Fanfics Brasil - 010 Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada)

Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde


Capítulo: 010

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- Não - grunhiu tão furioso que apenas podia falar - Posso ir ao banheiro sozinho, mamãe.
- Eu não sou sua mãe - replicou ela - Sou sua terapeuta, ainda que ambas tenhamos muitas coisas em comum.
Segurou a cadeira enquanto ele se sentava. Logo Alfonso saiu disparado, cruzou o quarto e entrou no banheiro antes que Anahí pudesse reagir. Ela riu para si mesma. Ao ouvir o estalido da fechadura, disse levantando a voz:
- Não pense que pode se fechar aí a manhã toda! Colocarei essa porta abaixo se necessário.
Ele a amaldiçoou, e ela tornou a rir. Aquilo ia ser interessante...


 Quando Alfonso por fim saiu, ela havia começado a pensar que realmente teria que pôr a porta abaixo. Ele tinha se penteado e lavado a cara, mas não parecia mais contente que antes.


- Você está com roupas de baixo? - perguntou ela, sem fazer nenhum comentário acerca do tempo que ele havia passado no banheiro. Ele havia calculado muito bem, havia demorado o possível, mas havia saído justo antes que ela fizesse algo a respeito.
O estupor congelou suas feições.

- O que? - perguntou.
- Está com roupas de baixo - repetiu Anahí.
- E o que isso te importa?
- Me importa porque quero que tire o pijama. Se não está de roupa de baixo, pode querer por uma cueca, ainda que em realidade eu não me importe. Já vi mais de um homem pelado.
- Não tenho dúvidas - resmungou ele com desdém - Estou de cueca, mas não penso em tirar o pijama.
- Pois não o tire. Tirarei eu! Acredito que ontem você notou que tenho força suficiente. Vai tirar esse pijama por bem ou por mal. O que decide?
- Por que quer que eu o tire? - perguntou ele para ganhar tempo - Não será para admirar minha figura - acrescentou com amargura.
- Nisso você tem razão - disse ela - Parece um passarinho. Por isso estou aqui; se não parecesse um passarinho, não precisaria de mim.

Ele ficou vermelho.

- O pijama... - insistiu Anahí.


Ele desabrochou com raiva a camisa e a atirou ao outro lado do quarto. Anahí notou que ele teria gostado de fazer o mesmo com as calças, mas lhe custava um pouco mais tirá-los. Sem dizer nenhuma palavra, Anahí lhe ajudou a voltar à cama, lhe baixou as calças e as deixou sobre o braço da cadeira de rodas.



- Deite-se de barriga para baixo - disse, e fez ele se girar habilmente.
- Ei! - protestou ele com a cara enterrada no travesseiro. Tirou este com uma bofetada. Estava tremendo de fúria.

Anahí puxou e soltou o elástico de sua cueca.

- Acalme-se - disse - Esta manhã não será doloroso.

Seu gesto impertinente fez com que o torso de Alfonso se enrijecesse por completo de raiva . Ela sorriu e começou a massagear com firmeza seus ombros e suas costas.

Ele deixou escapar um gemido.

- Cuidado! Não sou um lombo de porco.



Ela caiu na risada.
- Como você é delicado! - disse em tom de brincadeira - Isso tem sua razão de ser.
- Qual? O castigo?
- Em uma palavra, circulação. Sua circulação está muito ruim. Por isso suas mãos estão sempre frias e tem que por meias para manter os pés aquecidos, até na cama. Aposto que agora mesmo ainda os tem gelados, você vai ver?

Sua resposta foi o silêncio.

- Os músculos não funcionam sem uma boa irrigação do sangue - comentou.
- Tá... - repôs ele com sarcasmo - Sua massagem mágica vai fazer com que eu me levante num salto.
- Absolutamente. Minha massagem mágica é só o primeiro passo, e você deveria ir se acostumando porque lhe vou dar muitas.


 


Passaram os minutos enquanto trabalhava em silêncio. Ele às vezes resmungava, quando seus dedos vigorosos lhe davam um pouco de dor. Uma fina película de suor começava a brilhar no rosto e no corpo de Alfonso.

Tombou-o de costas e começou a massagear seus braços, seu peito e seu ventre côncavo. As costelas sobressaíam por baixo da pele. Ele jazia com os olhos cravados no teto e uma expressão amarga na boca.
Anahí voltou a massagear-lhe as pernas.

- Quanto tempo vai ficar assim?

Ela levantou a vista e olhou a hora. Havia passado um pouco mais de uma hora.

- Suponho que é o suficiente no momento - disse - Agora, os exercícios.

Tomou primeiro uma perna e logo a outra e as flexionou, obrigando-o a levantar os joelhos até o peito e repetindo aquele movimento uma e outra vez. Ele suportou em silêncio durante quinze minutos; logo, prontamente, se incorporou e a afastou com um empurrão.

- Basta! - gritou, o rosto abatido - Meu Deus, é porque tem que seguir e seguir? É uma perda de tempo. Me deixe em paz!

Ela o observou surpreendida.

- O que quer dizer com uma perda de tempo? Acabo de começar. Realmente esperava notar diferença em uma hora?
- Não gosto que me manuseiem como se fosse argila.


 


Ela encolheu os ombros e dissimulou um sorriso.

- De todas as maneiras são quase sete e meia. Seu café da manhã já estará pronto. Não sei você, mas eu estou com fome.
- Eu não - disse ele, e um instante depois uma expressão de surpresa cruzou seu olhar, e Anahí compreendeu que acabava de se dar conta de que tinha fome, seguramente pela primeira vez desde meses. Ajudou-o a se vestir, ainda que ele voltasse a se zangar. Estava tão aborrecido como um menino quando entraram no elevador que haviam instalado expressamente para ele.

Mas o aborrecimento desapareceu de imediato quando viu o que havia no seu prato.Anahí, que o estava observando, teve que morder o lábio para não cair no riso. Primeiro horror e logo raiva crisparam seus traços.

- O que é isso? - bramou.
- Oh, não se preocupe - disse ela tranquilamente - Não é o único que vai comer, mas sim o primeiro. São vitaminas - acrescentou em tom condescendente.

Poderiam ter sido cobras pela cara com que Alfonso olhava o prato. Anahí tinha que reconhecer que impressionava um pouco. Alberta havia contado as pílulas tal e como ela lhe havia ordenado, e não teve que contá-las para saber que havia dezenove.

- Não vou tomá-las!
- Vai sim. Precisa delas. E precisará ainda mais depois de uns dias de terapia. Além do mais, não poderá comer nada até que as tenha tomado.

Alfonso não gostava de perder. Agarrou as pílulas e as foi tragando a punhados, fazendo-as passar com goles de água.

- Pronto - grunhiu- Já tomei as condenadas pílulas.
- Obrigada - disse ela, muito séria.


 


Alberta deveria estar ouvindo tudo, porque em momento depois entrou com as bandejas do café da manhã. Alfonso olhou para a meia toranja, a torrada de pão integral, os ovos, o bacon e o leite como se fossem porcaria.

- Quero em wafle com cerejas - disse.
- Sinto muito -Anahí respondeu - Isso não está na sua dieta. É doce demais. Coma a toranja.
- Odeio toranjas.
- Precisa de vitamina C.
- Acabei de tomar vitamina C para um ano!
- Olhe, - disse ela com doçura - este é o seu café da manhã. Coma-o ou deixe-o. Mas não vai comer um wafle com cereja.

Ele lhe atirou a bandeja.

Anahí esperava algo assim, e abaixou a cabeça rapidamente. A bandeja se espatifou contra a parede. Ela se deixou cair sobre a mesa, sacudida pelas gargalhadas que levava retraindo toda a manhã. Ele tinha praticamente o cabelo em pé de tão enraivecido que estava. Estava muito bonito. Seus olhos verdes brilhavam como turmalinas; e ele se ruborizava.

Digna como uma rainha, Alberta saiu da cozinha com uma bandeja idêntica e a colocou diante dele.



- Ela disse que seguramente atiraria à primeira - comentou sem inflexão alguma.

Ao saber que ela havia atuado exatamente como Anahí havia predito o fez enraivecer-se ainda mais, mas de repente se sentia bloqueado. Não sabia o que fazer, temendo que, fizesse o que fizesse, ela já teria previsto. No final não fez nada. Comeu em silêncio, metendo a comida na boca com determinação, e logo tornou a ladrar contra o leite.

- Não suporto leite. Um café não pode me fazer dano.
- Não, mas tampouco lhe fará algum bem. Façamos um trato - ofereceu ela - Beba o leite, o necessita pelo cálcio, e logo pode tomar um café.

Ele respirou fundo e depois tomou o copo de leite.

Alberta levou café. O restante do café da manhã passou em relativa paz. Ângela Quince, a enteada de Alberta, entrou para limpar os pratos quebrados, e ele pareceu um pouco avergonhado.



 


Ângela era o seu modo, tão enigmática como Alberta. Ao contrário de Alberta, aparentava sua idade; tinha uns cinquenta anos, e era tão arredondada e branda como Alberta era seca e angulosa. Era muito bonita, poderia até ter dito que era bela, apesar de que tinha a pele muito enrugada. Era a pessoa mais agradável que Anahí havia visto. Tinha o cabelo castanho e profusamente salpicado de cinza, e seus olhos eram de um marrom suave e aprazível. Anahí saberia mais tarde de que havia estado comprometida uma vez. O noivo morreu, e Ângela ainda levava o anel de compromisso que ele lhe havia dado fazia muitos anos.

Não parecia incomodada por ter que limpar o ovo na parede, ainda que Alfonso estivesse cada vez mais nervoso. Anahí acabou seu desjejum com calma e logo deixou seu guardanapo de um lado.

- É hora de fazer mais exercício - anunciou.
- Não! - rugiu ele - Já tive bastante por hoje. Você é muito rígida, senhora.
- Por favor, me chame de Anahí- murmurou ela.
- Não quero chamá-la de nenhum jeito! Meu Deus, se importa em me deixar em paz?
- Claro que não, só quando tiver acabado meu trabalho. Não posso permitir que arruíne minha lista de êxitos, não acha?
- Sabe o que vou fazer com sua lista de êxitos? - berrou ele, dando para trás a cadeira. Apertou o botão para ir para frente - Não quero voltar a ver sua cara! - gritou enquanto a cadeira o levava do quarto.


 


Ela suspirou e levantou os ombros cansadamente quando seus olhos se toparam com o olhar filosófico de Ângela. Esta sorriu, mas não disse nada. Alberta não era tagarela, e ao parecer Ângela era ainda menos, Anahí supôs que, quando as duas estivessem juntas, o silêncio seria ensurdecedor.

Quando pareceu que Alfonso havia tido tempo de superar a birra, subiu ao piso superior para começar novamente. Seguramente seria uma perda de tempo bater em sua porta, assim que entrou em seu quarto foi direto à galeria. Tocou nas portas de cristal corrediças do quarto de Alfonso e logo as abriu e entrou.

Alfonso a olhou com cara de poucos amigos desde a cadeira. Anahí se aproximou a ele e lhe pôs a mão sobre o ombro.

- Sei que é difícil - disse suavemente - Não posso te prometer que vai ser fácil. Tente confiar em mim; sou muito boa em meu trabalho, e no pior dos casos você acabará muito melhor que agora.
- Se não posso caminhar, de que valeria estar melhor? - perguntou com voz crispada - Pensa que quero viver assim? Preferia ter morrido nesse barranco a ter vivido estes dois últimos anos.
- Sempre se dá por vencido tão facilmente?

Ele girou a cabeça de golpe.

- Tão facilmente! O que você sabe! Não tem nem ideia do que é...
- Posso dizer que não foi. - interrompeu-o - Posso dizer que não tem olhado o lugar onde ainda tem as pernas e ter visto só um lençol. Nunca teve que escrever à máquina pulsando as teclas com um lápis preso nos dentes por estar paralisado do pescoço para baixo. Tenho visto muita gente pior que você. Vai voltar a caminhar porque eu vou obrigá-lo.


 


- Não quero saber quão mal os outros estão! Essas pessoas não sou eu! Minha vida é minha, e sei o que posso e o que não posso... O que não estou disposto a consentir.
- Trabalho? Esforço? Dor? - inquiriu ela - Senhor Herrera, Christopher me contou muitas coisas sobre você. Desfrutava a vida ao máximo. Se tivesse a mais remota possibilidade de voltar a fazê-lo, não o tentaria?

Ele suspirou; parecia completamente esgotado.

- Não sei. Se realmente acreditasse que existe uma possibilidade..., mas não creio. Não posso andar, senhorita Anahí. Não posso mover as pernas de modo algum.
- Eu sei. Não pode esperar que se movam agora. Terei que estimular seus impulsos nervosos antes que possa movê-las. Tardará vários meses, e não posso prometer que não ficará manco, mas voltará a caminhar..., se cooperar. Bom, senhor Herrera, vamos começar outra vez com esses exercícios ?


 


 



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  Capítulo 3 Se submeteu aos exercícios de má vontade, mas Anahí não se importou, sempre e quando cooperava. Seus músculos não sabiam que ele permanecia com a testa constantemente franzida; o movimento, a estimulação, era o que contava. Anahí trabalhava sem descanso, às vezes exercitando-lhe ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 118



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  • maria_cecilia Postado em 19/12/2012 - 22:01:16

    aaa a web é lindaaaaaaaaaaaaaa

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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