Fanfics Brasil - 021 Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada)

Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde


Capítulo: 021

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- Sabe o que isso significa, não é?
- Não, o que?


 


- Que seus nervos funcionam! Tudo está funcionando! As massagens, os exercícios, a banheira...! Suas pernas! Você não entende? - gritou, praticamente dando pulos.

Ele girou a cabeça para olhá-la. A cor abandonou sua cara e deixou brilhando seus olhos como brasas verdes.

- Me diga! - sussurrou - Diga de uma vez!
- Você vai caminhar! - gritou ela. Então não pôde seguir contendo as lágrimas, que começaram a correr pelo seu rosto, embaçando sua a vista. As enxugou com o dorso da mão e se caiu na risada - Vai caminhar - repetiu.

O rosto de Alfonso se contraiu, desfigurado por uma prazerosa agonia.

Soltou as barras e lhe estendeu os braços, mas perdeu o equilíbrio e caiu para frente. Anahí o agarrou e o estreitou com força entre seus braços, mas ele pesava muito para ela, e cambaleou e caiu por baixo de seu peso.

Alfonso a envolveu com os braços e escondeu a cara no oco de seu pescoço. O coração de Anahí deu um grande pulo, e o medo converteu seu sangue em um rio denso que apenas se movia.

-Não - sussurrou com a mente de repente em branco enquanto apoiava as mãos para afastá-lo.

Notou que um estranho tremor sacudia seus ombros. E ouviu um ruído... Mas não era o mesmo som de seus pesadelos.

Então, como se alguém tivesse apertado um interruptor e um quarto escuro enchesse de luz, compreendeu que aquele era Alfonso, não Derrick. Derrick a havia machucado. Alfonso jamais o faria. E aquele estranho som era o do seu pranto.

Estava chorando. Não podia conter suas lágrimas de alegria, como havia acontecido com ela um momento antes. Os soluços que o sacudiam pareciam liberar dois largos anos de calvário e desespero.

- Meu Deus - dizia entrecortadamente - Meu Deus...


 


Foi como se um dique se rompesse dentro dela. Levava a vida inteira sufocando sua dor, sem recorrer a ninguém em busca de consolo, sem que ninguém a abraçasse quando chorava, e de repente tudo aquilo lhe pareceu demasiado. Uma imensa dor se agitou em seu peito e subiu até sua garganta, rompendo em um grito angustiado e surdo.

A força dos soluços estremeceu seu corpo, e seus grandes olhos azuis se inundaram de lágrimas.

Pela primeira vez em sua vida alguém a abraçava enquanto chorava, e era demasiado. Não podia suportar a dor e a alegria agridoce daquele instante, e sem embargo, ao mesmo tempo, sentia como se algo tivesse mudado dentro dela.

O simples ato de chorar juntos havia derrubado o muro que a mantinha isolada do resto do mundo. Ela havia existido só em um nível superficial, sem deixar que ninguém se aproximasse muito, sem se permitir sentir emoções muito profundas, sem deixar que ninguém chegasse a conhecer a mulher que havia por trás da máscara porque essa mulher havia sofrido muito e temia voltar a sofrer. Havia desenvolvido um mecanismo de defesa perfeito, mas Alfonso havia conseguido ultrapassá-lo de algum modo.


 


Alfonso não se parecia com nenhum homem que já tivesse conhecido.

Era capaz de amar; era ao mesmo tempo um alegre temerário e um duro homem de negócios. Mas, sobretudo, precisava dela. Outros pacientes também haviam necessitado dela, mas só como terapeuta. Alfonso necessitava dela, da mulher que ela era, porque só seu empenho havia permitido ajudá-lo, com seus conhecimentos e suas habilidades aprendidas. Não recordava ninguém que tivesse necessitado dela.

Abraçou-o com força, assombrada pelo calor que sentia crescer lentamente dentro de si e que ia derretendo pouco a pouco a dor gelada que a havia dominado durante tanto tempo.

Queria continuar chorando, porque aquela nova liberdade para tocar e ser tocada a assustava e ao mesmo tempo a enchia de ilusão.

Acariciou-lhe o cabelo, fundiu os dedos entre suas ondas sedosas, e Alfonso deixou finalmente de chorar e permaneceu docemente apoiado nela.

Ele levantou a cabeça para olhá-la. Não lhe avergonhavam as lágrimas que umedeciam seu rosto e brilhavam em seus olhos verdes.

Esfregou muito suavemente sua bochecha contra a de Anahí, uma carícia sutil que mesclou sua felicidade e seu pranto.




Logo a beijou.


 


Foi um beijo demorado e indeciso, uma carícia suave que tonteava sem se impor, uma delicada degustação de seus lábios sem ânsia nem agressividade. Ela tremia entre seus braços; levantou mecanicamente as mãos para empurrá-lo se passasse dos limites, todavia ligados, da intimidade que era capaz de suportar. Mas Alfonso não tentou aprofundar o beijo. Levantou a cabeça e aproximou o nariz do seu, esfregando suavemente.

Ao cabo de um momento, foi um pouco para trás e deixou que seu olhar vagasse pelo rosto de Anahí com certa curiosidade. Ela não podia afastar o olhar de seus olhos. Viu como se dilatavam suas pupilas até que quase tragassem o verde de sua íris.

O que ele estava pensando?
À que respondia aquele súbito lampejo de desespero que a sobressaltou, a sombra que cruzou sua cara?

Os olhos de Alfonso se demoraram sobre seus lábios suaves e carnudos, que ainda tremiam, e logo, lentamente, se levantaram para sair de encontro a seu olhar. Se olharam um ao outro, tão próximos que Anahí se viu refletida em seus olhos e supôs que Alfonso via a si mesmo nos seus.



 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 118



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  • maria_cecilia Postado em 19/12/2012 - 22:01:16

    aaa a web é lindaaaaaaaaaaaaaa

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

    Ainh que pena que acabou =(


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