Fanfics Brasil - 009 Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada)

Fanfic: Amanhecer contigo [Adaptada AyA] (Finalizada) | Tema: Rebelde


Capítulo: 009

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Dulce só teve tempo de proferir uma resposta incoerente antes que Christopher a fizesse sair do quarto. Anahí confiou que ele conseguisse manter longe sua esposa, ao menos no momento, e sorriu para Alfonso. Ele a olhava com receio.

- Não tem coisa melhor pra fazer, sem ser me olhar?
- Desde logo que sim. Só queria saber se tinha alguma pergunta. Se não tem nenhuma, devo ir desfazer minhas malas.
- Não há perguntas - resmungou ele.

Não por muito tempo, pensou Anahí, e saiu sem dizer nada. Quando descobrisse no que iria consistir sua terapia, Alfonso Herrera teria muito que dizer a respeito.


Evidentemente se esperava dela que aprendesse sozinha a se orientar na casa, mas sua disposição era tão grande que não lhe custou explorá-la. Suas maletas estavam no vestíbulo; as levou pra cima ela mesma e por fim pôde examinar o quarto que havia escolhido. Era um quarto de homem, decorado em tons de creme e marrom, muito masculino, mas cômodo e adequado. Ela não era detalhista. Desfez as maletas, o qual não lhe tomou muito tempo, pois não havia ido carregada com um monte de roupa. O que levava era adaptável e de boa qualidade, de modo que podia usar o mesmo traje para coisas distintas com uma mudança em uns quantos acessórios. Viajava muito, passando de um caso a outro, e muita roupa teria sido um estorvo.

Foi logo em busca da cozinheira e à ama de chaves; em uma casa daquelas dimensões tinha que haver algum tipo de serviçal, cuja colaboração necessitava. Teria sido mais fácil se Alfonso ficasse para fazer as apresentações, mas se alegrava de que tivesse tirado Dulce do meio.

Encontrou a cozinha sem dificuldade, ainda que a cozinheira que a ocupava acabou sendo uma surpresa. Era alta e magra, e saltava à vista que era em parte índia, apesar de que seus olhos eram de um verde muito claro. Era impossível precisar sua idade, mas anahí calculou que teria ao menos cinquenta anos, talvez sessenta. Não parecia por seu cabelo negríssimo, mas havia algo em seu olhar sábio, na dignidade de seus traços, que sugeria uma idade já avançada. Era tão majestosa como uma rainha, ainda que o olhar que pousou na intrusa que acabava de entrar em sua cozinha não era altiva, e sim simplesmente curiosa.

Anahí se apressou a se apresentar e lhe explicou o que fazia ali. A mulher lavou as mãos e as secou sem pressa e logo lhe estendeu uma. Anahí e a apertou.


 


- Me chamo Alberta Quince - disse com uma voz grave e sonora que poderia ter sido a de um homem - Fico feliz que o senhor Herrera tenha aceitado fazer a reabilitação.


- Ele não aceitou exatamente - respondeu Anahí com franqueza, sorrindo - Mas estou aqui de to­dos os modos, e vou ficar. Mas vou precisar da ajuda de todos vocês.


- Só tem que me dizer o que precisa - disse Alberta com firmeza - Miguel, que se ocupa do jardim e é o motorista do senhor Herrera, fará o que você diga. E Ângela, minha enteada, é quem limpa a casa e ela também fará o que mandar.


 


Como quase todo mundo, pensou Anahí para suas entranhas. Alberta Quince era a pessoa mais majestosa que havia visto. Seu rosto apenas tinha expressão e sua voz era firme e resoluta, mas aquela mulher possuía uma força que muito poucas pessoas seriam capazes de resistir. Seria uma aliada indispensável.

Anahí esboçou a dieta que queria que Alfonso seguisse, e lhe explicou por que queria que se fizessem aquelas mudanças. O último que queria era ofender Alberta. Mas esta se limitou a assentir com a cabeça.

- Sim, entendo.
- Se ele se chatear, coloque a culpa em mim - disse Anahí - Neste momento quero que se chateie. Posso utilizar sua raiva, mas com a indiferença não tenho nada que fazer.

Alberta assentiu de novo movendo sua majestosa cabeça.



- Entendo - repetiu. Não era muito falante, por assim dizer, mas entendia as coisas e, para alívio de Anahí, não expressou nenhuma dúvida.

Havia outro problema, e Anahí trouxe à tona com cautela.

- Com respeito à irmã do senhor Herrera...

Alberta pestanejou uma vez, lentamente, e logo moveu a cabeça com gesto afirmativo.
- Sim - disse com simplicidade.
- Ela tem a chave da casa? - seus olhos azuis se encontraram com os olhos verdes de Alberta, e sua comunicação era tão intensa que Anahí sentiu na hora que sobravam as palavras.
- Farei com que troquem as fechaduras - disse Alberta - Mas haverá problemas.
- Vale a pena. Quando começar com ele, não posso permitir que se interrompam seus exercícios, ao menos até que veja com seus próprios olhos alguma melhoria e queira seguir adiante. Creio que o senhor Uckermann quer ajeitar as coisas com sua mulher.


- Se é o que ele quer - disse Alberta com calma.
- Acredito que sim. Não parece um homem que se rende facilmente.
- Não, mas também é muito orgulhoso.
- Não quero lhes causar problemas, mas o senhor Herrera é responsabilidade minha, e se isso causa desavenças, terão que solucionar da melhor maneira.
- A senhora Uckermann adora a seu irmão. Ele a criou. Sua mãe morreu quando a senhora Uckermann tinha treze anos.

Isso explicava muitas coisas, e Anahí pensou um momento com compaixão em Dulce eChristopher; logo afugentou aqueles pensamentos. Não podia tomá-los em conta. Alfonso ia precisar de toda sua concentração e sua energia.

De pronto se sentia muito cansada. Havia sido um dia muito longo, e ainda que fosse de tarde, necessitava descansar. A batalha começaria de manhã, e precisava adormecer para afrontá-la. A partir da manhã seguinte estaria muito ocupada.

Alberta advertiu ao súbito cansaço que crispava seus traços e um par de minutos depois havia posto sobre a mesa um sanduíche e um copo de leite.

- Coma - disse, e Anahí cuidou para não contrariá-la. Sentou-se e se pôs a comer.


 


Na manhã seguinte, o despertador tocou às cinco e meia. Anahí  se levantou e tomou uma ducha, movendo-se com altivez e firmeza desde o momento em que saiu da cama. Sempre despertava imediatamente, com a mente despojada e uma coordenação perfeita. Por isso, entre outras razões, era tão boa terapeuta. Se um paciente necessitava dela durante a noite, não ia dando tropeções e esfregando os olhos. Podia fazer o que fora preciso imediatamente.

Alguma coisa lhe dizia que Alfonso não acordava de bom humor, e notou que seu coração acelerava enquanto penteava o cabelo comprido e fazia uma trança grossa. A expectativa diante da batalha que se aproximava corria por suas veias como uma alegria líquida, fazia brilhar seus olhos e dava à sua tez um tom ruborizado.

O tempo, todavia estava fresco, mas ela sabia por experiência própria que os exercícios a fariam passar calor, de maneira que se pôs uma calça curta azul, uma camiseta de algodão sem mangas com alegres detalhes, amarelos e azuis, e um par de tênis velhos. Tocou as pontas dos pés vinte vezes, estirando braços e pernas, e depois fez vinte abdominais. Podia fazer muitos mais, mas pretendia fazer só alguns exercícios para entrar no pique.
Ia sorrindo quando entrou no quarto de Alfonso depois de bater rapidamente na porta.

- Bom dia! - disse alegremente enquanto cruzava o quarto, se aproximava do balcão e abria as cortinas, inundando de luz o quarto.

Ele estava tombado de costas, com as pernas colocadas em uma posição um tanto forçada, como se tivesse tentado movê-las durante a noite. Abriu os olhos, e Anahí viu neles um lampejo de ansiedade. Voltou a tentar incorporar-se movendo as pernas; logo se tocou e caiu para trás com expressão sombria.

Com quanta frequência ocorria aquilo? Quantas vezes ele despertava sem recordar o acidente e sentia pânico ao não poder mover as pernas? Não seguiria assim por muito mais tempo, pensou Anahí com decisão, e foi sentar-se na cama, junto a ele.


 


- Bom dia - disse de novo.
Ele não lhe devolveu a saudação.
- Que horas são? - perguntou com aspereza.
- Seis, mais ou menos, talvez um pouco mais cedo.
- O que você está fazendo aqui?
- Estou aqui para começarmos sua terapia - respondeu com serenidade. Viu que Alfonso estava de pijama e se perguntou se era capaz de se vestir sozinho ou necessitava que alguém lhe ajudasse.
- Não há ninguém acordado há essa hora - resmungou ele, fechando os olhos de novo.


- Eu sim, e agora você também. Vamos, hoje temos muito que fazer -aproximou a cadeira de rodas da cama e retirou as mantas, deixando descobertas suas pernas fracas, enfurnadas no pijama azul claro.


 


Levava os pés cobertos por meias brancas.
Ele abriu os olhos e a ira estava de novo ali.



- O que está fazendo? - bufou.



Esticou um braço para tornar a se tapar. Não queria que ela o visse, mas Anahí não podia permitir que o pudor se interpusesse em seu caminho. Pouco tempo depois estaria tão familiarizada com seu corpo como ele com o seu próprio, e Alfonso tinha que tomar consciência disso. Se lhe avergonhava sua condição física, teria que se esforçar para melhorá-la.
Ela voltou a afastar as mantas e com um movimento ágil lhe fez girar as pernas até que ficaram na borda da cama.



- Levante-se - disse com firmeza - Tem que ir ao banheiro antes de começarmos. Necessita ajuda?
Um fogo puro brilhou em seus olhos verdes.


 



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  - Não - grunhiu tão furioso que apenas podia falar - Posso ir ao banheiro sozinho, mamãe. - Eu não sou sua mãe - replicou ela - Sou sua terapeuta, ainda que ambas tenhamos muitas coisas em comum. Segurou a cadeira enquanto ele se sentava. Logo Alfonso saiu disparado, cruzou o quarto e entrou no banheiro antes que Anahí pudess ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 118



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  • maria_cecilia Postado em 19/12/2012 - 22:01:16

    aaa a web é lindaaaaaaaaaaaaaa

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

    Ainh que pena que acabou =(

  • ana_carolina Postado em 10/11/2012 - 21:18:03

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