Fanfics Brasil - 036 Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada)

Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde


Capítulo: 036

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Passou um momento antes que Alfonso compreendesse o que ela havia dito.
Parecia tão perplexo como ela.
Depois de um instante baixou o olhar. Apertou a mandíbula e soltou uma grosseria.

Um rubor ardente cobriu de golpe o rosto de Anahí. Era ridículo ficar ali pasmada, mas não podia se mover.
Estava fascinada, pensou, completamente aturdida por sua própria reação, ou melhor dizendo, pela falta de ela.

Tão fascinada como diante de uma cobra, e essa era uma semelhança freudiana como não havia outra.

- Devo ser adivinho - sussurrou ele com voz rouca - Estava pensando que essa camisolinha excitaria até um morto.


 


Anahí nem sequer podia sorrir. De repente, sem embargo, se sentiu capaz de se mover e saiu do quarto correndo.

Seguia notando aquela inquietante secura na boca enquanto se vestia com sua roupa velha, em lugar de por a que acabava de comprar. Já não havia necessidade de se vestir sedutoramente; Alfonso havia superado aquele obstáculo, e ela sabia que não devia brincar com fogo.

O único problema era, pensou na medida em que passavam os dias, que Alfonso não parecia notar que havia voltado a usar sua roupa velha e suas recatadas camisolas. Não dizia nada, mas quando estavam juntos Anahí notava em todo momento o fogo de seu olhar cravado nela.

Durante a reabilitação a tocava constantemente, e pouco a pouco ela se acostumou a que ele lhe acariciasse a perna enquanto ela lhe dava uma massagem, ou a freqüência com a qual seus corpos se esfregavam quando estavam nadando.

Ele pôde se sustentar de pé muito antes do que esperava, usando as mãos. Se desequilibrava um momento, mas suas pernas agüentavam e em seguida recuperava o equilíbrio. Decidido a deixar de depender da cadeira de rodas, se esforçava mais que qualquer paciente que Anahí tivesse tido antes. Cada noite pagava seu empenho com dolorosas cãibras, mas não diminuía o ritmo que ele mesmo marcava.

Anahí já não organizava sua terapia; Alfonso estabelecia suas próprias exigências. A única coisa que ela podia fazer era tentar impedir que se machucasse, e aliviar seus músculos ao final de cada exercício com massagens e sessões na banheira de hidromassagem.


 


Às vezes ficava com um nó na garganta quando o via se esforçar demais, com os dentes apertados e os nervos do pescoço tensos pelo esforço. Aquilo acabaria logo, e ela passaria a outro paciente.

Alfonso era já um homem inteiramente distinto àquele que havia conhecido cinco meses atrás. Estava duro como uma rocha, moreno, e os músculos moldavam seu corpo fibroso. Havia recuperado seu peso normal e possivelmente havia ganhado algum quilo, mas era só músculos. Estava tão em forma como um atleta profissional.

Anahí não podia analisar as emociones que se apoderavam dela quando o observava. Orgulho, certamente; inclusive certa avidez possessiva. Mas havia também algo mais, algo que a fazia sentir languidez e calor. Ao mesmo tempo se sentia mais viva do que nunca.

Observava Alfonso e deixava-o tocá-la, e se sentia mais próxima dele do que jamais pensava ser possível. Conhecia àquele homem, conhecia seu orgulho feroz, a ousadia que o fazia rir do perigo e aceitar com prazer qualquer desafio. Conhecia sua inteligência incisiva e veloz, seus explosões de cólera, sua ternura. Conhecia seu sabor, a força de sua boca, o tato de seu cabelo e de sua pele por baixo de seus dedos titubeantes.

Alfonso estava se convertendo em uma parte de seu ser até o ponto de que, quando se permitia pensar nele, se assustava. Não podia permitir que aquilo acontecesse. Ele a necessitava cada vez menos, e um dia não muito distante regressaria a seu trabalho e ela iria embora.

Pela primeira vez, a idéia de se mudar lhe parecia penosa. Adorava a enorme e fresca fazenda, as suaves lajotas do chão, a extensão das paredes brancas. Os largos dias de verão que haviam passado com ele na piscina, as risadas que haviam compartilhado, as horas de trabalho, até o suor e as lágrimas, haviam forjado um vínculo que a unia a Alfonso de um modo que lhe parecia quase insuportável.


 


Levava anos fazendo isso, dedicando-se de corpo e alma a seus pacientes... Não, pontualizou o lado mais honesto de sua consciência. Nunca antes se havia dedicado de corpo e alma a ninguém, só a Alfonso. E ele nunca saberia disso. Ela lhe diria adeus com um sorriso, se iria e ele retomaria de novo sua vida. Talvez pensasse alguma vez em sua fisioterapeuta, ou talvez não.

Os olhos de Anahí eram câmeras que registravam com avidez imagens de Alfonso para gravá-las permanentemente em seu cérebro, em seus sonhos, em cada fibra de seu ser.

Uma manhã entrou em seu quarto e encontrou-o deitado de costas, olhando os pés com feroz concentração.

- Olha - resmungou, e ela olhou.

Tinha o rosto coberto de suor e os punhos fechados... e os dedos de seus pés se moviam.
Jogou a cabeça para trás e lançou a ela um sorriso cegante de júbilo, e a lente interna de Anahí disparou para preservar aquela recordação.

Uma noite, quando ganhou dele depois uma larga partida de xadrez, ele a olhou com cara de poucos amigos e se zangou tanto como quando descobriu que ela levantava pesos. Se risse ou franzisse a testa, era o mais belo que havia passado a Anahí, que o observava constantemente.

Era injusto que um homem possuísse em tal abundância os tesouros da virilidade e a tentasse com sua força e seu riso, quando ela sabia que este tesouro estava vedado para ela.

Seus olhos, de um azul etéreo, guardavam no fundo um mar de mudo sofrimento, e ainda que dominasse o olhar quando acreditava que ninguém mais estava olhando, em repouso seus traços refletiam a tristeza que sentia.

Estava tão absorta na descoberta do amor e na dor pelo que nunca seria, que não notava que Alfonso a observava constantemente com seus olhos verdes e penetrantes, decidido a averiguar a causa da dor que percebia nela.


 


As narinas de Alfonso se incharam, e deixou escapar uma espécie de bufada desdenhosa.
Se agarrou com força nas barras, apertou os dentes pelo esforço, flexionou os músculos e se inclinou um pouco.

Seu pé direito se moveu para frente. Um grito feroz escapou do interior de seu peito, e se apoiou nas barras, deixando cair a cabeça para frente.

Anahí se levantou, trêmula, e lhe estendeu os braços, mas antes que pudesse tocá-lo Alfonso jogou os ombros para trás e começou aquele penoso processo com o pé esquerdo.

Jogou a cabeça para trás e respirou com ânsia; cada músculo de seu corpo sobressaía pela tensão à que estava submetendo seu corpo, mas finalmente o pé esquerdo se moveu, arrastando-se mais além do direito.

Anahí permanecia cravada no lugar, a seu lado, com o rosto molhado por lágrimas silenciosas que não notava.

- Maldita seja - sussurrou Alfonso para si mesmo, e se estremeceu enquanto se esforçava para dar outro passo - Faça outra vez!

Anahí não pôde suportar mais; com um grito sufocado se lançou até ele, enlaçou sua estreita cintura e enterrou o rosto na curva suada de seu ombro.

Alfonso cambaleou; logo recuperou o equilíbrio e seus braços fibrosos a rodearam e a estreitaram com tanta força que Anahí sentiu uma dor esquisita que a fez gemer.

- Bruxa - resmungou com voz pastosa enquanto metia os dedos entre seu cabelo alvoroçado.

Exerceu a pressão justa para levantar-lhe o rosto de seu ombro e voltá-la para ele até que viu suas bochechas molhadas, seus olhos embaçados e brilhantes e seus lábios trêmulos.

- Você é uma bruxa linda e teimosa, me tirou dessa cadeira de rodas arrancando-me os cabelos. Psiu, não chore - disse com um tom de sussurrante ternura.


 


Inclinou a cabeça e beijou lentamente as lágrimas salobras de suas pestanas.

- Não chore, não chore - sussurrou enquanto seus lábios seguiam o caminho de suas lágrimas prateadas pela face e se deslizavam até seus lábios, onde as enxugou com a língua - Ria comigo. Celebre comigo. Vamos abrir o champagne. Você não sabe o que significa para mim... por favor... chega de lágrimas - sussurrou, suspirando sobre seu rosto e seus lábios, e ao pronunciar a última palavra posou sua boca com força sobre a dela.

Anahí se aferrou a ele com ânsia.


 



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  Sentia o tom de sua voz, apesar de que não entendia as palavras. Os braços de Alfonso eram grilhões vivos que a apertavam; suas pernas largas e seminuas se apertavam contra as suas, seu torso salpicado de cachos negros esmagava seus seios. Mas Anahí não tinha medo. De Alfonso, não. Seu sabor era selvagem e embriagador; su ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 118



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  • maria_cecilia Postado em 19/12/2012 - 22:01:16

    aaa a web é lindaaaaaaaaaaaaaa

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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