma sobrancelha.


Imprimiu as informações, dobrou a folha e a guardou no bolso do paletó. Então fez uma ligação:


— Descubra qual a situação de Henrique Portillo e seu estado de saúde.


 


O homem se dizia falido por dívidas de jogo. Na época, Alfonso não investigara a fundo.


Recebeu a resposta uma hora depois. As informações sobre sua condição médica coincidiam com o que a filha afirmara. Alfonso imprimiu a folha com as informações e as releu. Havia provas de que Henrique usara o dinheiro para bancar os cuidados médicos da esposa acidentada durante meses, na luta contra o coma que precedeu sua morte.


Seus olhos se fixaram na data... seis meses atrás.


O sujeito quase escapara, mas um auditor encontrara os depósitos irregulares, que eram uma tentativa de reparação. E suas retiradas do jogo foram uma série de incidentes isolados no período de um mês. Uma última tentativa para se redimir e pagar o que devia?


Alfonso recostou-se na cadeira, estalou os dedos e semicerrou os olhos.


A vista do porto de Sydney era fantástica. E agora?


Madre de Dios, em que estava pensando? Portillo era um ladrão. Por que se interessava por sua filha?


Estava intrigado, concluiu mais tarde. Lealdade à família: até que ponto iria a dela?


Recordou sua expressão de orgulho, comparou-a à emoção contida naquela lágrima e decidiu descobrir. Chamou a secretária. — Se Anahí Portillo ligar, transfira.


Vinte e quatro horas depois aconteceu, e Alfonso se sentiu satisfeito por ter calculado certo.


Ele foi breve:


— Às sete e meia. — Escolheu um restaurante. — Eu a encontro lá.


Anahí se preparara para outra rejeição, e ficou dividida entre a esperança e o desespero.


— Não posso.


— Por quê?


Ela vacilou perante o tom arrogante.


— Trabalho à noite.


— Diga que está doente.


"Céus, não posso perder o emprego!"


— Eu saio às onze — Anahí retrucou com firmeza.


— Obrigações da escola?


— Sou garçonete.


Houve um momento de silêncio.


— Onde?


— Longe da região nobre onde você mora.


— Onde?


Anahí não poderia sequer imaginar os lugares onde ele estivera.


Ela deu o endereço.


— Estarei lá.




Tirando a dúvida a web é AyA.O que estão achando?Comentem.



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Autor(a): mariahsouza

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Trinta minutos antes do combinado Alfonso entrou no bar e se sentou, pediu um café e observou o modo como Anahí lidava com a clientela. Ele desejava deixá-la nervosa, e conseguiu. Ficou irritada apenas quando um cliente que bebera demais passou a mão em seu traseiro. Alfonso não ouviu o que ela disse, mas não era preciso. Suas pupi ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • karolzinhaprincesinha Postado em 09/01/2009 - 19:06:36

    +++++++++++++++++++++++++++

  • tink Postado em 22/12/2008 - 23:02:18

    Ai Mariah amei!!
    Posta mais!

  • vitoria10 Postado em 22/12/2008 - 22:07:52

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • vitoria10 Postado em 22/12/2008 - 22:07:48

    Adoreiiii
    posta mais!!!

  • jujcolucci Postado em 15/12/2008 - 14:07:11

    MAAIS! MUIITO BEM ESCRIITA!

  • vitoria10 Postado em 15/12/2008 - 01:04:15

    Adoreiiii
    posta mais!!!

  • vitoria10 Postado em 13/12/2008 - 16:22:38

    Postaaaaa

  • bianka Postado em 13/12/2008 - 14:03:27

    Oieeeeeeeee, tudo bem, a web é o que DyP,AyA,MyC(OU Ñ TEM HAVER C/ RBD)........
    Posta ai q eu lou ler, tah PASSA LA NA MINHA IMAGINE EU E VOCÊ>BJUSS

  • nath13 Postado em 13/12/2008 - 14:03:02

    postaaa!
    é o que?


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