Fanfics Brasil - A proposta. **Proposta Indecente**[Cancelada]

Fanfic: **Proposta Indecente**[Cancelada]


Capítulo: A proposta.

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Trinta minutos antes do combinado Alfonso entrou no bar e se sentou, pediu um café e observou o modo como Anahí lidava com a clientela.


Ele desejava deixá-la nervosa, e conseguiu. Ficou irritada apenas quando um cliente que bebera demais passou a mão em seu traseiro.


Alfonso não ouviu o que ela disse, mas não era preciso. Suas pupilas faiscavam, seu rosto estava vermelho.


Será que se ressentia de ter de trabalhar em um segundo emprego, por seu pai tê-la deixado nessa situação?


Talvez não. Anahí mostrara coragem e orgulho, qualidades que Alfonso admirava. Não era por isso que estava ali?


Às onze horas Anahí levou uma pilha de pratos para a cozinha e murmurou uma desculpa rápida sobre não poder ficar mais. Desamarrou e pendurou o avental, retocou rápido a maquiagem e passou a mão pelos cabelos antes de entrar no restaurante de novo.


Alfonso Herrera não era homem de se fazer esperar, pensou. Ele estava ao pé da porta. Ela passou por ele e parou na calçada.


Alfonso apontou para o outro lado da rua. Levou algum tempo até que houvesse uma brecha no fluxo de carros para que pudessem atravessar.


O automóvel era grande e luxuoso, e Anahí sentiu a textura fina do couro.


Ele deu a partida e pôs o veículo em movimento.


Ela não disse nada. Alfonso decidiu que parariam em um café. Em outra região da cidade, claro.


A quietude a punha com os nervos à flor da pele. Afinal, conseguira uma chance e não podia perdê-la.


Não demorou muito para que saíssem daquela parte insalubre de Sydney, onde a vida noturna não terminava antes do amanhecer, e entrassem na nobre Double Bay, onde pessoas bonitas tomavam café expresso e discutiam os eventos sociais passados, atuais e futuros. Ou criticavam conhecidos e supostos amigos.


Lógico que havia uma vaga no exato local onde ele queria, e Anahí sentiu a tensão aumentar enquanto Alfonso estacionava com habilidade.


Será que iria demorar? Tinha de preparar alguns pontos para a aula do dia seguinte. Fora direto da escola para o hospital, e depois passara em casa para comer, se trocar e ir para o trabalho na lanchonete.


E, como se não bastasse, seus pés a estavam matando. Os saltos altos eram parte do uniforme; assim como a saia curta e o top reduzido. Anahí odiava o traje quase tanto quanto o emprego.


Estava na calçada, agüentando a dor, e se forçou a andar com cuidado quando Alfonso apontou um dos bares. Escolheu uma mesa na calçada e logo um garçom veio tirar o pedido.


Anahí pediu um descafeinado, ou não dormiria mais tarde, e sentiu a fome se manifestar quando ele pediu sanduíches também.


— Coma — Alfonso ordenou minutos depois, quando a comida chegou.


Ele conhecia a cena. Ela devia ter engolido algo às pressas, ou talvez nada.


Alfonso recostou-se no espaldar, observando-lhe os movimentos controlados, os dentes muito brancos abocanhando pequenos pedaços. Anahí tentava não ser rápida demais para não parecer faminta.


Alfonso esperou-a comer dois sanduíches e terminar o terceiro café, e foi ao ponto:


— Sugiro que começe a falar.


Ela juntou as mãos no colo, odiando Alfonso Herrera quase tanto quanto as palavras que estava prestes a dizer. Ergueu o queixo, os olhos assumindo um tom verde-esmeralda.


— Trabalho em dois empregos, um deles sete noites por semana. Não paro nem nos finais de semana. Subtraia o aluguel e a comida, e demoraria a vida inteira para eu pagar o que meu pai lhe deve.


Oh! Deus, como poderia sugerir?! Como seria capaz?! Droga, não tinha escolha!


— Só posso oferecer a mim mesma. — Essa era a pior coisa que tivera de fazer. Apressou-se em continuar: — Como sua amante. Sexualmente, socialmente, por um ano.


Alfonso quis sacudi-la. Nem duvidou do que acabara de ouvir.


— Então esse é o acordo?


Sua voz soava calma demais, e Anahí sentiu um arrepio. Ele aceitaria? Pai Eterno, e se recusasse?!


— Estou pronta para negociar.


Alfonso absorveu suas feições em um exame minucioso, até deixá-la a ponto de explodir.


— Em que sentido?


— Assinarei um documento abrindo mão de qualquer bem seu durante nossa ligação, no final dela e até o fim de meus dias. Em troca, você retira todas acusações contra meu pai.


Ele fez uma pausa antes de responder, cínico:


— Tanta lealdade é admirável. Mas você está preparada para isso?


Anahí morria por dentro, aos poucos. Forçou-se a encará-lo. Ele era um homem grande, alto, pelo menos um metro e oitenta e cinco. Moreno, cabelos castanhos. Os ossos do rosto, marcantes, maçãs largas, maxilar firme, a testa forte. Olhos escuros e penetrantes, a boca sensual.


Algo em sua expressão a incomodava. Uma aspereza que pouco tinha a ver com a astúcia do homem de negócios. Algo, além disso. Por trás das roupas caras e da aparência de sucesso, intuiu que Alfonso já vira e experimentara muita coisa.


Isso o tornava complexo, perigoso. Uma característica que não aparecia em sua biografia, nem nas fotos da mídia ou comentários das colunas sociais.


— Eu poderia ser uma companhia infernal — Alfonso murmurou, sutil, e percebeu que Anahí se arrepiou por um momento. — Ou péssimo na cama.


Ele sorriu divertido ante a audácia dela.


Anahí refletiu, apreensiva, que ele tinha a aparência e o ar de um rapaz seguro e satisfeito com seu desempenho sexual. Como Anahí levaria aquilo adiante? A razão a incomodou. As chances dele aceitar uma proposta absurda como essa eram quase nulas.


Entrou em desespero, e quase perdeu o fôlego.


Não havia mais o que fazer. Vendera o apartamento, ficara só com os móveis básicos, comprara um carro mais barato e esvaziara sua conta bancária para ajudar o pai. Não chegara nem perto de cobrir o que ele devia.


— Você estabeleceu um preço alto por seus serviços. — Alfonso não parava de avaliá-la, e imaginava se ela percebia como era fácil analisá-la.


Aceitar pagamentos dessa forma não era novidade, Alfonso pensava. Isso ocorria havia séculos.


Na sociedade atual, seria coerção. Mas a proposta partira dela, o que modificava o acordo e abria a possibilidade de torná-lo legal.


Era intrigante. Sem falsos mal-entendidos, nem interpretações errôneas. Poderia ser até interessante.


Satisfação masculina e gratificação. Não era um motivo dos mais invejáveis, mas algo nele queria dominá-la, até o limite da sanidade, até fazê-la clamar por liberdade.


Química sexual, Alfonso concluiu, por estranho que parecesse. Perguntou-se se ousaria levar aquilo adiante.


Anahí terminou o último sanduíche e o café. A palidez de seu rosto se fora, junto com o brilho de suas pupilas.


— Mais café?


Anahí passou o guardanapo nos lábios. Estava cansada, e não queria outra coisa senão ir para casa.


— Não, obrigada — respondeu, muito educada.


"Por favor", implorou em seu íntimo, "me dê uma resposta". Seu coração pulava no peito, as batidas rápidas. Alfonso estaria considerando a proposta, ou apenas jogando, sem a menor piedade?


Seu coração pulava no peito, as batidas rápidas. Alfonso estaria considerando a proposta, ou apenas jogando, sem a menor piedade?


Será que ele se dava conta do que ela passara no último mês, ciente da situação do pai, à espera da queda da guilhotina? Como vivia no extremo, dormindo pouco, perseguida pelo que estava por vir?


— Eu a levarei a sua casa.


Anahí ouviu o que Alfonso disse e viu-se envolta em clima de desânimo.


— Posso pegar um táxi até meu carro — afirmou, seca, com a amarga consciência de que tinha o dinheiro justo para a viagem na bolsa.


— Nesse caso, levo você até ele. Para que gastar com táxi? — Sua firmeza indicava que contrariá-lo não seria nada bom. Devia agradecer? Parecia inútil. Por isso, apenas inclinou a cabeça quando Alfonso chamou o garçom e pagou a conta.


Anahí permaneceu calada no automóvel, incapaz de pronunciar uma única sílaba enquanto o veículo deslizava pelas ruas livres.


— Onde está seu carro? — Alfonso quis saber, quando chegou ao café onde ela trabalhava.


— Na próxima rua, à esquerda, no meio da quadra.


A indicação precisa o levou até o carrinho velho e gasto, seu único meio de transporte.


Anahí alcançou a maçaneta e virou-se para ele.


— Acho que minha proposta não lhe interessou.


Alfonso precisava falar com o advogado antes de tomar uma decisão. Além disso, não faria mal fazê-la esperar.


— Entrarei em contato nos próximos dias.


Era melhor que um "não" definitivo.


— Obrigada.


Anahí saiu, ciente de que ele a esperava abrir a porta e ligar o motor. Então, a seguiu até a avenida principal, onde tomaram direções opostas.



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Autor(a): mariahsouza

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Pessoal do e-novelas eu queria desejar um:     FELIZ NATAL!!!         Mariah.


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • karolzinhaprincesinha Postado em 09/01/2009 - 19:06:36

    +++++++++++++++++++++++++++

  • tink Postado em 22/12/2008 - 23:02:18

    Ai Mariah amei!!
    Posta mais!

  • vitoria10 Postado em 22/12/2008 - 22:07:52

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • vitoria10 Postado em 22/12/2008 - 22:07:48

    Adoreiiii
    posta mais!!!

  • jujcolucci Postado em 15/12/2008 - 14:07:11

    MAAIS! MUIITO BEM ESCRIITA!

  • vitoria10 Postado em 15/12/2008 - 01:04:15

    Adoreiiii
    posta mais!!!

  • vitoria10 Postado em 13/12/2008 - 16:22:38

    Postaaaaa

  • bianka Postado em 13/12/2008 - 14:03:27

    Oieeeeeeeee, tudo bem, a web é o que DyP,AyA,MyC(OU Ñ TEM HAVER C/ RBD)........
    Posta ai q eu lou ler, tah PASSA LA NA MINHA IMAGINE EU E VOCÊ>BJUSS

  • nath13 Postado em 13/12/2008 - 14:03:02

    postaaa!
    é o que?


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