Fanfics Brasil - 046 - Capítulo IX Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada)

Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde


Capítulo: 046 - Capítulo IX

16 visualizações Denunciar


 


Capítulo 9



O súbito feixe de luz que atravessou a galeria em sombras fez que lhe desse uma virada no coração.

Girou a cabeça para a esquerda e olhou com apreensão as portas de correr do quarto de Alfonso , de onde procedia a luz.
O que o havia despertado?

Ao ver que as portas permaneciam fechadas, virou e continuou olhando a escuridão do jardim. Confiava em que Alfonso  não saísse a buscá-la; não acreditava que pudesse olhá-lo na cara nesse mo¬mento. Talvez pudesse pela manhã, quando estivesse vestida com seu habitual «uniforme de fisioterapeuta» (as calças curtas e uma camiseta), e estivessem concentrados na rotina do exercício. Talvez até lá ela já tivesse conseguido um Dulcerce e poderia atuar como se nada tivesse acontecido. Mas no momento se sentia em carne viva, sangrando, com os nervos à flor da pele.

Apoiou cansadamente a cabeça contra a grade e nem sequer notou que tinha ficado gelada.

Ouviu um barulho e levantou a cabeça com o cenho franzido.
Vinha do seu quarto.

Logo se deteve atrás dela, e compreendeu o que ocorria. Alfonso  havia usado a cadeira de rodas porque nela se movia mais depressa que caminhando.

Anahí se enrijeceu por inteiro enquanto escutava-o levantar-se e lutar para manter o equilíbrio, mas não se atreveu a dar a volta. Manteve a testa apoiada contra o frio metal da grade esperando sem convicção que ele se desse conta de que não queria que a incomodassem e a deixasse em paz.

Sentiu primeiro suas mãos agarrando-lhe os ombros, e logo a dura e quente pressão de seu corpo nas costas e seu hálito agitando-lhe o cabelo.

- Di, você está congelando - sussurrou - Vem pra dentro. Falaremos ali, e vou te esquentar.

Ela tragou saliva.

- Não há nada para falar.


 


- Temos que falar de tudo - respondeu ele, e a dureza de sua voz, que Anahí nunca havia ouvido, a fez se estremecer. Alfonso  sentiu o tremor de seus músculos e a atraiu para si - Você está com a pele gelada, e vai vir comigo agora mesmo. Está em estado de choque, querida, e precisa que te cuidem. Achava que entendia, mas esta noite você me deixou assombrado. Não sei o que você está escondendo, do que tens medo, mas penso averiguar tudo antes que acabe a noite.
- A noite acabou - respondeu ela debilmente - Já é de manhã.
- Não fique me contrariando. Porque se ainda não notou, não levo nada em cima e estou congelando, mas estou aqui contigo. Se não entrar, seguramente apanharei uma pneumonia e todos os avanços que você conseguiu iram por água abaixo. Vamos - disse em tom persuasivo - Não tenha medo. Só vamos conversar.

Ela moveu a cabeça de um lado a outro e seu cabelo comprido voou, golpeando-lhe o rosto.

- Você não entende. Não tenho medo de você. Nunca tive.
- Bom, alguma coisa é alguma coisa - resmungou Alfonso .

Baixou o braço até sua cintura e a urgiu a dar a volta. Ela se deu por vencida e deixou que a levasse para dentro, usando-a para conservar o equilíbrio. Alfonso  andava devagar mas com firmeza, sem apoiar-se apenas nela. Se deteve para fechar as portas de correr e a conduziu à cama.

- Vem, entre debaixo do edredom - ordenou-lhe enquanto se inclinava para acender a lâmpada - Por quanto tempo você ficou lá fora? Até o quarto está frio.

Ela deu de ombros. O tempo que levava fosse qual fosse carecia de importância. Fez o que lhe pedia e se meteu na cama, cobrindo-se até o pescoço com o grosso edredom. Alfonso  observou um momento sua face pálida e crispada e apertou com força os lábios. Levantou o edredom e se meteu na cama junto a ela. Anahí o olhou com estupor.


 


- Eu também tenho frio - disse ele, e só era uma mentirinha.

Deslizou o braço por baixo do seu pescoço e apoiou a outra mão sobre sua cintura, envolvendo-a no refúgio de seu corpo quente. No princípio, ela estava rígida; logo, à medida que o calor penetrava em sua pele gelada, começou a estremecer-se.

A mão de Alfonso  exerceu uma ligeira pressão e ela se moveu, apertando-se sem se dar conta contra ele, em busca de calor. Quando esteve cômoda, com a cabeça apoiada sobre seu ombro e as pernas entrelaçadas com as dele, Alfonso  lhe afastou o cabelo do rosto e ela sentiu a pressão de sua boca na testa.

- Está a gosto? - murmurou ele.

«A gosto» não era a expressão adequada; estava tão cansada que sentia os membros fracos e sem forças. Mas assentiu com a cabeça, já que ele parecia querer uma resposta.
O que importava? Estava tão cansada...

Ao cabo de um momento Alfonso  disse com enganosa suavidade:

- Pensei que você tivesse dito que foi casada.

A surpresa a fez levantar a cabeça e olhá-lo fixamente.

- E estive.

Alfonso  meteu os dedos entre seu cabelo e a obrigou a apoiar a cabeça sobre seu ombro.

- Então, por que foi tão... doloroso pra você? - perguntou, e sua voz soou no ouvido de Anahí como um estrondo - Estive a ponto de desmaiar, pensando que você era virgem.

Ela ficou branca por um momento, lutando para compreender o que ele estava dizendo; então compreendeu bruscamente e o rubor inundou sua face gelada.

- Não era virgem - assegurou-lhe com voz rouca - É só que fazia... muito tempo.
- Quanto? - repetiu ele inexoravelmente - Me diga, querida, porque você não vai sair desta cama até que eu saiba.

Anahí fechou os olhos, desalentada, e tragou saliva em um esforço por aliviar a secura de sua boca. Mais lhe valia contar a ele e acabar de uma vez.

- Doze anos - reconheceu afinal, e suas palavras soaram sufocadas contra a pele de Alfonso . Girou o rosto para sua garganta.
- Entendo.


 


Entendia?
Compreendia realmente?
Algum homem poderia entender o que passa na cabeça de uma mulher quando violam seu corpo?

Uma feroz amargura brotou do poço de dor que geralmente mantinha fechado. Alfonso  não se importava em desmontar as engrenagens do relógio até que já não marcasse a hora, com tal de descobrir o que lhe fazia funcionar.

Anahí crispou as mãos e empurrou-o, mas Alfonso  era já muito mais forte que ela e a mantinha segura contra seu corpo forte e inflexível. Passado um momento ela abandonou aquele esforço em vão e ficou deitada ao seu lado, rígida e hostil.

Alfonso  curvou os dedos compridos sobre seus ombros suaves e a apertou um pouco mais contra si, como se quisesse protegê-la.

- Doze anos é muito tempo - começou a dizer com tranqüilidade - Você tinha que ser uma criança. Quantos anos tem agora?
- Trinta - Anahí ouviu o fio serrado de pânico em sua própria voz, sentiu como gaguejava seu coração, notou como se acelerava o ritmo com que o ar entrava e saía de seus pulmões.

Já lhe havia contado demais; Alfonso  podia juntar as peças do quebra-cabeças por si só e decifrar por inteiro aquela feia história.

- Então você só tinha dezoito anos... Você me disse que se casou nessa idade. Não se apaixonou desde então? Sei que atrai os homens. Você tem um corpo e um rosto que convertem minhas entranhas em manteiga derretida. Por que não deixou que ninguém te amasse?
- Isso é assunto meu - replicou ela com dureza, tentando se separar de novo.

Alfonso  a segurou sem machucá-la, dobrando-a suavemente com braços e pernas. Presa e enlouquecida pelos laços que a seguravam, gritou:

- Os homens não amam as mulheres! As machucam, as humilham e depois dizem: «O que está acontecendo? É frígida?». Me solte!
- Não posso - disse ele, e sua voz se quebrou estranhamente.


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a):

Este autor(a) escreve mais 25 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

  Anahí não estava em condições de prestar atenção ao modo em que suas palavras lhe haviam afetado; começou a forcejar violentamente, dando-lhe patadas nas pernas, tentando arranhar seu rosto enquanto seu corpo se arqueava freneticamente em um esforço por se levantar da cama. Alfonso  afastou-lhe as m&atild ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 118



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • maria_cecilia Postado em 19/12/2012 - 22:01:16

    aaa a web é lindaaaaaaaaaaaaaa

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

    Ainh que pena que acabou =(


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais