Fanfic: Segunda Chance - AyA [Adp] {Finalizada} | Tema: AyA

— Alfonso, eu posso me servir. Não sou Anna!
— Desculpe, querida, mas estou faminto. Assim é mais rápido. — Alfonso não sabia se Anahi havia acreditado nele, mas sua explicação a fez parar de reclamar.
Na verdade, deixou-o em paz para devorar o desjejum, falando apenas uma coisa ou outra com Billy. Mas quando ele se recostou no espaldar com um suspiro de satisfação, Anahi tentou de novo:
— Você ficou no escritório até de manhã?
— Sim. Billy, que tal outra xícara de café? Anahi , Billy preparou descafei-nado para você. Quer?
— Sim, por favor. E pare de tentar mudar de assunto.
— Não estou fazendo isso. Estou pensando em seu conforto.
— Dormiu no sofá? Se bem me lembro, a última vez que você fez isso, reclamou.
Bílly se ergueu.
— Acho que vou colocar algumas roupas na máquina e deixar a cozinha para depois. Até mais.
— Acho que você deixou Billy sem graça — comentou Alfonso, rindo.
— Estava falando sobre duas noites atrás, quando você foi a meu aparta-mento! — Anahi enrubesceu.
— Eu sei. Mas Billy não sabe disso.
— Alfonso, está tentando me distrair. Por que não dormiu no seu quarto?
— Porque você e Anna precisavam de mim — confessou, simplesmente, desafiando-a a contradizê-lo.





Anahi estreitou os olhos ao encarar Alfonso.
— Eu estou melhorando, Alfonso. Preciso apenas de uma pequena ajuda com os afazeres domésticos. Não é necessário que você reorganize sua programação inteira.
As palavras dela não pareceram afetá-lo, e ele continuou a tomar seu café.
— Então quer que as coisas entre nós continuem como estavam na semana passada?
Anahi pensou que não queria a existência estéril a que Alfonso se referira. Mas era perigoso tê-lo tão perto. Tanto por ela como por Anna, porque em poucas semanas tudo aquilo acabaria.
— Eu precisava me sentir bem-vinda aqui. Mas não quero atrapalhá-lo.
— Quer este último pedaço de bacon? — perguntou, ignorando o comentário de Anahi .
— Não. Está me ouvindo, Alfonso?
— Cada sílaba — assegurou-lhe, distraído com o bacon. Anahi suspirou. Poucos homens mudariam toda sua rotina para acomodar uma mulher que não significava nada para eles.
— Alfonso, quero que saiba que isso não ê necessário.
— Você está enganada, querida. O café da manhã é a refeição mais importante do dia.
Anahi era sempre paciente, sempre meiga, demorava para perder o controle, mas bateu a mão na mesa com força o bastante para fazer os copos de suco de laranja pularem.
— Alfonso Herrera, você não está me levando a sério!
— Ora, acalme-se, Anahi . — Segurou os dedos dela. Aquele toque a acal-mou de imediato, mas Anahi se soltou. — Olhe, estou apenas tentando fazer o que o médico mandou. E... bem, na verdade, tenho gostando disso.
— Não precisa parecer tão surpreso!


— Desculpe-me, querida, não me sinto bem esta manhã.
Para maior mortificação de Anahi , lágrimas brotaram em seus olhos, e precisou baixar cabeça. O que estava errado com ela?
— Não tive a intenção de reclamar, Alfonso. Mas ontem à noite...
— Ah, eu não queria discutir sobre ontem.
— Eles estavam... Seus pais me odeiam?
Imaginar-se como a causa de problemas familiares para Alfonso era horrível.
Alfonso afastou a cadeira, surpreso.
— Por que a odiariam?
— Alfonso, tenho certeza de que a cidade inteira está falando sobre mim. Você também não queria nenhuma de nós duas, e fiz com que não pudesse nos ignorar.
Ele tornou a pegar a mão dela.
— Quero cuidar de vocês, Anahi . Não duvide disso. Meus pais estavam desapontados com a situação e queriam ter certeza de que eu agiria com responsabilidade. — Fez uma pausa antes de levar as mãos dela aos lábios para uma breve carícia. — E queriam saber o que nós vamos fazer.
— Sobre o falatório? Isso não vai durar muito, depois que eu for embora, tenho certeza. Pode dizer que lhe armei uma cilada e...
Ele irrompeu em uma gargalhada.
— Você não sabe muito sobre homens, não é, querida? Eu jamais admitiria ter caído numa armadilha! Mas não estava falando sobre comentários.
— Não?
— Não. Anahi , a questão é o que está acontecendo agora. Você, Anna e eu estamos ligados um ao outro pelo resto da vida.
— Não, nada disso. Você não faz parte dessa ligação. Anna e eu partiremos, e não vamos nos intrometer em seu caminho. Então, não há nada a ser discutido.
— E se eu não quiser que seja assim? E se estiver querendo participar da vida de Anna?
Aquelas lágrimas traidoras insistiram em voltar, justo quando achava que havia recobrado o controle.


— Não. — E, rude, Anahi soltou-se dele. Alfonso pigarreou.
— Bem, não tenho nenhuma resposta, mas pensei que, se nós vivêssemos isso no dia-a-dia, talvez eu conseguisse uma. Precisará permanecer aqui por, pelo menos, mais um mês. E vai organizar minha coleção de livros enquanto estiver no rancho. Desse modo, teremos algum tempo para acertar as coisas.
— Um mês?! Pensei que mais uma semana, no máximo duas.
— Veremos. Vamos fazer um acordo. Nós conversaremos sobre os problemas, todos os dias, durante o café da manhã.
— Mas isso significa que, mais uma vez, você precisará mudar sua pro-gramação.
— Sim, Anahi . E estou adorando isso. Todos da equipe de trabalho estão me dizendo que não fico o bastante com você. Assim, eles ficarão felizes.
— Billy...
— Podemos arranjar outra coisa para ele fazer enquanto isso. Tenho certeza de que Billy fará qualquer coisa para que você fique.
Anahi não podia pensar em mais nada para falar. Começou a lhe dizer que não poderia permanecer, mas Alfonso estava certo. Ela não poderia partir de imediato. Não se quisesse manter Andréa segura. Então, esperaria e vivenciaría a situação.
Alfonso se levantou para beijar-lhe o rosto. Pelo menos foi isso o que Anahi supôs. Mas, para seu horror, notou que os lábios dele pousaram sobre os seus.