Fanfics Brasil - 058 Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada)

Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde


Capítulo: 058

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Deu-lhe as costas e se tampou com o lençol até o queixo.Ouviu o sussurro de sua respiração ao passar entre os dentes um instante
antes que lhe arrancasse o lençol e a arremessasse aos pés da cama.

Uma mão de ferro enganchou seu ombro e a fez voltar-se de costas.

- Não me dê as costas - avisou ele com suavidade, e o frio desassossego de Anahí se transformou em um gélido temor.

Em silêncio, o rosto pálido e crispado, tirou a mão de seu ombro. Nunca, jamais, havia podido suportar passivamente a violência, nem sequer quando resistir podia custar uma dor muito maior. Não pensava; racionava de maneira instintiva, com a resistência automática de quem lutava por sobreviver.

Quando Alfonso  estendeu o braço até ela, zangado por sua resposta, iludiu seu contato e saiu da cama.


 


Não importava que se tratasse de Alfonso . De alguma maneira isso piorava as coisas. A imagem de Alfonso  se mesclava com a de Derrick, e ela sentia uma dor penetrante que ameaçava fazê-la cair de joelhos.

Havia confiado nele, o havia amado.
Como podia ter ficado assim com ela, sabendo o que sabia de seu
passado?
A sensação de haver sido traído quase a asfixiava.
Ele se levantou de um salto e estendeu os braços no instante em que Anahí esticava a mão até a fechadura. A agarrou pelos cotovelos e a fez girar.

- Você não vai à nenhuma parte! - grunhiu - Volte para a cama.

Anahí se desviou e se encostou de costas na porta. Seus olhos azuis, fixos nele, pareciam dilatados e cegos.

- Não me toque - disse com voz rouca.

Alfonso  voltou a esticar os braços até ela, mas se deteve bruscamente ao ver seu olhar fixo. Estava branca, tão pálida que parecia a ponto de desmaiar apesar de que se mantinha muito erguida.

- Não me toque - repetiu, e ele deixou cair os braços.
- Acalme-se - disse em tom tranqüilizador - Não está acontecendo nada. Não vou te machucar, querida. Vamos voltar pra cama.

Ela não se moveu. Seguia com os olhos cravados nele, calibrando cada um de seus movimentos, por mais leves que fossem. Até a dilatação de seu peito cada vez que respirava parecia dar medo em seus sentidos. Notava a leve vibração das suas narinas, a flexão de seus dedos.

- Não vai acontecer nada - repetiu Alfonso  - Nós discutimos, nada mais. Só foi uma discussão. Você sabe que não vou te bater -estendeu a mão lentamente até ela, e Anahí viu aproximar seus dedos.

Sem se mover, seu corpo se encolheu sobre si mesmo, encolhendo para evitar seu contato. Justo antes que a tocara, deslizou rapidamente para um lado e se afastou de sua mão.

Ele a seguiu inexoravelmente, movendo-se com ela sem chegar a se aproximar.

- Aonde vai? - perguntou-lhe com suavidade.


 


Ela não respondeu. Seus olhos tinham uma expressão apreensiva. Já não o olhava fixamente, às cegas. Alfonso  estendeu as mãos com as palmas até em cima como um gesto de súplica.

- Céus, me dê as mãos - sussurrou; o desespero corria por suas veias engrossando seu sangue - Acredite em mim, por favor. Jamais te machucaria. Volte para a cama comigo e me deixe te abraçar.

Anahí o olhou. Se sentia estranha, como se uma parte de seu ser observasse a cena de longe. Isso havia acontecido já com Derrick, como se de algum modo tivesse que se distanciar da feiúra do que lhe ocorria.

Seu corpo havia reagido irracionalmente, tentando se proteger, enquanto sua mente punha em funcionamento seus próprios mecanismos de defesa cobrindo o que acontecia com um véu de irrealidade.

Agora aquela mesma cena voltava a se repetir com Alfonso , mas era de certo modo diferente. Derrick nunca havia ido atrás dela, nunca havia falado com voz suave e ronronante. Alfonso  queria que lhe desse as mãos e voltasse com ele para a cama, que se deitasse a seu lado como se nada tivesse acontecido.

Mas o que havia acontecido na realidade?

Ele havia se zangado e a havia agarrado pelo ombro e a havia atirado de costas... Não, esse havia sido Derrick. Derrick havia feito isso uma vez, mas não estavam na cama.

Franziu cenho e levantou ambas mãos para ficar de frente. Deus, nunca poderia se livrar de Derrick, do que havia feito?

A irritação de Alfonso  havia desencadeado a lembrança de outra época, e ainda que não havia confundido suas identidades, havia reagido como se estivesse em frente a Derrick e não a Alfonso .

Alfonso  não havia lhe machucado; estava zangado, mas não havia lhe machucado.

- Me diga? Está bem?

Anahí quase não podia suportar sua voz angustiada.

- Não - disse com a voz sufocada por suas mãos - Me pergunto se alguma vez estarei bem.

De repente sentiu seu contato, suas mãos nos braços, atraindo-a lentamente até ele. Sentiu sua tensão quando a abraçou.


 


- Claro que sim - disse ele beijando sua testa - Volte para a cama comigo. Você sente frio.

Ela sentiu de repente o frio da noite sobre seu corpo nu. Caminhou com ele até a cama, deixou que a enfiasse entre os lençóis e que a agasalhasse com o edredom.

Ele rodeou a cama até o outro lado, apagou a lâmpada e se enfiou na
cama com ela. Com muito cuidado, como se tentasse não assustá-la, a
estreitou entre seus braços e a abraçou com força.

- Te quero - disse na escuridão, e sua voz baixa vibrou sobre a pele de Anahí - Me diga, juro que não voltarei a te tocar quando estiver nervoso. Te quero demais para te fazer passar por isso outra vez.

Lágrimas ardentes queimaram as pálpebras de Anahí.

Como ele podia se desculpar por algo que era essencialmente uma fraqueza sua? Quanto tempo tardaria em começar a detestar aquela falha de seu caráter?
Não poderia se comportar espontaneamente com ela, e aquele esforço acabaria por separá-los.

Os casais normais tinham discussões, gritavam, conscientes de que suas raivas não danificavam o amor que tinham. Alfonso  teria que se conter por medo de outra cena daquelas.

Se sentiria asfixiado por ela e chegaria a odiá-la?

Alfonso  merecia uma mulher completa e livre, como era ele.

- Seguramente o melhor será que eu vá embora - disse Anahí, e tremeu a voz apesar de que tentou moldá-la.

O braço que tinha abaixo do pescoço se tencionou, e Alfonso  se apoiou sobre o cotovelo e pairou sobre ela na escuridão.

- Não - disse com a firmeza que ela havia tentado conseguir em vão - Este é seu lugar, e você vai ficar aqui. Vamos nos casar, lembra?
- É isso que estou tentando dizer - protestou ela - Como vamos viver juntos se tem que vigiar constantemente o que você diz e faz por medo de me perturbar? Acabaria me odiando, e eu odiando a mim mesma.
- Você se preocupa por nada - disse ele secamente - Eu jamais te odiarei, então se esqueça disso.


 


O fio de sua voz a cortava como uma navalha.

Ficou calada, perguntando-se por que havia cometido a estupidez de acreditar que poderiam ter uma vida normal. Deveria ter aprendido já que o amor não estava destinado a formar parte de sua vida.

Alfonso  não a queria.
Talvez não havia dito seu senso comum desde o princípio?

Estava cismado com ela, se sentia atraído pelo desafio de seduzi-la e pela atmosfera de estufa que havia gerado sua intensa reabilitação. As estufas produziam flores espetaculares, mas ela deveria ter percebido que essas flores não se davam no mundo real. Necessitavam uma atmosfera protegida; quando ficavam expostas aos elementos, pouco hostis, da vida cotidiana, murchavam e morriam.

A flor do amor de Alfonso  havia começado já a murchar, aniquilada não por sua atração por outra mulher, como ela havia temido, senão por sua exposição diária a vida cotidiana.


 


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 118



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  • maria_cecilia Postado em 19/12/2012 - 22:01:16

    aaa a web é lindaaaaaaaaaaaaaa

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

    Ainh que pena que acabou =(


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