Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde
Um estremecimento sacudiu Alfonso. Girou os olhos para ela, uns olhos tão verdes como o mar. Anahí sabia o que estava pensando, mas afastou o olhar e se negou a que aquele instante se prolongasse.
Uma intimidade sem nome havia envolvido os dois. Anahí estava nervosa, mas não podia dizer que estivesse realmente assustada. Era... estranho, e franziu a testa, pensativa, enquanto lhe cortava com a tesoura o cabelo abundante.
Alfonso era um paciente, e ela havia aprendido a não sentir medo de seus pacientes. Havia permitido a ele se aproximar mais que qualquer outra pessoa, inclusive as crianças que com mais força tiravam suspiros do seu coração. Alfonso era o desafio mais importante de toda sua carreira; tinha se tornado essencial para ela, mas continuava sendo um homem, e Anahí não conseguia entender porque não experimentava aquela gélida repugnância que a invadia quando um homem se aproximava dela.
Alfonso podia tocá-la, e ela não tolerava que nenhum outro homem a tocasse.
Talvez, pensou, fosse porque sabia que com ele estava a salvo. Tal e como ele havia dito, não estava em condições de seduzir ninguém. Sexualmente era tão inofensivo como as crianças as que ela abraçava e reconfortava.
- Você está parecendo Michelangelo dando os últimos retoques em uma estátua - disse ele com ironia - Você me deu uma tosquiada?
- Claro que não! - respondeu ela enquanto passava os dedos pelo cabelo alvoroçado dele - Sou muito boa cabeleireira, para que você saiba. Quer um espelho?
Ele suspirou, aliviado.
- Não, confio em você. Agora pode me fazer a barba.
- Nem sonhe com isso! - sacudiu o cabelo dele dos ombros com fingida indignação - É hora da sua sessão na mesa de tortura, assim que deixa de perder tempo.
Durante os dias seguintes, não voltaram a falar de Dulce e Christopher, e ainda que o casal continuasse indo jantar com eles, a frieza que reinava entre eles parecia evidente. Christopher tratava Anahí com um afeto que jamais transpassava a raia da amizade, ainda que ela estivesse segura de que Dulce acreditava que havia algo ilícito em suas relações.
Alfonso observava tudo com olho de águia e mantinha Anahí a seu lado.
Ela compreendia seus motivos e, como lhe convinha estar com ele, deixava que exigisse sua companhia o quanto quisesse. Gostava de estar a seu lado.
A medida que cobrava forças, ia aflorando seu caráter audaz e temerário, e Anahí necessitava toda sua capacidade de concentração para se manter um passo na frente dele. Tinha que jogar pôquer com ele; tinha que jogar xadrez com ele; tinha que ver as partidas de futebol com ele. Havia um milhão de coisas que reclamavam seu interesse, e Alfonso lhe exigia que compartilhasse com ele. Era como se tivesse passado dois anos em coma e saído de seu estado decidido a recuperar tudo que havia perdido.
Se esforçava mais do que Anahí lhe exigia. Como ela podia levantar mais peso que ele, passava horas trabalhando com os pesos. Como ela podia nadar mais rápido e mais tempo que ele, se obrigava a fazer uma volta atrás da outra, apesar de que todavia não podia mover as pernas.
E cada semana faziam uma guerra de braço. Na quinta, Alfonso conseguiu finalmente derrotá-la, e se pôs tão contente que Anahí lhe permitiu comer wafle com cerejas.
Ainda assim, ela estava nervosa quando decidiu que havia chegado o momento de que começasse a usar as pernas. Aquele era o "X" de toda a terapia. Sabia que, se Alfonso não visse progressos no que se referia à suas pernas, perderia a esperança e voltaria a cair na depressão.
Não disse a ele o que planejava. Depois que ele fizesse seus exercícios no banco de pesos, fez ele se sentar na cadeira de rodas e levou a ele as barras paralelas que usaria para se apoiar enquanto ela reeducava suas pernas. Alfonso olhou as barras, logo olhou para ela e por fim enrugou as sobrancelhas inquisitivamente.
- É hora de você deixar de ser tão vago - disse com a maior naturalidade possível, ainda que o coração lhe batesse tão forte que era um milagre que Alfonso não o ouvisse - Levante.
Ele tragou saliva e olhou as barras e logo a ela.
- Assim que já chegou, é? O dia D.
- Sim. Mas não é para tanto. Você só tem que se levantar. Não tente caminhar. Deixe que suas pernas se acostumem ao seu peso.
Ele apertou a mandíbula e recorreu às barras. Se agarrou a elas e se levantou de uma só vez.
Se sustentou em pé usando só a força de seus braços e ombros, exercitados pelos pesos.
Anahí, que estava observando, notou como se tencionavam e vibravam seus músculos. Tinha já verdadeiros músculos, não só pele e ossos. Continuava muito magro, mas já não parecia faminto. Até suas pernas haviam respondido gerando uma capa de músculo aos exercícios que ela lhe fazia todos os dias.
Alfonso estava pálido e o suor escorria por sua testa quando Anahí lhe colocou firmemente os pés sobre o chão.
- Agora - disse suavemente - retire as mãos. Deixe suas pernas te sustentarem. Pode ser que você caia. Não se preocupe por isso. Todo mundo cai quando chega este momento da reabilitação.
- Não cairei - disse ele, muito sério, e, jogando a cabeça para atrás, apertou os dentes. Se segurava com as mãos, mas o peso de seu corpo descansava sobre seus pés. Gemeu em voz alta - Você não disse que ia doer - protestou entre os dentes.
Anahí levantou a cabeça. Seus olhos azuis brilhavam, cheios de excitação.
- Está doendo?
- Muito! São como agulhas ferventes...
Ela deixou escapar um grito de alegria e lhe estendeu os braços, mas retrocedeu ao recordar seu precário equilíbrio. Seus olhos se embaçaram sem querer. Não havia chorado desde que era pequena, mas estava tão orgulhosa que não pôde impedir que se formassem as lágrimas. Ainda assim, as refreou pestanejando, mas elas seguiam brilhando como cristal entre seus cílios quando lhe ofereceu um sorriso trêmulo.
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- Sabe o que isso significa, não é? - Não, o que? - Que seus nervos funcionam! Tudo está funcionando! As massagens, os exercícios, a banheira...! Suas pernas! Você não entende? - gritou, praticamente dando pulos. Ele girou a cabeça para olhá-la. A cor abandonou sua cara e deixou brilhando seus ol ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 118
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maria_cecilia Postado em 19/12/2012 - 22:01:16
aaa a web é lindaaaaaaaaaaaaaa
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ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03
Ainh que pena que acabou =(
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ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03
Ainh que pena que acabou =(
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ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03
Ainh que pena que acabou =(
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ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03
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ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02
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ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02
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ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02
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ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02
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ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02
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