Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde

- Isso é discutível - replicou ele. Levantou a mão de Anahí e apoiou-a um momento sobre sua bochecha áspera pela barba antes de beijos os nós de seus dedos - Você irrompeu na minha vida pela força, apoderou-se de minha casa, de minha rotina, de mim... Pensa que a gente se esquece dos vulcões?
- Pode ser que você não se esqueça de mim, mas logo se dará conta de que já não me necessita. Agora - disse com firmeza, dando deliberadamente à sua voz um tom alegre - e essa champagne?

Tomaram a champagne.
Alfonso reuniu a todos e beberam uma garrafa inteira.

Ângela recebeu a notícia chorando suavemente; Alberta baixou a guarda até o ponto de dedicar a Anahí um sorriso de cumplicidade satisfeita e bebeu três taças de champagne; o rosto sombrio de Miguel se iluminou de repente no primeiro sorriso que Anahí via nele, e brindou por Alfonso levantando em silêncio a taça enquanto se olhavam nos olhos e as recordações fluíam entre eles.

Essa noite, durante o jantar, abriram outra garrafa. Dulce se lançou nos braços de Alfonso quando este lhe deu a notícia, e chorou de alívio, sacudida pelos soluços. Tardou algum tempo em se acalmar; estava quase enlouquecida pela felicidade.

Christopher, cujo rosto havia se enrijecido mais e mais com o passar das semanas, pareceu sentir de repente que alguém tirava de seus ombros o peso do mundo.

- Graças à Deus - disse com sinceridade - Agora posso ter a crise nervosa que levo dois anos adiantando.

Todos riram, mas Alfonso disse:

- Se alguém merece umas largas férias, é você. Enquanto não volte ao trabalho, ficara liberado do serviço ao menos um mês.

Christopher moveu os ombros alegremente.

- Não vou recusar - disse.

Dulce olhou seu marido com decidida alegria.

- O que você acha do Hawai? - perguntou - Poderíamos passar o mês inteiro deitados na praia, no paraíso.

A boca de Christopher se afinou.

- Pode ser mais pra frente. Creio que agora necessito estar um tempo sozinho.

Dulce retrocedeu como se a tivessem esbofeteado, e suas bochechas se empalideceram.

Alfonso olhou sua irmã, percebeu a dor de seu olhar, e a ira iluminou seus olhos verdes. Anahí pôs-lhe a mão sobre a manga para contê-lo. Fossem quais fossem os problemas de Dulce e Christopher, deviam resolvê-los sozinhos. Alfonso não podia continuar se colocando no caminho de sua irmã; esse era em grande parte o problema. Ela o queria tanto que Christopher se sentia desiludido.

Dulce demorou um instante para se refazer e, levantando a cabeça, sorriu como se o comentário de Christopher tivesse passado despercebido.

Anahí não pôde evitar admirar seu controle. Era uma mulher orgulhosa e tenaz; não necessitava que seu irmão lutasse suas batalhas por ela. O único que tinha que fazer era cobrar consciência disso, e fazer entender a Alfonso.

O jantar consistiu em uma surpreendente mistura de coisas que normalmente não se serviam juntas, e Anahí chegou à conclusão de que Alberta seguia celebrando a boa notícia.

Quando depois das codornas vieram os peixes, compreendeu que as três taças de champagne haviam sido demasiado.

Cometeu o erro de olhar para Alfonso, e o riso que ele apenas conseguia conter pôde com ela. De repente romperam todos a rir, desfazendo desse modo o silêncio que havia caído sobre eles depois das palavras de Christopher.

Para não ferir os sentimentos de Alberta, fizeram o esforço de comer tudo o que lhes puseram na frente, ainda que saltava à vista que Alberta se havia deixado levar pelo entusiasmo e havia preparado muito mais comida do que era costume.

De vez em quando ouviam-na cantar na cozinha, e a idéia de que Alberta se pusesse a cantar bastava para fazê-los rir à gargalhadas. Anahí se riu até que lhe doeram os músculos d estômago. A champagne também começava a surtir seu efeito neles, e ela suspeitava que, naquele momento qualquer coisa os teria feito rir.

Era muito mais tarde do que o habitual quando Dulce e Christopher se foram. A champagne havia servido para apagar a distância que havia entre eles. Christopher teve que carregar sua cambaleante esposa durante o breve trecho até seu carro, e Dulce se soltava dele sem desconfiança, rindo como uma louca.

Anahí ainda estava bastante sóbria como para se alegrar de que Christopher suportava bem o álcool, já que era ele quem dirigia, mas estava também bastante animada para se partir de rir ao pensar que era uma sorte que Alfonso fosse todavia na cadeira de rodas.

Se tivesse tido que ir a pé, não teria conseguido subir as escadas.

Ele insistiu em que lhe ajudasse a se despir, e ela o meteu na cama como se fosse um menino.

Ao se inclinar sobre ele para colocar o lençol, Alfonso a agarrou pela mão e a atraiu para ele.

Depois de tanta champagne, o sentido de equilíbrio de Anahí não estava em seu melhor momento, e caiu sobre ele.