Fanfics Brasil - 047 Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada)

Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde


Capítulo: 047

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Anahí não estava em condições de prestar atenção ao modo em que suas palavras lhe haviam afetado; começou a forcejar violentamente, dando-lhe patadas nas pernas, tentando arranhar seu rosto enquanto seu corpo se arqueava freneticamente em um esforço por se levantar da cama.

Alfonso  afastou-lhe as mãos de suas bochechas antes que pudesse machucá-lo, e logo a fez girar-se até que esteve debaixo dele, prisioneira sob seu peso.

- Já chega, Anahí! - gritou - Maldita seja! Me conte! Te violaram?
- Sim! - gritou ela, e um soluço escapou de sua garganta - Sim, sim, sim! Que diabos! Não queria me lembrar! Não entende? Me mata lembrar disso! - outro soluço desgarrado surgiu de seu peito, apesar de que não estava chorando.

Tinha os olhos secos, ardiam-lhe, mas seu peito continuava agitando-se convulsivamente e aqueles espantosos sons, como de alguém a quem uma dor muito grande afogasse, continuavam.

Alfonso  jogou a cabeça para trás e apertou os dentes deixando escapar um grunhido inarticulado; os nervos de seu pescoço se enrijeceram pela raiva que atravessava seu corpo.

A necessidade de desafogar fisicamente sua fúria fazia tremer seus músculos mas um gemido desesperado da mulher que jazia entre seus braços o fez dar-se conta de que devia dominar-se e acalmá-la.

Abraçou-a e começou a acariciá-la.
Ao deslizar as mãos por seu corpo sentiu a maravilhosa tonicidade de seus músculos elegantes através do tecido da camisola.

Beijou seu cabelo e deslizou os lábios até descobrir a ternura de seus cílios, a flor embriagadora de sua boca suave e carnuda. Sussurrou-lhe, ronronou palavras de amor, reconfortou-a com frases entrecortadas, dizendo-lhe quão linda era, o muito que a desejava. Prometeu-lhe com suas palavras e seu corpo que não a machucaria, recordou-lhe uma e outra vez que, um tempo antes, havia confiado nele o bastante como para permitir que lhe fizesse amor.


 


A lembrança daquele encontro ardia sobre sua pele, mas seu desejo podia esperar.

Primeiro vinham as necessidades de Anahí, as carências de uma mulher que havia sofrido demais.

Ela foi se acalmando pouco a pouco. Pouco a pouco lhe estendeu a mão, e muito devagar foi rodeando-lhe com os braços as costas musculosas. Estava cansada, tão esgotada pelo desgaste emocional daquela noite que se sentia fraca e inerte, mas Alfonso  necessitava saber mais, de modo que repetiu:

- Fale-me sobre isso.

Anahí afastou debilmente o rosto de ele.

- Não, Alfonso  - gemeu - Não posso...
- Sim pode. Tem que fazê-lo. Por isso você se divorciou? Por que seu marido não foi capaz de afrontar o que te havia ocorrido? - suas perguntas caíam sobre ela como rochas, lastimando-a, e se retorceu em seus braços.

Alfonso  a agarrou pelo queixo e a fez girar a cabeça para decifrar as matizes de sua expressão.

- Que classe de canalha era para te dar as costas quando mais precisava dele? Pensava que era culpa sua?

Uma gargalhada aguda e crispada escapou dela. A atraiu bruscamente cobrindo-lhe a boca com a mão, temendo a reação histérica que sentia agitar-se nela.

- Ele... Tem graça. Não teve nenhum problema para afrontar o que me aconteceu. Foi ele. Meu marido foi quem me violou.

Alfonso  ficou rígido, atônito tanto por suas palavras como pelo modo em que ela começou a rir, soltando risadas à gritos que voltou a atalhar empertigando-se por completo em um esforço por recuperar o domínio sobre si mesma.

Conseguiu, mas teve que abrir mão de todas suas forças, e enquanto jazia nos braços de Alfonso  sentiu que a emoção se dissipava, deixando-a intumescida e exausta.

- Me conte - insistiu ele com voz tão rouca que Anahí não a reconheceu.


 


A batida de seu coração havia passado de um martelar frenético a um ritmo pesado e paciente. Perguntou-se vagamente por que, mas o que importava realmente? O que importava em tudo aquilo? Já havia sofrido tudo o que podia suportar por uma noite...

- Anahí - insistiu de novo Alfonso.

- Não sei por que me casei com ele - disse sem inflexão alguma - Acho que nunca o quis. Mas era bonito e tinha dinheiro, algo que eu nunca havia tido. Me deslumbrou. Me comprava coisas, me levava a lugares, me dizia o muito que me queria. Creio que foi isso; me disse que me queria. Você vai ver, ninguém me havia dito isso antes. Mas eu continuava me mostrando distante, e ele não podia suportar. Acho que ninguém nunca havia dito não para ele. Assim que se casou comigo.

Alfonso  esperou um momento para que prosseguisse e ao ver que não o fazia disse suavemente:

- Continue.

Ela levantou os cílios lentamente. Olhou-o com os olhos meio abertos; a sombra de suas pestanas escureciam suas íris azuis, brilhantes e misteriosas, dando-lhes a cor do oceano.

- Na noite de núpcias me machucou - disse sinceramente - Foi tão brutal que... comecei a forcejar. Já então era forte, e consegui tirá-lo de cima. Mas ficou louco. Me obrigou a manter relações sexuais com ele, e não com delicadeza. Era minha primeira vez, e pensei que ia morrer.

»Compreendi então que me casar havia sido um terrível erro, que queria escapar, mas ele não me deixava ir embora. Cada noite eu resistia e ele tornava a me forçar. Ia me ensinar a me portar como uma mulher ainda que tivesse que me romper todos os ossos do corpo, me dizia. Eu não podia deixar de tentar resistir - resmungou para si mesma - Não podia ficar lá deitada e deixar que saísse ganhando. Tinha que enfrentá-lo, ou sentia que algo morria dentro de mim. Assim que lutava, e quanto mais eu lutava, mais violento ele se tornava. Começou a... me bater.


 


Alfonso  maldisse violentamente e ela se sobressaltou e levantou um braço para cobrir o rosto. Estava tão imersa em suas amargas lembranças que reagiu como então, defendendo-se. O susto de Alfonso  se converteu em um grunhido, e abraçou-a, tentando persuadi-la para que abaixasse o braço.

- Sinto muito, querida, não queria te assustar - disse em voz baixa - Quando começou a te bater, por que você não o denunciou à polícia?

- Não sabia que não podia me bater - disse cansada - Estava tão confusa... Depois li muitas coisas sobre esse tema, mas naquele momento pensava que ele tinha direito legal a fazer o que quisesse comigo, menos me matar. Era cada vez pior. Quase deixou de se interessar por sexo. Começava a me bater sem mais nem menos. Às vezes continuava até o final e me violava o mais brutalmente que podia, mas já quase nunca o fazia.

- Você esteve três meses com ele? Não foi isso o que me disse que durou seu casamento?

- Nem sequer vivi com ele tanto tempo. Não me lembro bem... Uma noite me atirou pelas escadas, e acabei no hospital com um braço quebrado e uma comoção cerebral. Estive ali vários dias, e uma enfermeira adivinhou que eu não havia tropeçado enquanto descia as escadas. Falou comigo. Ela, e também um psicólogo. Não voltei com Derrick. Quando saí do hospital, a enfermeira deixou que eu ficasse em sua casa.
Estava já mais calma, as recordações lhe pareciam mais fáceis de suportar. Com sua voz normal disse:

- A família de Derrick estava horrorizada pelo que havia passado. Eram boa gente, e quando pedi o divórcio obrigaram Derrick a aceitar. Me apoiaram muito, pagaram minha formação como fisioterapeuta, mantiveram Derrick longe de mim e até o levaram ao psiquiatra. Parece que funcionou; voltou a se casar, e parecem muito felizes. Tem duas filhas.

- Você tem mantido contato com ele? - perguntou Alfonso , assombrado.


 


- Assim que ele teve um final feliz, e você foi arrastando a sua bola e sua corrente pelo mundo todos estes anos - disse Alfonso , chateado - Temendo que alguém te tocasse, mantendo os demais a uma distancia prudente... você só viveu pela metade!
- Não sou infeliz - disse ela, baixando as pálpebras. Estava tão cansada...

Alfonso  já sabia de tudo, e ela se sentia vazia, como se o horror que a havia enchido durante tanto tempo se tivesse dissipado, deixando-a oca e perdida.

O calor do corpo de Alfonso  era tão agradável no quarto gelado... As firmes batidas de seu coração no peito robusto era tão tranqüilizador...



 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 118



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  • maria_cecilia Postado em 19/12/2012 - 22:01:16

    aaa a web é lindaaaaaaaaaaaaaa

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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