Fanfics Brasil - 013 Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada)

Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde


Capítulo: 013

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Se levava dois anos dormindo de costas, não era de estranhar que tivesse o temperamento de um búfalo aquático .


 


Anahí não sabia se estava acordado ou não; parecia que não. Seguramente só tentava mudar de postura, como fazia todo mundo de maneira natural enquanto dormia. Como todo mundo tinha ido dormir, a luz do corredor estava apagada. À tênue luz das estrelas que entrava pelas janelas de vidro não o via com bastante claridade como para chegar a uma conclusão. Talvez, se estivesse ainda dormido, pudesse mudá-lo de posição sem sequer despertá-lo. Era algo que fazia com a maioria de seus pacientes, uma atenção da que eles não precisavam saber.

Primeiro lhe tocou um pouco o ombro deixando a mão pousar sobre ele, e deixou que seu subconsciente se acostumasse ao contacto. Ao cabo de um momento aplicou um pouco de pressão e ele obedeceu e tentou girar-se para a direita, de frente para ela. Anahí o ajudou com delicadeza, lentamente, movendo-lhe as pernas para que não o incomodassem. Exalando um suave suspiro, Alfonso fundiu a cara no travesseiro, se relaxou e sua respiração se fez mais profunda.
Anahí sorriu, tapou-lhe os ombros com o lençol e regressou a seu quarto.

Alfonso não se parecia com seus demais pacientes. Uma hora depois seguia acordada e tentava descobrir porque estava tão empenhada em fazê-lo andar outra vez. Não se tratava da devoção que mostrava diante de qualquer paciente; de certa forma, que ainda não entendia, era importante para ela, desde um ponto de vista pessoal, que Alfonso voltasse a ser o de antes.

Havia sido um homem muito forte, um homem tão vibrante e cheio de vida que se convertia no centro das atenções aonde ia. Anahí  sabia. E tinha que devolvê-lo seu antigo ser.

Alfonso estava muito perto da morte. Christopher tinha razão ao dizer que, tal e como estava, não viveria outro ano. Estava disposto a se deixar morrer. Ela havia conseguido fisgar sua atenção essa manhã com suas táticas de choque, mas tinha que manter seu interesse até que Alfonso começasse a ver progressos, até que compreendesse que podia se recuperar.

Jamais poderia se perdoar se o decepcionava.


 


Por fim conseguiu dormir umas duas horas, e se levantou antes da aurora impulsionada por uma espécie de expectativa nervosa. Sair e correr pela praia a havia encantado, mas em Phoenix não havia praia, e não conhecia o jardim o suficiente para trotar por ele às escuras. Que ela soubesse, Alfonso podia ter cães de guarda patrulhando a propriedade de noite. Apesar do pouco que havia dormido, se sentia transbordante de energia. Tentou desafogar-se um pouco fazendo exercício, e a ducha que se deu depois a deixou tão fresca que se sentiu pronta para encarar o mundo inteiro.

Ou, ao menos,Alfonso Herrera.

Era mais cedo ainda que o dia anterior quando cedeu a seu entusiasmo e entrou no quarto de Alfonso, acendendo a luz porque ainda era de noite.

- Bom dia - cantarolou.

Ele ainda estava de lado; abriu um olho, a olhou com expressão horrorizada e proferiu um impropério que, se ele fosse mais jovem, o faria com que tivesse que lavar a boca com sabão .

Anahí lhe sorriu.

- Pronto para começar? - perguntou candorosamente.
- Diabos, não! - gritou ele - É de noite!
- Não, nada disso. Quase está amanhecendo.
- Quase? Como que quase?
- Faltam uns minutos - respondeu ela em tom conciliador, e um instante depois pôs tudo a perder retirando as cobertas - Não quer ver o amanhecer?
- Não!
- Não seja tão desmancha-prazeres - insistiu ela enquanto lhe movia as pernas - Venha ver amanhecer comigo.
- Não quero ver amanhecer, nem com você nem com ninguém - bufou ele - Quero dormir!
- Leva muitas horas dormindo, e não vai querer perder este amanhecer tão especial.
- O que tem de especial? Por acaso marca o princípio do dia em que me torturará até a morte?
- Só se não vier ver comigo - respondeu ela alegremente e, tomando-o pela mão, o obrigou a se levantar.

Ajudou-o a se sentar na cadeira de rodas e o tapou com uma manta, consciente de que teria frio.


 


- Qual é o melhor lugar para ver o amanhecer? - perguntou.

Ele estava esfregando a cara com duas mãos.

- Junto à piscina - contestou por entre os dentes, resmungando as palavras através dos dedos - Você está louca, senhora. É uma autêntica lunática, como nunca vi.

Ela lhe alisou o cabelo revolto com os dedos e lhe sorriu com ternura.

- Vamos, não exagere - murmurou - Dormiu bem?
- Claro que sim! - replicou ele - Estava tão cansado que não podia sustentar a cabeça no alto - enquanto as palavras saíam de sua boca, uma expressão avergonhada cruzou seu semblante - De verdade, fazia dois anos que não dormia tão bem - disse. De má vontade, certo, mas ao menos reconhecia.
- Vê o que um pouco de terapia pode fazer por você? - respondeu ela em brincadeira, e mudou de tema antes que ele voltasse a se zangar - Terá que me ensinar o caminho até a piscina. Não quero atravessar o pátio porque os trabalhadores colocaram lá quase todo seu equipamento e poderíamos tropeçar às escuras.

Alfonso não parecia entusiasmado, mas pôs a cadeira em marcha e a conduziu até a porta traseira através da casa sumida no silêncio.

Enquanto davam a volta por detrás, até a piscina, um pássaro cantou uma sonora e líquida nota para saudar ao novo dia, e Alfonso levantou a cabeça ao ouvir seu trino.

Fazia dois anos que não ouvia um pássaro cantar?


 


Sentados junto à piscina, enquanto a suave ondulação da água produzia sua própria música, contemplaram em silêncio a alvorada. Logo, o primeiro raio de sol transpassou como um dardo a borda das montanhas. Não havia nuvens que pintassem o céu com um sem-fim de matizes de rosa e de amarelo, só o azul claríssimo do céu e o sol esbranquiçado e dourado, mas a perfeita quietude do novo dia compunha uma cena tão bela como o mais colorido amanhecer que Anahí jamais viu.

O dia começou a esquentar em seguida, e Alfonso tirou a manta dos ombros.

- Tenho fome - anunciou prosaicamente depois do largo silêncio que haviam compartilhado.

Ela o olhou e começou a rir; logo se levantou do chão de cimento, onde havia estado sentada com as pernas cruzadas.

- Já vejo que sabe apreciar as coisas boas da vida - disse com ligeireza.
- Se insiste em me levantar em plena noite, como não vou ter fome quando sai o sol? Hoje vou tomar a mesma gororoba de ontem?
- Sim - respondeu ela com serenidade - Um café da manhã nutritivo e rico em proteínas, justo o que necessita para ganhar peso.
- Peso que logo tentará me tirar a golpes - replicou ele.

Anahí caiu no riso. Gostava daquela discussão.

- Espere e verá - disse - Dentro de uma semana parecerá que o de ontem não foi nada.


 


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 118



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  • maria_cecilia Postado em 19/12/2012 - 22:01:16

    aaa a web é lindaaaaaaaaaaaaaa

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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