Fanfics Brasil - 007 Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada)

Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde


Capítulo: 007

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Estava extremamente magro; tinha que ter perdido ao menos vinte quilos desde que tirou aquela fotografia, e naquela época já era pura fibra. Tinha o cabelo sem brilho pela má nutrição, e desgrenhado, como se fizesse muito tempo que não o cuidava. Sua tez era pálida, suas maçãs do rosto enfraquecidas.

Anahí manteve a compostura, mas em seu interior desmoronou-se em mil pedaços. Sempre, inevitavelmente, se compadecia de seus pacientes, mas nunca tinha sentido como se estivesse morrendo; nunca havia sentido raiva pela injustiça que era aquilo, pela espantosa obscenidade que tinha se apropriado do corpo perfeito de um homem, deixando-o indefenso. O sofrimento e a desesperança tinham ficado gravados em seu rosto abatido, que deixava transpassar com assombrosa claridade sua estrutura óssea. Negras olheiras rodeavam seus olhos verdes como a meia noite; suas têmporas tinham um toque acinzentado. Seu corpo, outrora poderoso, se desmanchava na cadeira, com as pernas retorcidas e imóveis. Anahí compreendeu então que Christopher  tinha razão: Alfonso Herrera não queria viver.

Ele a olhou sem interesse e em continuação fixou o olhar em Christopher . Era como se ela não existisse. Alfonso pousou nela um olhar desinteressado e contemplou-a sem dizer nada. Anahí guardou o silêncio enquanto o observava, fixando-se nas suas reações, ou melhor dizendo, na falta delas.

Christopher lhe tinha dito que Alfonso sempre tinha gostava das loiras, mas tendo em conta que ela eraloira, esperava ao menos que reparasse que ela era uma mulher! Esperava que os homens a olhassem; havia se acostumado a isso, ainda que em outros tempos uma olhada de interesse poderia colocá-la quase em pânico. Era chamativa, e no fim foi capaz de aceitar, ainda que considerasse uma ironia que a natureza lhe tivesse dado um físico capaz de atrair aos homens quando era impossível desfrutar das suas carícias.

Sabia o que ele via. Tinha se vestido cuidadosamente para seu primeiro encontro, consciente de que sua aparência podia resultar tanto atrativa como intimidadora. Não se importava que fosse uma coisa ou outra, sempre e quando a ajudasse a convencê-lo de que devia cooperar. Tinha penteado a densa e lustrosa cabeleira castanha e feito um coque severo na altura da nuca com uma pequena presilha dourada. Usava presos lindos brincos de ouro. Dulce tinha lhe chamado de cigana, e sua pele loira, da cor do mel, fazia que se parecesse. Tinha olhos felinos, azuis, tão misteriosos como o tempo. Ia vestida com uma roupa elegante e informal, e meteu as mãos nos bolsos, postura esta que fazia ressaltar seus seios firmes. Tinha uma figura de linha alargadas, ondulantes e límpidas, desde a fina cintura ao busto arredondado, e mais abaixo as pernas largas e graciosas. Talvez Alfonso não tivesse notado, mas sua irmã sim, e havia sentido um imediato acesso de ciúmes. Não queria a Anahí perto do seu irmão, nem do seu marido.

Depois de um largo silêncio, Alfonso moveu lentamente a cabeça de um lado a outro.


Anahí mirou Christopher e logo deu um passo à frente, de modo que se fez a cargo da situação e obrigou Christopher a concentrar nela sua atenção.

- Lamento que pense assim, senhor Herrera- disse com suavidade - Porque vou permanecer de qualquer jeito. Verá, tenho um contrato, e sempre cumpro minha palavra.
- Está liberada dele - resmungou ele e, girando a cabeça, se pôs a olhar de novo pela janela.
- O senhor é muito amável, mas eu não o libero. Entendi que há dado poderes a Christopher, de modo que o contrato seja legal, e além do mais o contrato está protegido. Afirma simplesmente que estou contratada como sua terapeuta e que viverei nesta casa até que volte a caminhar. Não estabelece nenhuma limitação temporal - se inclinou e pôs as mãos sobre os braços da cadeira de rodas, aproximando o rosto a ele para que lhe prestasse atenção - Vou ser sua sombra, senhor Herrera. Só poderá se livrar de mim se for caminhando até a porta e abri-la o senhor mesmo. Ninguém mais pode fazer pelo senhor.
- Está passando dos limites, senhorita Anahí! - disse Dulce com aspereza, os olhos verdes cheios de raiva. Esticou o braço e lhe tirou as mãos da cadeira - Meu irmão disse que não a quer aqui.
- Isso não lhe diz respeito - contestou Anahí, todavia com suavidade.
- Claro que me diz respeito! Se pensa que vou permitir que se mude para cá... Seguramente crê que vamos mantê-la!
- Absolutamente. No Natal já terei conseguido que e senhor Herrera volte a caminhar. Se duvida das minhas habilidades, faça o favor de comprovar minhas referências. Mas deixe de interferir - se levantou em toda sua estatura e ficou olhando fixamente para Dulce. Sua força de vontade flamejava em seus olhos azuis.
- Não fale assim com minha irmã - disse Alfonso bruscamente.

Finalmente! Uma resposta, ainda que fosse antipática. Com um deleite secreto, Anahí se apressou a atacar pela brecha que havia conseguido abrir na sua indiferença.

- Falarei assim com qualquer um que tente se meter entre meu paciente e eu - lhe informou. Pôs os braços na cintura e o observou com a boca torcida de desdém - Se enxerguem! Ele está tão fora de forma que teria que treinar para boxear como peso pluma. Deveria te dar vergonha, deixar que seus músculos virem mingau. Não é estranho que não possa andar.

As claras pupilas de seus olhos brilharam, um poço negro em um mar azul.

- Maldita seja! - disse com voz estrangulada - É difícil fazer ginástica estando enganchado a tantos tubos que não sabe onde metê-los, e quando nada, exceto a cara, funciona como você quer.
- Isso era antes - disse ela sem se alterar - E agora? Para caminhar fazem falta músculos, e você não tem nenhum. No estado em que está, perderia uma briga com um palito.
- E suponho que acredita que pode agitar sua varinha mágica e me fazer funcionar outra vez, não? - disse ele com ironia.



Anahí sorriu.



- Minha varinha mágica? Não será tão fácil. Terás que trabalhar para mim muito mais do que havia trabalhado antes. Vai suar e sofrer, e vai me amaldiçoar, mas também vai se esforçar. Farei com que volte a caminhar ainda que tenha que deixá-lo meio morto.
- Não, nada disso, senhora - disse ele com fria resolução - Estou me lixando para esse contrato. Não a quero em minha casa. Pagarei o que seja necessário para livrar-me de você.
- Não estou lhe dando essa opção, senhor Herrera. Não aceito a quebra do contrato.
- Não tem que me dar essa opção! Eu a estou tomando!


 


Enquanto observava seu rosto enfurecido e transtornado pela ira, Anahí compreendeu na hora que aquela fotografia de um homem risonho e descontraído era enganosa, fugia da regra. Alfonso Herrera era um homem indomável, acostumado a seguir em frente pela força de seu empenho e o estímulo do seu caráter. Havia superado com determinação todos os obstáculos que haviam se interposto no seu caminho, até que a caída daquele barranco mudou tudo e pôs diante dele o único obstáculo que não podia enfrentar sozinho.

Nunca antes tinha tido que pedir ajuda, e agora que a necessitava, era incapaz de pedi-la. Como não podia obrigar-se a caminhar, estava convencido de que era impossível.

Mas ela também era decidida. Ao contrário de Alfonso, havia aprendido bem cedo que podia se ver submetida e obrigada a fazer coisas contra a sua vontade. Havia conseguido sair das turvas profundidades da desesperança graças a sua teimosa e muda crença de que a vida tinha que melhorar. Havia forjado sua fortaleza no fogo da dor; a mulher na qual havia se transformado, a independência, a habilidade, a reputação que havia lavrado, lhe eram demasiado preciosas para permitir que se dera por vencida. Aquele era o desafio definitivo de sua carreira, e teria que reunir toda sua força de vontade para afrontá-lo. De modo que lhe perguntou com insolência:

- Gosta que os outros sintam pena de você?

Dulce deixou escapar um gemido de estupor. Até Christopher proferiu um som involuntário antes de voltar a dominar-se. Anahí não se incomodou em olhá-los. Manteve os olhos fixos em Alfonso e observou sua expressão atônita e o modo em que a cor abandonava seu rosto, deixando-a completamente rouca.

- Vá para o inferno! - disse com voz retumbante e trêmula.

Ela encolheu os ombros.

- Olha, assim não vamos chegar a lugar nenhum. Vamos fazer um trato. Você está tão fraco que aposto que não me ganharia no jogo de braço. Se eu ganhar, eu fico e você aceita a terapia. Se você ganhar, saio por essa porta e não volto nunca mais. O que me diz?


 


 


 


Hj eu irei postar uns 5 cap e se não tiver nehum comentario eu irei CANCELAR !!!!!!



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 118



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  • maria_cecilia Postado em 19/12/2012 - 22:01:16

    aaa a web é lindaaaaaaaaaaaaaa

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:02

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